quinta-feira, 4 de julho de 2013

Não contem com Morales

Porque tantas vezes desporto e política andam de braço dado, o presidente Bruno de Carvalho almoça (ou será janta?) hoje com os deputados simpatizantes do Sporting, numa iniciativa comum entre os grandes clubes portugueses.
Pelo que me foi dado a entender, o repasto não terá lugar na Assembleia da República, ao contrário de um outro líder que é recebido anualmente com honras de chefe de estado, contrariamente ao que o bom senso aconselharia, mas já constatámos que neste país de brandos costumes o crime compensa.

Não disponho dos números relativos a esta legislatura, mas há dois anos atrás, no mandato de José Sócrates, o Benfica não detinha aquela maioria que o seu inchaço faria prever.
Apesar de proclamarem 6 milhões de adeptos, em 2010 só 68 deputados eram apoiantes do Benfica, contra 59 do Sporting e 41 do Porto.
De um modo também lógico, e que ajuda a explicar a idiotice dos 6 milhões, em 4º lugar apareciam os deputados sem clube, que se cifravam em 16.
Depois, Académica (10) Boavista e Belenenses (5) Guimarães e Setúbal (3) e mais 13 clubes seguiam por ordem decrescente mas, curiosamente, nenhum dos 230 deputados tinha o apregoado 3º grande (Braga) como clube do coração.
Meras curiosidades, mas não deixam de ser sintomáticas.

Como disse anteriormente desconheço a actual tendência, mas no que diz respeito ao Governo a história continua.
Se o laranja foi a cor partidária escolhida para guiar os destinos do país, esta não teve nada a ver com a camisola alternativa do Sporting, pois os benfiquistas continuaram com as rédeas do país.
O benfiquista Sócrates deu lugar ao também adepto encarnado Passos Coelho.
Com o desgoverno do país, não seria difícil encontrar este paralelismo.
Nos últimos tempos ficámos também a saber que o coração de Vítor Gaspar palpitava por igual clube, e o homem ficou tão transtornado com o final de época que deu conta da azia numa intervenção pública.
O que vale é que houve uma chicotada psicológica e o responsável pelas finanças acabou por abandonar o clube, ele que até se tinha queixado da meteorologia para justificar os insucessos.
É mesmo coisa à portuguesa.
No topo da hierarquia não podia faltar um sportinguista.
Paulo Portas, bem ao estilo sportinguista, também parece querer criar alguma instabilidade interna, mas antes de sair parece-me que ainda quis lançar uma farpa ao rival.
Ao saber que se aproximava do país Evo Morales, o atento Portas impediu que o avião fizesse uma escala técnica ou, sequer, que sobrevoasse o nosso espaço aéreo.
Deve ter pensado que se tratava de mais um reforço para o Benfica vindo, naturalmente, da América do Sul.




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