O Sporting é,
historicamente, a maior potência desportiva nacional.
No actual momento não,
nem sequer estamos perto de o ser.
Mas não vem mal nenhum
ao mundo (nem sequer é uma inverdade) mencionar o estatuto que granjeámos durante
décadas a fio, mesmo que o eco desses tempos já se tenha apagado há muito.
Os grandes clubes têm
momentos de obscurantismo, de má política desportiva, sem que isso lhes retire
o mérito nem o palmarés.
A lampionagem, por
exemplo, apesar de ter passado por um jejum que lhe colou a barriga às costas,
não deixou de se autoproclamar como o maior clube português, mesmo que os
corruptos dominassem o panorama desportivo nacional nesse período.
Apesar de ainda
dominarmos algumas modalidades menos mediáticas, a verdade é que aquelas que
recolhem a preferência e atenção dos adeptos e media estão longe…muito longe de
saciar a ambição dos sportinguistas.
Muitos deles que,
apesar de nem serem grandes entusiastas das “amadoras”, acabavam por se
refugiar nelas para branquearem a histórica e quase eterna subalternização no
futebol.
O andebol leonino há
muito que não saboreia o título e, inclusivamente, perdeu a que chegou a ser uma
folgada hegemonia no quadro de títulos nacionais.
O hóquei cruzou o
deserto e recupera lentamente dessa longa travessia.
O basquetebol também
renasce das cinzas, a um ritmo ainda mais lento, mas ansioso por outra atenção
por parte do clube.
O ténis-de-mesa apenas
venceu um campeonato nas últimas 5 épocas e também está longe dos passeios
triunfais de outros tempos.
O atletismo está em
desinvestimento galopante e apenas a pista feminina vai contrariando o vazio de
títulos que está em fermentação.
Depois temos o futsal,
que contraria toda esta tendência, bem como a natação, judo e outras
modalidades de combate que vão dando alegrias aos menos distraídos.
O panorama não é nada
animador, é certo, mas o horizonte fica ainda mais sombrio porque o visível
definhar é acompanhado pelo crescimento exponencial da lampionagem.
É que o histórico
estatuto de maior potência desportiva nacional foi sempre acompanhado pela
histórica rivalidade, que entorpece ainda mais a visão.
Assim, o compreensível
estado depressivo dos que seguem as modalidades está umbilicalmente associado
ao facto dos rivais nos terem empurrado do lugar a que nos habituámos a ocupar.
Poucos se mostrariam
preocupados com o lento regresso do basquetebol se este continuasse dominado
pelo Estrelas das Avenidas ou pelo Queluz.
Ou se o ABC
tivesse mantido a sua supremacia no andebol, talvez as taças que a secção tem arrecadado
tivessem outro sabor.
Se as provas de
estrada em atletismo tivessem ainda a Conforlimpa ou o Maratona a ditar a lei
do mais forte, a "não vitória" de hoje seria encarada com menos sofrimento.
Na época passada a
vitória do Valongo no campeonato de hóquei em patins alegrou quase tantos sportinguistas
quanto a nossa permanência na primeira divisão.
A actual
secundarização no ténis-de-mesa ainda vai sendo encarada com naturalidade. Os
orçamentos açorianos não permitem sonhar muito mais além, mas se a lampionagem
decidir apostar a sério nesta modalidade estará o caldo entornado.
Para piorar o cenário
ainda eclode o mau momento da aclamada e reconhecida academia leonina.
Apesar da evidente
falta de qualidade na globalidade de um ou outro escalão, o “resultadismo”
parece ter tomado conta do espírito de alguns adeptos, tendo-se esquecido momentaneamente
do principal objectivo.
Formar jogadores.
Formar vencendo seria
o ideal…mas não o essencial.
A equipa de juvenis do Sporting ficou fora da fase final da competição, onde também o Braga…actual campeão nacional de juniores, não figurará. Em seu lugar irá o Palmeiras, equipa satélite que jogou
com os juvenis de primeiro ano, enquanto os bracarenses jogaram com os de
segundo.
Distraíram-se.
Mas, a quem interessa o Braga, os seus sucessos ou os seus erros?
Já os outros...!!!
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