Mesmo tendo em consideração que o jogo seguinte
é sempre o mais importante, e o Gil Vicente apresenta-se como o próximo
obstáculo a focalizar, a relativa euforia fruto do jogo de ontem, bem
como o sorteio esta manhã realizado, leva-me a dar uma vista de olhos no
Metalist e a tecer algumas considerações.
Apesar
de ainda estarmos a quase duas semanas de distância da recepção aos
ucranianos, um breve relanço pelas variadas opiniões que encontramos no
universo leonino (e não só) dá para perceber o excesso de optimismo com
que se encara esta eliminatória.
Se
bem que, também eu, apontava esta equipa como um dos adversários ideais,
tal não configura que estes sejam a chamada "pêra doce". Esse foi
precisamente o erro que cometeu o City, ao constatar que uns
"desconhecidos" portugueses seriam um pró-forma na sua caminhada até à
final. O facto de também constar das minhas escolhas como adversário
preferencial tem, simplesmente, a ver com ordem de grandeza e peso
institucional. Sabemos as dificuldades genéticas que temos para
enfrentar clubes espanhóis, alemães e italianos, pelo que os dois primeiros não recaíam na normal
escolha que cada um faz, antes de cada sorteio. Além disso, o peso que
estes países têm no seio da UEFA colocam dificuldades adicionais, às
quais umas vezes conseguimos sobreviver mas, na maior parte das vezes,
acabamos por sucumbir.
Espreitando
para o que tem sido a época do Metalist, pouco falta para terem um
percurso imaculado. Na competição interna o lugar que lhes está
destinado continua a ser o 3º, atrás dos históricos D. Kiev e Shaktar,
mas as diferenças pontuais são cada vez menores. Há 7 anos que esta
equipa fica no último lugar do pódio, mas se anteriormente ficava a
15/20 pontos do campeão, actualmente está a 7 pontos e ainda anseia por
se chegar ao 2º lugar, pois ainda tem que receber o Shaktar. A única
derrota no campeonato foi caseira, frente ao provável campeão D. Kiev,
já no longínquo mês de Novembro. Aliás, a derrota é um resultado quase
desconhecido para esta equipa. Somente 3 derrotas em toda a época
atestam a qualidade e o perigo que de Leste advém. A derrota por 1-0
para a Taça da Ucrânia, a referida para o campeonato e a recente da Liga
Europa, com o Olimpiakos, sempre pela margem mínima, devem deixar todos
de sobreaviso.
Nas competições
europeias, apesar de terem começado com um empate caseiro a zero, contra
os franceses do Sochaux, foram ao terreno adversário garantir a entrada
na fase de grupos com um concludente 0-4, com golos dos argentinos
Cristaldo e Sosa (este com passagens por Bayern Munique e Nápoles) e do
brasileiro Taison.
Na fase de grupos foram vencedores incontestados, ao
terminar com 14 pontos, contra os 8 do Az Alkmaar, líder do campeonato
holandês e também presente nesta fase da competição. Empataram os dois
jogos com os holandeses e venceram os outros 4 jogos, com vitórias por
4-1 sobre Malmo e Áustria Viena.
Como é sabido, nos 1/8 de final
desenvencilharam-se do Olimpiakos, proveniente da Liga dos Campeões,
carimbando a passagem com uma vitória em Atenas.
Resta dizer que o
calendário também não é nada favorável ao Sporting, pois o jogo da
segunda mão é na véspera de defrontar o Benfica, para o campeonato,
enquanto os ucranianos têm jogos de dificuldade mínima, na antecâmara do
embate europeu.
Convém também não esquecer que a época do
Sporting já vai em 51 jogos, enquanto o Metalist disputou 36...e ainda
teve a pausa de Inverno, para recarregar baterias.
Feito este
pequeno balanço, talvez seja altura para guardar os foguetes e não
pensar, por antecipação, em Bilbao (ou Shalke, para os mais esquecidos
ou distraídos).
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