domingo, 4 de janeiro de 2015

A galinha da vizinha

A galinha da vizinha é sempre melhor que a minha.

Não sendo um consumidor compulsivo de futebol, vou vendo um ou outro jogo por semana.
Não sendo um consumidor compulsivo de opiniões sobre futebol, vou lendo um ou outro comentário por semana.

Ontem, enquanto assistia ao Sporting-Estoril, dei por mim a recordar-me de muito do que foi sendo escrito acerca de alguns jogadores.
Mesmo que o futebol não seja uma ciência exacta e que os jogadores estejam sujeitos a imensos factores que alteram o seu rendimento, foi curioso verificar a performance de alguns jogadores que ontem evoluíram em Alvalade.
Foi curioso verificar o tormento por que passou Emídio Rafael, cada vez que Carrillo lhe aparecia pela frente. Formado no Sporting, um ou outro bom jogo levaram muitos a considerar que foi mais um bom jogador que o clube não soube aproveitar.
No lado oposto, Jefferson chegou na presente época a ser apelidado de gordo, e que o Sporting teria ido pescado ao Estoril o peixe mais pequeno, tendo ficado os nossos rivais com o peixe graúdo.
Penso que se estariam a referir a Steven Vitória, a Carlos Eduardo, a Evandro ou a Licá…todos com carreiras de sucesso, como se sabe.
Quem também ontem borrou a pintura foi Diogo Amado. É verdade que já actuou a muito bom nível, principalmente na época passada, mas o ex-júnior leonino por que muitos sportinguistas suspiraram pelo seu regresso há uns meses atrás voltou a exibir-se a um nível muito abaixo do exigível.
Já Anderson Esiti nunca jogou no Sporting, mas durante meses foi associado ao nosso clube, quando ainda jogava no Leixões, apontado como possível substituto de William Carvalho.
Pois pelo que se pôde ver ontem, jogou incomparavelmente melhor William ao pé-coxinho do que o esforçado nigeriano.
Também segui atentamente as correrias desenfreadas de Kléber, por quem os sportinguistas choraram baba e ranho. O brasileiro foi mais um dos que nos fugiu por entre os dedos, indo parar às malhas apertadas de um clube lá do Norte. Nunca terá sido aplaudido em Alvalade, como aconteceu a Rúben Micael, mas talvez porque nunca se tenha proporcionado essa possibilidade.
No banco esteve sentado Afonso Taira, outro ex-leão.
Com apenas 14 minutos jogados neste campeonato, seria difícil fazê-lo ontem, mas também ele me fez recordar o que li sobre a sua dispensa, considerada por muitos como incompreensível. 
Aos 22 anos ainda vai a tempo de uma carreira interessante, principalmente se alguém reparar nele. Sem jogar vai ser mais complicado.


Na derrota caseira com o Estoril de Marco Silva, no último jogo da temporada passada, muitos foram os que disseram que o jovem treinador assentaria que nem uma luva no nosso clube.
O futebol de posse de bola, descomplexado e alegre desse e outros jogos contrastava com o estilo muito mais pragmático e acanhado de Leonardo Jardim.
Foi feita a vontade a muitos, mas rapidamente se voltou a preferir a galinha do Mónaco, com o seu futebol de 1-0, e pouco dado a cativar os adeptos. Sempre seria preferível ao Sporting de Marco Silva que se apresentou em Guimarães e onde sofreu a única derrota do campeonato.
Nesse infeliz dia, qualquer Anderson Esiti ou Kléber voltaria a ser uma apetecível galinha.

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