Tenho que começar pelo fim, porque o que fica para a história e para o decurso da eliminatória é o resultado.
Mesmo
que saibamos que os jogos duram 90 minutos, e que já por diversas vezes
beneficiámos deste factor, o certo é que dói passar de uma situação
bastante confortável para um resultado que comporta elevado risco.
Soube-nos
a ginjas quando em Alkmaar fizemos a festa depois da hora e quase tão
saboroso, também, quando eliminámos o Twente, também com Rui Patrício
como protagonista.
A grande diferença é que ainda estamos no intervalo da eliminatória, ao contrário desses golos misericordiosos.
Tem
que dar-se mérito a uma equipa desconhecida para muitos, mas que com
intérpretes de elevada qualidade técnica comportava um duelo de
dificuldade acrescida. O percurso destes ucranianos na Europa não é obra
do acaso, mas a segunda parte do Sporting fez acreditar que a noite
poderia ter sido perfeita.
Se
a primeira parte foi bastante descolorida, em parte por demérito nosso,
o certo é que a posse de bola e aparente superioridade do Metalist
também não se traduzia em oportunidades de golo.
Um
par de remates, de ambas partes, era fraco rendimento para equipas que
precisavam de fazer algo para justificar o seu estatuto.
O
Sporting que ganhava consecutivamente em casa, para as provas
europeias, há seis jogos, defrontava uma equipa que não sabia o que era
perder fora esta época, também na Europa.
A
balança pendeu para o lado verde e branco, felizmente, mas agora terá
que tentar inverter a tendência recente de perder, fora de portas, o que
se afigura tarefa complicada.
A
segunda parte trouxe um Sporting transfigurado, atitude que se notou
logo nos primeiros segundos, quando as incursões e a agressividade
incutida inclinaram o campo para a baliza adversária.
As
situações de perigo começam a empolgar o fantástico e numeroso público
presente em Alvalade (perto de 41 mil), mas também a própria equipa, que começou a
acreditar no seu valor.
O golo de Izamilov, aos 51 minutos, era o corolário do assédio à baliza adversária, e a culminar uma jogada de canhotos.
Esse
lance trouxe maior tranquilidade à equipa, que passou a trocar a bola
com outra objectividade. As arrancadas de Matias iam pondo em
sobressalto a defesa contrária, mas do lado ucraniano a explosividade de
Taison só a muito custo e sacrifício era parada.
O
segundo golo, num livre de Insua, levou-nos às portas do paraíso, e
poderia obrigar a férrea defesa ucraniana a abrir um pouco mais, pois
teria que ir em busca de um golo.
No
entanto, a condição física dos nossos desequilibradores e o amarelo a
Carriço, um gigante que hoje se plantou no nosso meio-campo, fizeram o
jogo pender para o nosso campo e perdermos a capacidade de gestão da
posse de bola.
Apesar
de Renato Neto ter estado globalmente bem, notou-se sobremaneira a
forma menos intensa de abordar determinados lances, o que começou a
causar alguns calafrios junto à nossa área.
As
substituições poderiam ter causado um desequilíbrio maior na
eliminatória, pois a velocidade de Jeffren e Carrillo, em detrimento de
Izma e Capel, poderiam dinamitar a defesa contrária, mas tal
infelizmente não veio a acontecer.
Foi
numa das muitas incursões pelo meio, e na incapacidade para ocupar um
determinado espaço, que ocorreu o remate frontal que proporcionou mais
uma fantástica defesa de Patrício, que no entanto acabaria por cometer
penalti, numa abordagem precipitada pois o controle de bola de Devic não
foi o mais correcto.
Foi
uma pena para o Sporting, para os seus devotos adeptos e também para
Patrício, que deveria ficar na memória pela relevante exibição, mas pode
ter ficado ligado ao futuro da eliminatória.
Após
o golo, já após o minuto 90, o treinador do Metalist deu claras
indicações que este era um resultado do seu agrado (obviamente) e
inclusivamente operou uma substituição para queimar tempo.
O apito final fez-se ouvir , com esse sabor agridoce da vitória pela margem mínima.
Uma
história completamente diferente será a da segunda mão. Não há jogos
iguais, mas são várias as condicionantes para esse jogo, que esperemos
nos conduza ao mais que provável duelo com o Bilbao.
Logo
à partida, o estado do relvado não deverá ser o propício para equipas
técnicas, mas convém recordar que a própria equipa do Metalist, fruto do
seu sotaque sul-americano, fundamenta o seu jogo nessas capacidades.
O ambiente, obviamente, será adverso, mas o Sporting tem que estar preparado para suportar essa pressão.
Contudo,
a ausência de Carriço vai ser a nossa maior dor de cabeça, mas a nossa
"Aspirina" poderá ser a ausência da dupla de centrais que hoje jogaram
em Alvalade.
Torsiglieri e Papa Gueye não poderão figurar no onze adversário, e esperemos que o Sporting saiba aproveitar esta ausência.
É que marcar golos em Karkhiv é quase obrigatório.
Fui vendo e ouvindo o jogo, pelo que vi o Metalist é uma equipa muito interessante, com muitos jogadores "latinos" mas a praticar um jogo muito musculado adocicado com a inerente técnica, pelo que ouvi (Antena 1) diziam que o respeito do scp pelo adversário era em demasia... fiquei sem perceber se a táctica era mesmo essa, fazer a acreditar aos ucranianos que estávamos receosos e na 2ª parte "dar cabo deles". O que é certo é que no início da 2ª parte marcou-se o golo e tudo foi diferente, podíamos ter chagado aos 3-0, mas ficámo-nos por um resultado diferente... o Metalist é uma equipa muito boa, gostei, mas penso que com a impossibilidade de jogarem os dois centrais, teremos mais vantagens pois é o seu ponto fraco. O jogo de contacto físico não encaixa no Matias, levou a primeira e retraiu-se, com a entrada do Neto tudo foi diferente... não sei... estou com dúvidas para a 2ª mão, mas como sou sportinguista estou também optimista... assim como assim ninguém esperava que fossemos fazer o jogo que fizemos no City... CM
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