Porque tantas
vezes desporto e política andam de braço dado, o presidente Bruno de Carvalho almoça
(ou será janta?) hoje com os deputados simpatizantes do Sporting, numa
iniciativa comum entre os grandes clubes portugueses.
Pelo que me
foi dado a entender, o repasto não terá lugar na Assembleia da República, ao
contrário de um outro líder que é recebido anualmente com honras de chefe de estado,
contrariamente ao que o bom senso aconselharia, mas já constatámos que neste
país de brandos costumes o crime compensa.
Não disponho
dos números relativos a esta legislatura, mas há dois anos atrás, no mandato de
José Sócrates, o Benfica não detinha aquela maioria que o seu inchaço faria
prever.
Apesar de
proclamarem 6 milhões de adeptos, em 2010 só 68 deputados eram apoiantes do
Benfica, contra 59 do Sporting e 41 do Porto.
De um modo
também lógico, e que ajuda a explicar a idiotice dos 6 milhões, em 4º lugar
apareciam os deputados sem clube, que se cifravam em 16.
Depois,
Académica (10) Boavista e Belenenses (5) Guimarães e Setúbal (3) e mais 13
clubes seguiam por ordem decrescente mas, curiosamente, nenhum dos 230
deputados tinha o apregoado 3º grande (Braga) como clube do coração.
Meras
curiosidades, mas não deixam de ser sintomáticas.
Como disse
anteriormente desconheço a actual tendência, mas no que diz respeito ao Governo
a história continua.
Se o laranja
foi a cor partidária escolhida para guiar os destinos do país, esta não teve
nada a ver com a camisola alternativa do Sporting, pois os benfiquistas continuaram
com as rédeas do país.
O benfiquista Sócrates
deu lugar ao também adepto encarnado Passos Coelho.
Com o
desgoverno do país, não seria difícil encontrar este paralelismo.
Nos últimos
tempos ficámos também a saber que o coração de Vítor Gaspar palpitava por igual
clube, e o homem ficou tão transtornado com o final de época que deu conta da
azia numa intervenção pública.
O que vale é
que houve uma chicotada psicológica e o responsável pelas finanças acabou por
abandonar o clube, ele que até se tinha queixado da meteorologia para justificar os
insucessos.
É mesmo coisa
à portuguesa.
No topo da hierarquia
não podia faltar um sportinguista.
Paulo Portas,
bem ao estilo sportinguista, também parece querer criar alguma instabilidade
interna, mas antes de sair parece-me que ainda quis lançar uma farpa ao rival.
Ao saber que
se aproximava do país Evo Morales, o atento Portas impediu que o avião fizesse
uma escala técnica ou, sequer, que sobrevoasse o nosso espaço aéreo.
Deve ter
pensado que se tratava de mais um reforço para o Benfica vindo, naturalmente, da
América do Sul.
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