Esta época, um pouco a exemplo de épocas
passadas, tenho evitado ver jogos dos nossos rivais históricos. Tal
deve-se em parte ao facto de estarmos arredados dos objectivos tão
ansiados assim como, também, o quase histórico jogo subterrâneo que estes praticam e que tanto me enoja.
Ontem,
antes do nosso fantástico jogo com o Guimarães, decidi em má hora
quebrar por momentos o que tem sido regra, e assisti a largos minutos do
jogo de Paços de Ferreira.
Ainda
mantinha alguma curiosidade para constatar se o árbitro designado
optaria por algum tipo de boicote, após o ataque que a classe, na pessoa
de Pedro Proença, tinha sido alvo, na passada semana. No entanto, Bruno
Esteves compareceu, submisso e bem comportado.
Quem
pôde presenciar, como eu fiz, a largos minutos da contenda, deu o tempo
por bem empregue. Pudemos assistir ao melhor que Filipe La Féria e
outros encenadores põem em cena, amiúde.
Se
os mergulhadores Aimar e Saviola estiveram arredados do palco
principal, foram secundados por artistas da índole de Maxi, Bruno César
ou Nelson Oliveira, que fazem da arte teatral o seu principal aliado.
Foi vê-los esvoaçar pelo relvado da Mata Real, simulando, caindo,
gritando, numa peça que durou 90 minutos e onde acabaram por provocar
danos colaterais no adversário. Claro está que para poder pôr em prática
tais atributos é necessário alguém com sensibilidade suficiente para
dar nota artística elevada, o que foi o caso do árbitro setubalense.
Mesmo
que tenha havido um penalti claro por marcar contra o Paços, tudo o que
pude assistir dá que pensar, e podemos compreender porque o teatro tem
cada vez menos espectadores. Pudera, vão todos ao futebol.
No fundo eu tenho é inveja que os nossos atletas, se exceptuar uma ou outra queda de Capel, não saibam ludibriar os árbitros.
O futebol é pródigo nestes subterfúgios, e amiúde somos confrontados com equipas que não jogam só com as regras instituídas.
As
equipas matreiras são constantemente premiadas pelo seu desempenho e já
estou cansado de ver atribuído ao Sporting, até pelos seus adeptos, o
epíteto de equipa jovem, inexperiente ou que pratica futebol limpo.
Não
sei se as equipas que praticam deliberadamente este tipo de
estratagemas têm no ADN o seu impulsionador ou, pelo contrário, se são
fruto da estratégia das velhas raposas que comandam os seus destinos.
O caso do Benfica de Jesus é
paradigmático, e a célebre ordem para o guardião Artur se atirar ao chão
e simular uma lesão é disso exemplo.O Barcelona também é,
reconhecidamente, outro clube que, apesar da imensa qualidade
transversal à equipa, recorre a todos os meios para alcançar os seus
fins. Nós já tivemos oportunidade de "saborear" o seu raro oportunismo,
na estreia de Guardiola à frente da equipa, na longínqua época de 2008/09.
Nessa triste derrota por 2-5, vimos ser-nos marcado um golo através de
reposição rápida da bola em jogo, numa fórmula que foi sendo aprimorada
pelos catalães. O Barça usa e abusa deste, como doutros estratagemas
para desequilibrar. É possível até encontrar no youtube um vídeo
relativo ao seu treino de simulações, quedas e lesões.
Por simples curiosidade, coloco um vídeo relativo ao treinador barcelonista, onde é possível constatar que Guardiola não se limita a passear a braçadeira de treinador. Num recente jogo, as suas intervenções são constantes e destaca-se a ordem para Keita celebrar o golo na bandeirola de canto e o ralhete dado a Alexis, pela lesão contraída. Se Pep tivesse a fortuna de treinar Alberto Rodriguez, "la concha de su madre" seria mais conhecida que o Papa.
Por simples curiosidade, coloco um vídeo relativo ao treinador barcelonista, onde é possível constatar que Guardiola não se limita a passear a braçadeira de treinador. Num recente jogo, as suas intervenções são constantes e destaca-se a ordem para Keita celebrar o golo na bandeirola de canto e o ralhete dado a Alexis, pela lesão contraída. Se Pep tivesse a fortuna de treinar Alberto Rodriguez, "la concha de su madre" seria mais conhecida que o Papa.
Na próxima 5ª feira iremos defrontar
uma equipa recheada de vedetas, mas que também podem fazer dos seus
dotes artísticos um importante aliado. Esperemos que os nossos
jogadores, bem como a equipa técnica, saibam estar à altura e precavidos
contra todo o tipo de estratégias.
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