Finalmente fiquei a saber a posição do Sporting relativamente ao alargamento da Liga Zon.
Este
blog já tinha manifestado a sua estupefacção perante esta possibilidade
no dia 13 de Janeiro, logo após a eleição da lista de Mário Figueiredo,
que fez desta medida um dos seus trunfos eleitorais. Claro, comprar
votos com a sedução da permanência garantida ou subida de divisão rende lucros fáceis.
Passado
pouco tempo, Domingos, então treinador do Sporting, punha algumas
interrogações nos benefícios reais mas, acabava por ver com bons olhos esta possibilidade (numa posição obviamente pessoal) pois, segundo me
recordo, poderia dar emprego a mais jogadores e treinadores.
Realmente,
por esta lógica, porque não alargar já para 280?? Com um pouco de
sorte, até eu vou ser adjunto de uma qualquer equipa.
Luís Duque
veio manifestar-se agora contra mais este atentado ao futebol
português, e todos ficaremos à espera para ver se a Federação dará aval à
passagem institucional da Liga Zon de cavalo para burro, ficando o CND
como a função de "desempatas".
Olhando
para os interesses do Sporting, não vejo uma única vantagem do modelo
que querem implementar. O Sporting ficará com mais dificuldades em
agendar os seus compromissos, em preparar os jogos das competições
europeias, em gerir o seu plantel, dado passar a haver mais jogos. As
receitas não irão crescer, pois acrescentarmos ao calendário jogos com o
Moreirense, Aves ou Naval (sem nenhum desrespeito para com estes
emblemas, que foram escolhidos aleatoriamente dos candidatos à subida)
não acarretará qualquer benefício.
No
entanto, independentemente do futebol profissional querer dar mais um
tiro na pata (seja de cavalo ou burro) algo a que nos habituou
ciclicamente, o que mais me confunde é a fórmula encontrada para o
efeito.
Não haver descidas de
divisão ou, até, não colocar os clubes em posição de lutar por
objectivos é uma medida irresponsável e que fará correr muita tinta.
Colocar,
por exemplo, os dois últimos classificados da Liga Zon a disputar um
play-off com os 3º e 4º da Orangina, a exemplo do que sucedeu em Espanha
há algumas épocas era uma medida sensata, para quem defende o
alargamento, e não colocaria a suspeição na ordem do dia, nas jornadas
que faltam disputar.
Alterar as
regras da competição com ela em andamento é pernicioso mas, pior, é que
alguns poderão querer tirar benefícios desta benesse. Sabendo das
dificuldades financeiras que alguns clubes atravessam e a luta titânica
pelo título deste ano, não será de estranhar que passe a haver
incentivos a alguns dos que passaram a não ter nada a perder.
Até poderá tornar-se num autêntico leilão...onde os pequenos poderão dizer "Quem dá mais??!!".
Claro
está que isto sou eu a fazer filmes onde eles não existem, porque
sabemos da lisura e honestidade que é apanágio da nossa sociedade, e do
futebol em particular.
Quanto ao ultimo parágrafo, " elementar, meu caro watson". E a vergonha desportiva continua.
ResponderEliminarCaro Sherlock Gomes
EliminarPode ser que a FPF ainda emende a burrada que se pretende fazer mas, com as ameaças que estão em ebulição, parece que se está a cozinhar mais uma grande caldeirada do futebol português.
Cumps