A Academia do Sporting tem estado no olho do furacão na sequência de
resultados desportivos que não se coadunam com a sua curta história.
Além disso, também pelo facto de não se perspectivar qualidade
desportiva em muitos dos jovens atletas que vestem as nossas cores.
Como não bastassem todos os problemas que o clube foi coleccionando, o
fungo que tomou conta da Academia foi quase a gota de água que faria qualquer
copo transbordar.
Claro está que muitas são as atenuantes que poderiam amainar algumas
das críticas, quase todas elas já faladas aqui e ali.
Pouco interessa se o Barcelona B e a consagrada La Masia, uma das
grandes escolas do Mundo, é a última das equipas B representadas nos campeonatos
profissionais espanhóis, e quase em zona de descida. O que interessa realmente
é que a lampionagem está à nossa frente na II Liga.
A própria filosofia da Academia catalã poderia ajudar a explicar que,
por muita exigência e qualidade possam existir nos processos, a maioria talvez
não chegue lá, como se pode inferir pelas palavras de Folguera:
“Este centro formativo dedica-se
fundamentalmente à construção humana e pedagógica. Aqui formamos homens e não
atletas. Queremos que estejam cientes que é difícil chegar à elite e, caso o
desporto não os ajude, possam ir para casa e dizer: ‘O Barcelona cuidou de mim,
estudei e agora tenho um curso universitário”.
Pouco interessa se, contra muitas expectativas e contrariando o enorme
ruído de fundo, continuam a ser lançados jogadores da equipa B no plantel
principal. O que realmente interessa são todos os outros que ainda não
atingiram nem nunca atingirão esse patamar.
Já para não falar da equipa de Sub 17 que falhou estrepitosamente o
acesso à fase final do campeonato. A equipa com o melhor ataque e a melhor
defesa acabou por ficar a um golo ou um ponto de afastar o fantasma que continua
a pairar sobre Alcochete.
A mais recente convocatória para um estágio de observação de sub19
pode ajudar a confirmar que mudou o paradigma na formação. Nove atletas da
lampionagem, contra apenas 3 do sporting podem ser os novos ares ou, apenas,
uma má geração leonina.
A juntar-se aos preocupados adeptos leoninos estão alguns insuspeitos
e sempre coerentes jornalistas.
Se antes elevavam à categoria de pepita de ouro qualquer calhau que
fosse desenterrado nos terrenos da Academia, agora fazem o mesmo com os calhaus
do Seixal.
Temos podido assistir ao interminável desfilar de nomes que poderão
dominar o futebol mundial nas próximas décadas, onde o denominador comum é o
centro de treinos ali a caminho da Arrentela.
Hoje, por exemplo, ao vasculhar notícias nas páginas da internet,
fiquei estarrecido ao saber que Ivan Cavaleiro tinha sentado Dani Alves e
Piqué, no recente confronto entre o Deportivo e o Barcelona.
A notícia adianta que o prodígio humilhou o defesa brasileiro, e que
estava a ser o melhor da equipa ao ser substituído, o que valeu uma enorme
assobiadela por parte dos exigentes adeptos da Corunha.
Tinha que tirar isto a limpo.
Fui ver o vídeo. É de facto uma jogada que poderá ficar não só nos
anais da competição, como inclusivamente do futebol mundial. Foi pena que não
tivesse dado golo…nem sequer que se tivesse aproximado da área, mas Ivan deverá
ter anotado o evento no seu diário para mais tarde contar aos netos. A goleada
caseira é um facto de somenos importância, perante jogada tão sublime.
Também fui ver o que dizia o diário Marca relativamente ao jogo.
Cavaleiro levou nota 5, a pior dos que pisaram o relvado de Riazor,
apenas igualado por mais um par de colegas de equipa.
Estes jornalistas espanhóis não percebem nada do assunto.
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