sábado, 30 de junho de 2012

À trintena sai mais barato


A agência Lusa noticiou hoje que o Sporting dispensou mais de 30 treinadores, sendo que esta informação logo foi difundida pelas mais variadas publicações. Além dos  treinadores, foram também dispensados os funcionários ligados à formação com contrato a termo ou de prestação de serviços. 
A medida em causa parece não beliscar princípios éticos, de acordo com o documento a que a Lusa alegadamente teve acesso.
Os funcionários do clube  receberam a 30 de maio uma carta registada a informar a não renovação dos respectivos contratos de trabalho e os que não responderam à primeira carta registada do departamento jurídico "verde e branco" a informar das intenções do Sporting, foram novamente notificados em 19 de Junho.
Pois bem, tudo o que se possa conjecturar a partir destes dados que foram publicados, será mera especulação.
A Academia é alvo das críticas mais variadas, de muitos quadrantes do sentir leonino. Desde a mais delirante euforia até ao sempre desconfiado adepto, todos os estados de espírito são legítimos para opinar sobre o assunto.
Aliás, cada vez mais demonstramos que estamos habilitados para falar sobre todo e qualquer assunto. Tornámo-nos, por exemplo, peritos em discutir sobre as Agências de "rating" ou dos juros da dívida soberana em qualquer ponto de venda de tremoços ou enquanto esperamos para comprar uma raspadinha.
Actualmente somos especialistas de praticamente todos os temas da actualidade.
Por isso, falar sobre a Academia é quase um tema obrigatório, quando se fala do Sporting. Se todos estamos legitimados para opinar sobre a dicotomia resultados vs qualidade, é com naturalidade que hoje todos dissertarão sobre os motivos desta medida. 
Claro está que também tenho uma opinião formada sobre o trabalho que vem sendo feito, dos frutos colhidos e das contrapartidas do investimento mas, o que hoje vem à baila é sobre funcionários dispensados. Atrevo-me a dizer que 99,9% das pessoas que hoje se indignam com o cenário com que acordaram desconhecem quem são, o trabalho que exercem e os resultados que advêm desse mesmo trabalho.
É natural que nos questionemos, e natural seria o Sporting pronunciar-se sobre o assunto, dado que é um tema muito querido aos adeptos mas, parece-me conveniente esperar por algum tipo de esclarecimento.
Quereremos saber se se trata de uma reestruturação, de uma "limpeza" ou de alguma outra incógnita nesta equação, mas parece-me precoce a ejaculação de alguns sofredores sportinguistas.
Eu sei que o tempo tem sido "madrasto" para quem espera e desespera por boas notícias mas certamente haverá uma justificação bem mais pacífica que o cataclismo que muitos vaticinam.
Resta esperar por notícias, sejam elas oficiais ou oficiosas.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Trocas e baldrocas


