Apesar da enorme jornada de Manchester, acredito que na maioria dos
espíritos leoninos paira uma grande dúvida sobre que Sporting se
apresentará logo à noite, em Barcelos.
Mesmo que a promessa dos
responsáveis seja de que a atitude e querer se manterão, já há muito nos
habituámos a situações semelhantes, a passar de bestiais a bestas ou do
80 ao 8 em pouco tempo, a dar primeiras partes de avanço ou a andar ao
ritmo do futebol português.
Se não fosse normal esta bipolaridade, então não seria necessário os próprios responsáveis virem proclamar que o Sporting se apresentará com a mesma atitude de 5ª feira.
Estas dúvidas ou suspeitas só serão desfeitas no decurso do jogo,
isto se Bruno Paixão não se armar em protagonista, como tanto gosta, de
modo a que todas as questões técnico-tácticas passem para segundo
plano.
Dúvidas também podem pairar sobre que Gil Vicente fará
frente ao Sporting. Já me daria por satisfeito se fosse um Gil com um
desempenho entre o que nos venceu para a Taça da Liga e o outro a quem
lhes aviámos 6 para o campeonato. Contudo, salvo raras excepções, tal
como o Sporting de duas caras, também os nossos adversários geralmente
têm uma questão psiquiátrica pendente. Quando nos defrontam tentam
sempre fazer o jogo da época, ao passo que se resumem à sua grandeza
quando jogam com os do seu campeonato ou com os outros grandes, dentro e
fora do campo.
Desde a decisiva vitória em Alvalade para a Taça
Lucílio, os gilistas só voltaram a vencer mais uma vez, e nos últimos 4
jogos só lograram um empate, tendo perdido os outros 3 jogos. Estes
números não nos devem fazer esperar facilidades, pois para lá da natural
motivação que, como disse, todos adquirem quando nos defrontam, a nossa
tradição no estádio barcelense deixa muito a desejar.
As
estatísticas existem, é certo, mas só servem para florear a história.
Aliás, até podem/podemos usá-la para contornar ou mascarar outras
certezas. A certeza, contudo, é que não é famosa a nossa performance por
aquelas bandas, como atestam as 6 vitórias em 15 jogos.
6
vitórias, 5 empates e 4 derrotas é o fraco pecúlio de uma equipa grande
perante um adversário de poucos créditos. Só para justificar o que digo,
se compararmos estes números às nossas visitas a Guimarães ( 39 V, 20 E
16 D ) sendo este um adversário de outro gabarito, dá para perceber que
de Barcelos não correm bons ares para as nossas cores.
Como
disse, as estatísticas também podem servir outros interesses, como hoje
atesta a primeira parte do Record: "Treinador foi o pai da última
vitória em Barcelos, há 7 anos, ao marcar 2 golos". Efectivamente, uma
verdade insofismável.
Poderiam também dizer que, daí para cá, só
jogámos na época seguinte (2005-06), com o resultado final a quedar-se
por um empate a 2, após o que os gilistas foram relegados para outros
campeonatos.
O blogue do Núcleo também foi investigar, e descobriu que o Sporting já não vence em Évora, para o campeonato, desde 1965. Sá Pinto ainda não era nascido, pelo que não sabemos quem foi o pai dessa vitória.
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