O jornal O Jogo faz hoje uma interessante comparação entre o poderio económico do Sporting e do Manchester City.
A edição online do diário desportivo diz o seguinte.
"As diferenças entre Manchester City e o Sporting são
evidentes, mas podem ser quantificadas, de forma a ilustrar o grau de
dificuldade que aguarda o Sporting nesta primeira mão dos
oitavos de final da Liga Europa. Os ingleses pagaram - e pagam - muito
para poderem contar com alguns dos nomes mais sonantes do futebol
mundial, mas vivem numa dimensão que, financeiramente, nada tem
a ver com a realidade do Sporting e do mercado português. Para
que se perceba a diferença, os custos com o pessoal - leia-se,
salários de jogadores -, são quase quatro vezes
superiores no adversário dos verdes e brancos - M€ 170,
face aos M€ 29,7 dos leões, de acordo com os
relatórios relativos à época de 2010/11 e, segundo
avaliações independentes, o valor acumulado dos jogadores
de cada plantel acentua a diferença. O de Roberto Mancini vale
mais do triplo daquele que Ricardo Sá Pinto irá orientar:
M€ 467, contra os M€ 136 que representam a
avaliação dos ativos de Alvalade.
Aliás, bastam apenas os valores relativos das três
maiores estrelas dos milionários britânicos para quase
cobrir a avaliação de todo o plantel do Sporting: juntos,
Kun Aguero (M€ 47), David Silva (M€ 46) e Yaya Touré
(M€ 35) valem 128 milhões de euros.
Claro que a diferença também se estende à
capacidade de gerar receitas - 170 milhões em proveitos
operacionais do City em 2010/11, face aos 29,7 milhões do
Sporting em idêntico período -, ou à taxa de
ocupação dos lugares do estádio em jogos do
campeonato: 99 por cento para os ingleses e 63,4 por cento para a
formação lusa. Só a dimensão de cada
recinto reduz a diferença nas assistências médias
na principal competição doméstica: 33 007 adeptos,
em média, em Alvalade, em 2011/12, enquanto o rival de turno
alberga 47 042 no seu estádio, que tem uma lotação
máxima de 47 426 em jogos domésticos."
Ao olharmos para estes dados comparativos, a
sensação de pequenez, ou de grandeza relativa, adensa-se. Já lá vão os
tempos em que os adeptos sentiam no Sporting capacidade para ombrear com
qualquer adversário. No entanto, é sabido que os orçamentos não ganham
campeonatos, nem tão pouco troféus, a menos que instituam a taça ao
melhor orçamento.
O Braga, ultimamente, tem-se infiltrado na luta
pelos primeiros lugares, e é conhecida a diferença abismal para os seus
concorrentes directos. Mas, se quisermos fazer a analogia
relativamente a uma eliminatória, ou a um só jogo, basta pensar na
Académica, que eliminou o inalcansável Porto ou, porque não, pensar no
orçamento de 2M€ do Setúbal que envergonhou os referidos milhões do
Sporting.
Sabemos que algumas das figuras do City não
deixam o estatuto em casa, e por isso comandam o campeonato inglês, bem
como praticam um futebol de primeira água mas, quem sabe, na próxima 5ª
feira os ares do Sado não tenham refrescado a memória aos nossos
jogadores e também tenham uma atitude guerreira. Se o árbitro espanhol
nomeado para o jogo, Carlos Velasco Carballo, tiver o critério largo da Gralha de Setúbal, então...who knows??!!
A parada de estrelas que desfilará por Alvalade aguça o apetite, mas não será suficiente para, sequer, compor a casa. É que numa rápida incursão pela venda de bilhetes, o panorama é desolador.
Neste momento, pensar em meia casa já só está ao alcance dos mais
optimistas. Pode ser que, entretanto, o sentimento de frustração e
desânimo decorrente de uma época decepcionante, e do mais recente
desaire de Setúbal, se diluam no tempo e que seja possível conferir a
Alvalade o colorido e ambiente que este jogo merece.
Enfim, idiossincracias do futebol moderno, apetece dizer.
ResponderEliminarFutebol moderno em que o que conta são os €... e o resto é paisagem;
Em que o Sporting, de grande, tem apenas a história (alguma);
Em que grandes jogadores só temos na galeria de glórias;
and so on...
Mas é triste.
E não deixo de sentir nostalgia dos tempos em que a visita de um clube de topo significava sempre casa cheia e, também, uma eliminatória discutida até final... lembro-me das visitas do Barça e do Real nas décadas de 80-90... e muitos outros.
Mas já não as visitas recentes do Barça e do Bayern na liga dos milhões e no formato "muda aos 5 e acaba aos 10"... será que 5ª feira temos mais do mesmo?
Não estou optimista... acho que nem o sportinguista mais crente consegue estar?!
Caríssimo
EliminarEfectivamente os tempos são outros, mas se recuarmos pouco antes da teoria dos galácticos, é possível encontrar eliminatórias com Barça e Real em que dificilmente sairíamos envergonhados. No entanto, mesmo com o poderio de 3 ou 4 clubes, não seria normal passarmos por momentos tão negativos como os que referiu. Basta ver que no campeonato alemão, o Bayern não soçobra os adversários com tamanha contundência, mas a nós saiu-nos a fava. Temos algumas debilidades que, realmente, não auguram nada de bom, mas se não formos nós a acreditar que os avançados recomeçarão a marcar golos e os defesas terão um dia sem falhas, quem acredita?? SL