O jornal A Borla pôs hoje todos os sportinguistas de sobreaviso.
Com a capa da publicação a divulgar um iminente entendimento entre Sporting e Porto para a troca de Adrien por Miguel Lopes, logo soaram as sirene de alarme no universo leonino.
Vindo do jornal que vem, pensei que o melhor era nem comentar mas, que raio, também dá um certo gozo desmascarar mentirosos compulsivos.
Claro está que há uma ínfima probabilidade de acertarem, mesmo que da parte do Sporting já tenham vindo desmentir. É que o segredo é a alma do negócio e não tinha lógica nenhuma confirmarem algo que estaria, eventualmente, a ser feito de modo sigiloso.
O histórico destas trocas é-nos desfavorável, ou não estivessem envolvidos dirigentes com tradições díspares. 
Enquanto um consegue vender uns óculos a um cego o outro não consegue vender uma bengala a um coxo.
Depois da célebre deserção de Futre, o Sporting tentou contrariar contratando Jaime Pacheco e Sousa (pouco depois regressariam à casa mãe por inadaptação) já depois de ter abarbatado Gabriel e Romeu. Houve ainda mais trocas de camisola, hostis ou sem contrapartidas directas. Inácio ou Morato trocaram directamente as listas verdes pelas azuis, enquanto que o Sporting foi buscar Oliveira depois deste já ter passado pelo Bétis e Penafiel.
Nos tempos mais recentes houve acordos de cavalheiros que permitiram trocas que deram que falar. Peixe e Costinha foram ganhar títulos para o Norte, mesmo sem jogar, enquanto o Sporting recebeu  Rui Jorge e Bino, numa troca onde, pela primeira vez, não ficámos a perder.
Depois de Postiga ter vindo passar umas férias a Alvalade, por troca com Diogo Viana, Moutinho foi o último episódio desta prolífica (para o Porto) simbiose , tendo nós recebido Nuno André Coelho, que foi tão rápido a partir quanto o seu apelido indicia.
Mesmo que os antecedentes do jornal em causa nos façam desconfiar, os antecedentes do jogador Adrien também não me deixam com grandes expectativas.
Em 2005, o Chelsea seduziu três jovens da Academia leonina o que, inclusivamente, mereceu uma queixa do Sporting à UEFA. Fábio Ferreira, Ricardo Fernandes e o próprio Adrien partiram para Londres, mas o último arrepender-se-ia e acabaria por voltar. Um pouco à imagem de Figo, quando assinou pelo Benfica, ainda júnior, e daria o dito por não dito.
Quer-me parecer que o final de Adrien será um pouco como o de Figo, salvo as respectivas diferenças. Se o jogador que se celebrizou no Barça e Real não saiu por portas travessas enquanto júnior acabaria por fazê-lo de um modo que gerou enorme mal-estar junto dos seus adeptos, a ponto da maioria nunca lhe ter perdoado a atitude.
Adrien, independentemente do valor que lhe esteja associado, e ao contrário de outros jogadores formados em Alvalade, não demonstra qualquer paixão ou gratidão para o nosso clube.
Parece querer tornar-se mais numa dor de cabeça do que numa solução, e os responsáveis não quererão ficar ligados a mais uma deserção para o rival.
É que, pelo andar da carruagem, teria sido preferível que tivesse optado por ficar no Chelsea. Já ninguém se iria lembrar dele e, certamente, teria feito um percurso similar aos seus colegas de aventura.
Ricardo Fernandes jogou este ano no Marinhense, da 3ª divisão, enquanto Fábio Ferreira jogou no colosso Dulwich Hill, da Austrália.
Se por lá tivesse ficado, poupava-nos esta dissertação, mas deixaria os jornalistas d' A Borla a magicar para outra capa bombástica.




quinta-feira, 28 de junho de 2012

Grandes males, pequenos remédios


Como para grandes males grandes remédios, entendo que com chazinhos não se curam os males do futebol português mas, ao menos, pode aliviar alguns dos sintomas.
O presidente do Nacional, Rui Alves, é certamente uma das figuras mais desprezadas pelos sportinguistas mas, pela primeira vez, propôs uma medida que faz olhar para a fotografia dele sem sentir náuseas.
Assim, de acordo com a proposta do Nacional, os clubes dos campeonatos profissionais de futebol decidiram terminar com a cedência ou empréstimos de jogadores a equipas do mesmo escalão. Esta foi aprovada com 19 votos a favor - entre os quais o do Sporting -, 9 contra e uma abstenção.A medida entrará em vigor já na temporada que se avizinha e, segundo Rui Alves, presidente do Nacional, "acabará com a habitual suspeição sobre atletas que estão emprestados a clubes do mesmo escalão e que jogam contras as respectivas equipas". "Com esta medida vamos beneficiar a verdade desportiva das competições nacionais em Portugal", acrescentou o líder do clube madeirense.
Com a chegada das equipas B, muitos dos excedentários dos clubes grandes têm aí o espaço adequado para prosseguir a sua evolução e/ou transição para o futebol sénior. 
Claro está que o nível competitivo da 1ª Liga é diferente e proporciona outro tipo de dificuldades o que, para os clubes que colocam os seus jogadores a rodar na Liga Zon pretendem que determinada exigência exponencie a sua evolução.
Contudo, o Sporting sempre saiu prejudicado destes empréstimos enquanto outros subverteram esta estratégia, obtendo benefícios directos e indirectos.
Bem haja esta medida, mesmo que os grandes males continuem por resolver.

