Elixir da juventude

Pelo que é possível saber pela imprensa, provavelmente sustentada na lista de jogadores que seguiram viagem para o estágio no Canadá, o futuro imediato de Viola e Jeffren será longe de Alvalade.

No entanto, a mesma imprensa destaca que a Taça de Honra da AF Lisboa, que este ano é recuperada, depois de 20 anos ao abandono, obriga as equipas a apresentar pelo menos 8 jogadores que tenham participado em jogos da 1ª Liga, no ano anterior.

Recorde-se que o Sporting defronta o Benfica no dia 20 de Julho, com transmissão pela RTP1 para todo o mundo, e parece-me pouco credível que o clube desleixe a imagem que possa passar, mesmo que se afigure muito complicada a passagem à final dessa competição.

Assim, ficamos sem certezas nas intenções e nos objectivos da convocatória e nas aparentes despromoções.

Contudo, no caso do argentino Viola, é um desfecho que se adivinha há muito, tanto pela pouca utilização/produção do jovem avançado, como pelas manifestações públicas do jogador em regressar à Argentina.

Já a concretizar-se a saída do espanhol Jeffren é uma surpresa porque, depois de ter sido esfregado com óleo de argan, ele e eu esperávamos outro epílogo.

O (também jovem) extremo manifestou grande esperança na utilização deste produto natural, tal como milhares de donas de casa que pretendem ter uma cútis mais hidratada e um cabelo forte e luzidio.
Um verdadeiro elixir da juventude. 

 




Em relação aos que seguiram viagem, foi notória a chamada de alguns jogadores que deixaram alguns adeptos estarrecidos, e outros muitos entusiasmados.

Refiro-me, por exemplo, às chamadas de Chaby e Ponde.

A menos que esteja a ver um filme completamente diferente, quer-me parecer que a chamada destes jogadores prende-se, precisamente, com as regras impostas para a Taça de Honra, ao mesmo tempo que serve de incentivo aos jogadores. 

Nada mais que isto.

Se de facto acontecer a cedência de Viola, para ganhar maturidade, não pareceria muito compreensível que se promovesse um júnior e um ex-junior para uma equipa principal, já excedentária em inexperiência.

Oiço e leio muitas opiniões relativamente à juventude da equipa, e enquanto uns se mostram decepcionados com o facto, outros acham que os petizes são mais que capazes de nos levar...quem sabe, ao título.

Temos, de facto, adeptos muito optimistas.

Como todos têm direito a ter a sua opinião, recupero a de Rui Jorge, relativamente ao insucesso da equipa no seu tempo, quando promoveram para a equipa principal quatro ou cinco jovens.

Na época seguinte, voltaram a falhar na defesa do título. O caso Jardel, as inúmeras saídas do plantel, os castigos ao Paulo Bento e João Pinto.. Tudo isto marcou o grupo?
Sim, mesmo em termos de qualidade mas era assim. Recordo-me que foi a altura em que Sporting começou a cortar no seu orçamento e é mais fácil quando se consegue ter todos os jogadores com alta qualidade do que propriamente quando se tem de se formar e jogar com jogadores da formação. Não quero dizer que eles não sejam capazes de o fazer, mas não é igual, em muitas situações, ter um jogador jovem a seguir numa equipa consolidada a ter quatro ou cinco jogadores numa equipa com alguma instabilidade.

A média de idades da equipa que seguiu para o Canadá é de 22 anos. 

Mais ano menos ano, essa deverá ser a média de uma equipa B.

Qualidade à parte, jogar contra as matreiras equipas médias do campeonato português pode ser uma grande dor de cabeça.