A galinha da
vizinha é sempre melhor que a minha.
Não sendo um
consumidor compulsivo de futebol, vou vendo um ou outro jogo por semana.
Não sendo um
consumidor compulsivo de opiniões sobre futebol, vou lendo um ou outro
comentário por semana.
Ontem,
enquanto assistia ao Sporting-Estoril, dei por mim a recordar-me de muito do
que foi sendo escrito acerca de alguns jogadores.
Mesmo que o
futebol não seja uma ciência exacta e que os jogadores estejam sujeitos a
imensos factores que alteram o seu rendimento, foi curioso verificar a
performance de alguns jogadores que ontem evoluíram em Alvalade.
Foi curioso
verificar o tormento por que passou Emídio Rafael, cada vez que Carrillo lhe
aparecia pela frente. Formado no Sporting, um ou outro bom jogo levaram muitos
a considerar que foi mais um bom jogador que o clube não soube aproveitar.
No lado
oposto, Jefferson chegou na presente época a ser apelidado de gordo, e que o
Sporting teria ido pescado ao Estoril o peixe mais pequeno, tendo ficado os
nossos rivais com o peixe graúdo.
Penso que se
estariam a referir a Steven Vitória, a Carlos Eduardo, a Evandro ou a Licá…todos
com carreiras de sucesso, como se sabe.
Quem também
ontem borrou a pintura foi Diogo Amado. É verdade que já actuou a muito bom
nível, principalmente na época passada, mas o ex-júnior leonino por que muitos sportinguistas
suspiraram pelo seu regresso há uns meses atrás voltou a exibir-se a um nível
muito abaixo do exigível.
Já Anderson
Esiti nunca jogou no Sporting, mas durante meses foi associado ao nosso clube, quando
ainda jogava no Leixões, apontado como possível substituto de William Carvalho.
Pois pelo
que se pôde ver ontem, jogou incomparavelmente melhor William ao pé-coxinho do
que o esforçado nigeriano.
Também segui
atentamente as correrias desenfreadas de Kléber, por quem os sportinguistas choraram
baba e ranho. O brasileiro foi mais um dos que nos fugiu por entre os dedos, indo
parar às malhas apertadas de um clube lá do Norte. Nunca terá sido aplaudido em
Alvalade, como aconteceu a Rúben Micael, mas talvez porque nunca se tenha
proporcionado essa possibilidade.
No banco
esteve sentado Afonso Taira, outro ex-leão.
Com apenas
14 minutos jogados neste campeonato, seria difícil fazê-lo ontem, mas também
ele me fez recordar o que li sobre a sua dispensa, considerada por muitos como
incompreensível.
Aos 22 anos ainda vai a tempo de uma carreira interessante, principalmente se
alguém reparar nele. Sem jogar vai ser mais complicado.
Na derrota caseira
com o Estoril de Marco Silva, no último jogo da temporada passada, muitos foram
os que disseram que o jovem treinador assentaria que nem uma luva no nosso
clube.
O futebol de
posse de bola, descomplexado e alegre desse e outros jogos contrastava com o estilo
muito mais pragmático e acanhado de Leonardo Jardim.
Foi feita a
vontade a muitos, mas rapidamente se voltou a preferir a galinha do Mónaco, com
o seu futebol de 1-0, e pouco dado a cativar os adeptos. Sempre seria
preferível ao Sporting de Marco Silva que se apresentou em Guimarães e onde
sofreu a única derrota do campeonato.
Nesse infeliz
dia, qualquer Anderson Esiti ou Kléber voltaria a ser uma apetecível galinha.
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