A vaca


Pronto, a selecção volta para casa. Acabou-se o sonho.
Talvez nunca tenha passado disso mesmo, dado que a nossa sina é a mesma desde sempre.
O destino que nos está reservado é sempre o mesmo e o histórico das grandes competições em selecções está aí para o comprovar.
Quando o futebol ainda era a preto e branco, fomos os vencedores morais do Mundial de 66, depois surpreendemos em 84, ficámos com água na boca em 2000, foi o quase em 2004 e estivemos à porta em 2006.
O 2012 não fugiu à regra, e uma série de circunstâncias impediram uma vez mais o sucesso. Logo à partida, convém recordar que a vitória de ontem não nos faria ganhar nada, mas prolongaria o doce sonho por mais uns dias. Contra italianos ou alemães, habituais carrascos das nossas cores, seria expectável que os postes se aliassem contra nós, que um vendaval soprasse contra nas duas partes do jogo ou que ligassem a rega na nossa zona de ataque.
Também havia a possibilidade de serem melhores que nós, algo que não seria de desdenhar.
Ontem fomos melhores que os espanhóis durante quase 90 minutos, mas eles foram superiores durante os 30 restantes, porque corremos no tempo regulamentar até à exaustão para tentar contrariar o irritante futebol de posse de bola. Fizemo-lo bem, como nenhum outro fez nos últimos 6 anos em jogos oficiais, mas faltou qualidade para rematar a faena. Sufocámos o poderoso meio-campo adversário, como o Moreirense faz pontualmente ao Sporting, mas os fogachos no ataque souberam a muito pouco.
Chegados ao prolongamento, Paulo Bento não tinha mais armas que tentar segurar o empate e esperar que os deuses se aliassem às nossas cores, por uma vez, só que há mais probabilidades deles terem uma costela espanhola, por ordem de grandeza. 
Os dois dias de descanso suplementares esgotaram-se na correria desenfreada para pressionar Iniesta, Xavi & Cª. Até Casillas teve que suportar as constates investidas de Hugo Almeida, mas não foi certamente o guarda-redes que esgotou as energias nesta pressão. Gerimos mal o esforço, mas talvez fosse o único modo de perder de forma decente, como Bento deu a entender. Perder nos penalties, para ele, é muito melhor que perder no tempo regulamentar.
O nosso seleccionador apostou tudo na lotaria, e pelos vistos deve ser um sortudo no amor. À posteriori é fácil dizer que este ou aquele não seriam os mais acertados, mas foi fácil adivinhar quem falharia.
Moutinho, talvez o melhor nos 90 minutos, fez igual ao que sempre fez no Sporting. Marcar pontapés de canto inócuos e falhar penalties. 
No entanto, Paulo Bento é fiel aos seus princípios.
Bruno Alves, que depois de Polga é o segundo maior chutão que jogou no futebol português, esteve indeciso entre o biqueiro à barra ou para o lugar 38 da fila Z. 
Decidiu acertar no ferro, para que a eliminação ganhe maiores contornos de infelicidade.
A vaca espanhola, por sua vez, deu um coice directamente do poste para dentro da baliza de Patrício, que não teve aliados para se tornar herói.
Esta mama espanhola, associada a muita qualidade, trabalho e, dizem os franceses, a um ou outro produto que faz aumentar o rendimento desportivo, já começa a cansar, e seria de bom senso trocar o touro, símbolo da identidade espanhola, pela grande vaca que os acompanha. 
Ou isso, ou uma manada inteira.
Disse Paulo Bento que o percurso foi excepcional.
Discordo em absoluto. Excepcional era ganhar, muito bom era ir à final.
Foi uma boa prestação portuguesa, mas sem deslumbrar. 


quarta-feira, 27 de junho de 2012

Xeque-mate


Numa época em que tanto se fala de investidores e da procura incessante, por parte dos dirigentes leoninos, de parceiros que possam injectar no clube alguma dose de esperança, em forma de euros, não posso deixar de realçar os métodos que outros fazem para se financiar.
O Getafe, tal como tantos outros clubes do lado de cá e de lá da fronteira, precisava de cheques que lhe aliviassem a pressão a que o clube está sujeito, e uns xeques do Dubai aprestaram-se a apresentar alternativas.
Depois de uma viagem ao emirado junto com outros empresários, o presidente ficou convencido que o investimento iria ser uma realidade, a troco de um aval para uma conta controlada pelos árabes.
Estes, afinal, tinham sangue latino e a polícia deteve uns quantos espanhóis, um dominicano, bem como apanhou em flagrante um empregado de mesa brasileiro (!!!) disfarçado de árabe.
Claro que o brasileiro irá alegar que leva os festejos carnavalescos muito a sério, ou não fosse ele da terra onde o Carnaval é rei.
Eu sei que as investidas de Godinho Lopes para arranjar um parceiro com potencial têm sido infrutíferas mas espero que, com este exemplo, o presidente leonino olhe com redobrados cuidados para os representantes com que pretende reunir.

