Sporting 0 Chelsea 1
O Sporting concedeu a primeira derrota oficial da
época, num jogo onde fiquei com uma sensação agridoce.
O acre, logo à partida, pela derrota e primeira
parte pouco conseguida.
O doce pela entrega e equilíbrio que a equipa proporcionou
na segunda parte.
O início do jogo fez aflorar, a todos os que não
estão afectados por Alzheimer, uma eliminatória de triste memória.
A auto-estrada em direcção à baliza de Patrício
deve ter feito roer as unhas até ao sabugo a muitos adeptos, mas logo aos 2
minutos o guarda-redes do Sporting mostrou que esta noite iria ser destaque na
Europa e que tentaria adiar ao máximo o golo adversário.
O Sporting demorou quase 45 minutos, perante uma
equipa de qualidade e muito bem estruturada em campo, a perceber que do outro
lado estavam seres humanos e não extra-terrestres. Demorou a perceber que
também têm duas pernas e que, perante a maior disponibilidade física, teriam que
dar tudo em campo.
Toda esta diferença física é mais notória quando o
nosso grande motor da época passada continua com rotações de um carro a
gasóleo, tanto na ocupação de espaços como de velocidade de raciocínio.
No entanto a 2ª parte trouxe um Sporting à sua
imagem e grandeza.
Uma equipa sem medo, uma equipa que perdeu o
respeito ao adversário e que equilibrou o jogo em todas as vertentes, mesmo que
Patrício tenha continuado a destacar-se, fruto de uma defesa demasiado subida
que mantinha aberta a via verde da auto-estrada.
Quando o meio-campo não tem capacidade de pressão,
a defesa torna-se um alvo apetecível para jogadores com capacidade de passe e
desmarcação como as demonstradas pela equipa inglesa. Se a esta capacidade
juntarmos uns árbitros auxiliares que por diversas vezes se enganaram na
leitura dos lances, estão reunidos todos os ingredientes para um massacre, mas parecem
não ter contado com um gigante entre os postes.
O Sporting deu tudo o que tinha, e nesse “tudo” continuaram
a manifestar-se fragilidades incontornáveis, como a inexperiência, uma dupla de
centrais demasiado frágil e um William com um preocupante rendimento. Basta
dizer que, à imagem de outros jogos, foi um dos municiadores das principais
jogadas de perigo do Chelsea na primeira parte.
A vitória do Chelsea acaba por ser justa, pela
número de oportunidades claras de golo que dispuseram, mas é impossível fazer
esta apreciação sem referir a triste imagem da arbitragem espanhola que pudemos
observar.
Mateu Lahoz, sempre com um grande sorriso no rosto,
a fazer lembrar os sorrisos de Proença ou de Duarte Gomes, foi-se enganando
sucessivamente para o lado inglês, tirando da cartola algumas decisões que o
tornaram num verdadeiro Feiticeiro de Oz.
Termino com a ideia que, após estes 90 minutos, a
barba de muitos dos nossos jogadores deve ter engrossado uns bons milímetros.
Espero que sirva de alguma coisa no futuro, a nível
interno e externo.
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