Depois do que pudemos ler nos anteriores três jogos de preparação, finalmente pudemos ver o novo Sporting.
Obviamente
(quase) todos os sportinguistas terão ficado satisfeitos com o
resultado e, em grande medida, com a exibição, mas ainda é muito cedo
para tecer grandes considerações.
Também
era cedo há um ou dois jogos atrás, mas parece ter havido muita gente
que não se inibiu de crucificar alguns dos novos jogadores, sem sequer
ter sido necessário visualizar os encontros disputados.
Refiro-me, entre outros, a Maurício.
No
entanto, não vou colocá-lo num pedestal porque, como acabo de dizer, é
necessário tempo...e jogos, para saber com o que podemos contar.
A
impetuosidade que colocou em cada lance do jogo de hoje fê-lo marcar
pontos, mas pode no futuro vir a causar alguns problemas à equipa.
Quem
também se exibiu a nível elevado foi Patrício, que poderá até deixar
saudades a quem nunca se convenceu que é, actualmente, o melhor
guarda-redes português.
Dier
foi outro com uma exibição muito regular e positiva, tal como toda a
defesa, mesmo que na segunda parte tenham concedido alguns espaços que,
contra uma equipa com outra eficácia, teríamos sofrido certamente um ou
outro golo.
No meio campo imperou William Carvalho ou, como teimaram em chamar-lhe, William Eduardo.
Durou 90 minutos, mas dá ideia que seria o último a cair para o lado, se o jogo não tivesse fim.
André Martins e Adrien também se exibiram a bom nível, mas andaram quase todo o tempo a correr atrás da bola.
Já Cissé terá que esperar por outro jogo, para mostrar o que tem para oferecer.
Após o intervalo, tivemos oportunidade de ver um Marcelo menos seguro que o nosso nº 1, e explica o porquê da hierarquia.
Wilson
Eduardo (ou será Wilson Carvalho?) e Esgaio entraram também com enorme
vontade de mostrar serviço, e pode-se dizer que as suas actuações
tiveram também nota positiva.
Das
poucas actuações menos conseguidas terá sido Rinaudo, a léguas daquele
jogador que me deixou empolgado no seu primeiro ano de leão ao peito.
Complicativo, faltoso, terá vida difícil no 11, caso William...Eduardo mantenha o nível apresentado hoje.
Montero
também não pôde sobressair na estreia, em virtude da equipa estar
encolhida e quase não ter saído do seu meio campo, no tempo que o
colombiano esteve em jogo.
Carrillo
ainda ameaçou começar a complicar o fácil mas, de repente, parece que
se apercebeu que está a jogar noutro Sporting, com outra mentalidade e
modelo de jogo. Mostrou que pode vir a ser útil.
Fokobo
rendeu Maurício e, apesar da natural quebra da equipa e do crescimento
final dos bascos, demonstrou maturidade anormal para a idade.
Em suma, o grande destaque do Sporting 2013/14 vai, uma vez mais, para a atitude da equipa.
Fica a ideia que, com a garra demonstrada, os novos reforços terão que se esforçar muito para conseguir entrar nesta equipa.
Com
a qualidade individual existente no plantel, e com o querer uma vez
mais demonstrado, a equipa lutará certamente pelo 3º lugar.
O
problema poderá surgir caso não se imprima esta dinâmica, em jogos onde
julguem que poderá ser mais fácil atingir os objectivos.
No entanto, uma última observação.
Hoje
estiveram em confronto um nome consagrado do futebol europeu (Sporting)
e um semi-conhecido no Velho Continente mas, em termos práticos, o
Sporting actual nada tem a ver com o estatuto que angariou, desde a sua
fundação.
Apesar
da exibição poder ser considerada positiva, eu, que desde sempre me
recordo de ver um Sporting dominador e personalizado, ainda tenho alguma
dificuldade em habituar-me a um Sporting que é dominado (mesmo em
casa), por uma equipa europeia mediana, mesmo tendo em consideração
todas as condicionantes.
Mas isto terei que ser eu a resolver, ou quem também ainda viva de memórias bem presentes.
Eu
sei que o futebol espanhol ganhou um ADN próprio, em que qualquer
equipa sabe o que fazer à bola e obriga os adversários a correr
desenfreadamente atrás dela mas, dado que nos últimos anos o Sporting
tem perdido o controlo dos jogos, até para adversários nacionais sem
qualquer estatuto, terei que esperar e saber que Sporting teremos na
esmagadora maioria dos jogos da próxima época.
Só uma precisão: das duas vezes que enfrentámos este semi- conhecido Real Sociedad para as competições europeias, fomos eliminados...a primeira vez foi há 30 anos...
ResponderEliminarCaro HY
ResponderEliminarHoje já mencionei precisamente esse historial dos jogos entre as duas equipas, bem como algumas características que o clube basco detinha, há 30 anos atrás, em oposição ao seu futebol actual.
Semi-conhecido tem toda a razão de ser.
A Real Sociedad foi campeã em 81 e 82,e depois disso, só por mais duas ou 3 vezes (que me recorde) chegou ao pódio.
Nos últimos 10 anos, esteve 3 épocas na 2ª divisão e na 1ª divisão o melhor que conseguiu foi o 12º lugar. O ano passado foi a excepção, nesta penosa década.
As equipas espanholas conhecidas e reconhecidas por essa Europa fora são o Barcelona, o Real Madrid, o Valência, o Atlético de Madrid. Em segundo plano, por força de boas campanhas europeias recentes, poderemos colocar o Sevilha, o Atlético de Bilbao ou até o Villareal. A Real Sociedad continuará a ser um semi-conhecido, a não ser que nos próximos tempos mudem o paradigma.
É uma equipa que tem 4 títulos (2 campeonatos, 1 taça ,1 supertaça) conseguidos há 30 anos. Nenhum título europeu. Quando comparado com qualquer outro dos que referi, talvez possa perceber porque chamei semi-conhecido. O Sporting também foi eliminado pelos norugueses do Viking, e não é por isso que podem ser considerados melhores ou mais conhecidos que o Sporting. ;) Obrigado pelo comentário. SL