A vida das instituições, como do simples e comum mortal, é pautada por momentos de alegria esfuziante, de alegria contida....de indiferença ou de tristeza profunda.
Neste primeiro dia de Julho, o Sporting celebra o seu 107º aniversário, mas infelizmente mergulhado na mais profunda crise da sua longa história.
No entanto, o dia 30 de Junho pode ter marcado um virar de página. A página mais negra mas que deve ser recordada, para evitar que se possa repetir.
Quase todos os sportinguistas desejarão que este primeiro dia de Julho marque o primeiro dia do resto da vida do Sporting, mas sabemos que não será fácil trilhar os mesmos caminhos de sucesso que já percorremos.
Ainda assim, quer-me parecer que já estamos de novo no trilho certo, e não no intrincado cruzamento com destino incerto.
Este dia 1 de Julho é dia de aniversário, mas também marca o regresso da equipa principal de futebol ao trabalho. O Sporting é representado por uma complexa teia de modalidades, mas o futebol continua a ser o motor do clube.
Por isso, todas as atenções se centram no desporto-rei, mesmo que tenham sido o futsal e o hóquei a entregar, no dia de ontem, duas prendas de aniversário antecipadas.
Este recomeço da equipa de futebol, um pouco à imagem dos últimos anos, é marcado por algumas certezas e inúmeras interrogações.
Nas primeiras, e que são sintomáticas dos novos tempos, destacam-se as de dois homens com um "sonho" similar.
O presidente e 3º elemento do futebol, Bruno de Carvalho, que em criança dizia "Um dia hei-de ser presidente do Sporting".
O treinador, Leonardo Jardim, que quando era adolescente dizia "Um dia hei-de treinar o Sporting".
Estão lá os dois, a comandar em simultâneo esta difícil época, e a quem todos desejam sucesso, de modo a concretizar os nossos sonhos.
Também há algumas certezas no ainda extenso plantel que, de acordo com o noticiado, tem de encurtar até aos 20 jogadores.
Já as indesejadas incertezas prendem-se com a permanência das poucas referências que os adeptos tiveram nos últimos tempos, bem como com quem irá colmatar essas baixas.
Incerteza também em relação à renovação de alguns jovens mediáticos, bem como quem irá alternar entre a equipa principal e a B.
Apesar dos nomes veiculados na imprensa, a verdade é que também ainda estamos orfãos de ponta-de-lança e respectiva alternativa, pois não me parece que Betinho e Rubio possam ainda ser considerados como apostas certas para a difícil tarefa de marcar golos com regularidade.
O primeiro dia de trabalho contou com os seguintes jogadores:
Guarda-redes: Marcelo Boeck, Victor Golas e Luís Ribeiro.
Defesas: Miguel Lopes, Cédric, King, Jefferson, Ruben Semedo, Fokobo e Nuno Reis.
Médios: Zezinho, André Santos, Adrien, William Carvalho, Schaars, Fito Rinaudo e Labyad.
Avançados: Jeffren, Capel, Valentín Viola, Diogo Salomão, Wilson Eduardo, Diego Rubio, Nii Plange e Betinho.
Estiveram ausentes, por diversos motivos, os internacionais:
Rui Patrício, Rojo, Carrillo, André Martins, Bruma, Ilori, Ricardo Esgaio, Dier, Mika e João Mário.
Salta à evidência que não será positivo, obviamente, que um ano mais a época tenha início com tamanha indefinição.
Certo, certo é que o laranja cedeu o seu lugar ao "viola", a cor do equipamento alternativo.
Se é verdade que a muitos não deixará saudade, a realidade é que o futsal veio contrariar a lógica de que a cor seria sinónimo de insucesso.
Por muito que gostemos (ou não) da cor, tanto a que nos abandona com a que acolhemos, a equipa de futsal demonstrou que o espírito que guiou aquele grupo não olhou à cor do equipamento.
Simplesmente, foi fiel ao lema do clube e aos princípios e interesses dos seus dedicados adeptos.
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