Sporting - Kitchener. Comentário e resumo do jogo.

Faz amanhã um ano que começava uma época leonina que viria a trazer enormes decepções. 

Num encontro que encerrava algumas expectativas pois, por aquela altura, alguns diziam que o Sporting tinha o melhor plantel dos últimos anos, o Sporting perdeu com o Charlton (uma equipa que tinha subido ao 2º escalão de futebol inglês) e deixava no ar péssimos augúrios.

Zero golos, zero futebol mas, promessas de trabalho e pedidos de paciência.

O resto é o que se sabe, mesmo que alguns tenham teimado em dar crédito, durante largos meses.

A época que há pouco começou teve ontem um jogo de muito menor grau de dificuldade, a acreditar na descrição da desconhecida equipa canadiana (KW United, clube da quarta divisão, formado por jogadores amadores e universitários).

No entanto, apesar da aparente fragilidade e amadorismo adversário, o resultado foi curto e sofrido.

Apesar de que, tal como no ano transacto, devamos acolher com cautela e naturalidade tudo o que for acontecendo na pré-época, há algo que marca uma diferença significativa.

Enquanto a época passada era pintada, um ano mais, de altas expectativas e renovada esperança,a presente época será o ano zero de uma nova realidade.

Mesmo que alguns ainda sonhem e acenem com o título, ambições a que o clube nos habituou.

Quanto ao encontro, pouco mais sabemos que o resultado.

Foram surgindo, nos jornais online, os momentos chave do jogo, mas dada a curiosidade de milhares de adeptos leoninos que aguardavam, com impaciência, que o jogo tivesse transmissão televisiva, soube a muito pouco.

Já que falo nos media, é curioso verificar a consideração que alguns meios de comunicação nutrem pelo clube.

A contrastar com a euforia, cada vez que o rival Benfica dá (ou não) sinais de vida, está a apatia e desconsideração para com o Sporting.

Se há dias relevavam a euforia dos adeptos encarnados em terras suíças, e descreveram minuciosamente os estados de alma de jogadores e espectadores, o primeiro jogo do Sporting em terras canadianas teve um tratamento algo diferente.

Dizia ontem à noite, o Record e O Jogo:

"É um recinto sem bancadas, e por isso os espetadores espalham-se em redor de uma pequena vedação. Muitos adeptos procuraram autografos dos jogadores, sem sucesso."

"Poucos espectadores no Budd Park, não mais de cinco centenas, mas há quem tenha feito mil quilómetros só para ver jogar o Sporting."

"A expectativa das cerca de 500 pessoas, na sua larga maioria emigrantes, que se deslocaram à modesta cidade de Kitchener para ver o Sporting jogar, não correspondeu, minimamente, à atitude revelada pela equipa de Leonardo Jardim ao longo de... 75 minutos."

Como se pode verificar pelas imagens, não só os 500 adeptos estariam multiplicados por 4, como o campo ganhou bancadas, subitamente.

Já os jornalistas canadianos, pouco habituados ao sectarismo português, falavam em números bem superiores, como se pode constatar na peça gravada durante o aquecimento das equipas.

CTV News (clicar)

É curioso constatar os adjectivos e o relevo que dão ao nosso clube, colocando-lhe rótulos que até alguns sportinguistas terão dificuldade em reconhecer.

Ainda relativamente ao jogo perante a desconhecida equipa, as expectativas de alguns adeptos era tanta que havia quem exigisse 10-0...15-0.

É à vontade do freguês.

Para os mais pessimistas, devo recordar que estes jogos têm uma relevância de tal ordem que o Manchester United perdeu o seu 1º jogo, contra um ajuntamento de jogadores tailandeses, e não me parece que isso seja suficiente para haver suicídos em massa.

Alguns adeptos leoninos sofreram como se de uma eliminatória europeia se tratasse, e este ano nem sequer temos disso. Claro está que acaba por ser compreensível porque a verdade é que, para um sportinguista, qualquer jogo é para ganhar.

Para os nossos atletas também deveria assim ser.

Fica o resumo exibido pela RTP onde, curiosamente, o número de adeptos parece ter estagnado.