Angolanos, indianos ou chineses  têm sido alguns dos potenciais investidores que foram associados ao Sporting, mas não seria demais começar a puxar bigodes ou verificar a cor base dos interessados, em caso de dúvidas.

Ora aqui está uma situação em que nos fazia falta um espião, como já tivemos nos nossos quadros, que vasculhasse a vida toda dos alegados investidores.





Copa Foot21

Decorre entre 24 e 30 de Junho, no Complexo Desportivo de Vila Real de St. António a 5ª edição da Copa Foot21, um evento que conta com a participação de 130 equipas, cerca de 2000 jovens atletas portugueses dos 6 os 13 anos.
Não sendo os resultados nestes escalões, de modo nenhum, merecedores de grande relevo, sabemos no entanto que todos competem para vencer e os jovens atletas sentem, de um modo bastante peculiar, os sucessos e insucessos.
O Sporting apresenta este ano duas equipas na competição, neste evento apadrinhado por Rui Costa. Neste caso, seria duplamente reconfortante saber que os nossos pequenos conseguiam elevar o nome da Academia ao estatuto adquirido e recebiam o troféu máximo das suas mãos, com o habitual sorriso de circunstância.
Sendo que as equipas já estão apuradas para os 1/4 de final, iremos actualizando a participação dos leõezinhos.

Os resultados disponíveis até ao momento são os seguintes.

Nascidos 2000





Nascidos 2002





 

 

 

































































































































































































terça-feira, 26 de junho de 2012

Anjos e demónios

A menos que apareça alguma improvável notícia a sugerir que o Sporting possa ter algum interesse em Anderson, do Man. United, quer-me parecer que a semana vai ser dominada pelos meandros da selecção e do jogo decisivo que amanhã disputa no Euro2012.
Para a generalidade dos portugueses, a notícia de que a nomeação do turco Cuneyt Çakir é uma armadilha para Portugal é encarada com enorme desespero e de injustiça antecipada.
Para a generalidade dos sportinguistas, a notícia de que a nomeação do turco Cuneyt Çakir é uma armadilha para Portugal é encarada com enorme indiferença, fruto de injustiça habituada.
Numa sociedade cada vez mais formatada para os compadrios e amiguismos, não estranha nada que o espanhol Angel Maria Villar, que de anjo não tem nada, líder do Comité de Arbitragem da UEFA e que se passeia pelos corredores do Comité Executivo da UEFA há 20 anos, também se auxilie dos seus conhecimentos e influência para fazer o povo espanhol mais feliz.
À parte do bom futebol praticado, todos sabem a inclinação que os campos ganham quando os espanhóis têm algum jogo internacional, seja ele de clubes ou selecções.
Podem cantar de galo com as suas vitórias, tenham elas os contornos que tiverem porque, lá como cá, o que fica para a história são os sucessos.
O Sporting foi recentemente vítima desse sistema, e quem acreditar que o Bilbao nos eliminou só porque alguém se lembrou de os apelidar de Mini-Barça deve ser algo ingénuo.
Na altura também se falou das ligações íntimas de Villar ao Athletic, mas muitos acharam que as teorias da conspiração eram fruto de uma imaginação muito prolífica. 
O tempo veio dar razão à desconfiança.
Também agora há todo o motivo para termos a pulga atrás da orelha, mas não servirá de nada protestar por antecipação ou após consumado o acto.
O que tiver que ser, terá muita força, a não ser que aconteça como numa célebre escuta do Apito Dourado, quando um árbitro se justificava a um conhecido dirigente, após um jogo em que a actuação do juiz foi insuficiente para inverter o resultado:

"Oiça lá, mas...mas aquilo não se podia fazer mais!!"
Entretanto, a Espanha já devia estar de férias, mas uma soberba actuação de um árbitro alemão prolongou a estadia de vuestros hermanos.
No entanto, ao olhar para os 20 anos de Villar na UEFA, estes parecem os primeiros passos de um bebé, se comparados com as quase 4 décadas de reinado de outros dirigentes. Claro está que associar largos períodos de poder com hipotéticos benefícios inerentes ao estatuto adquirido são meros jogos de adivinhas.
Por falar em longos reinados, lembrei-me agora...assim de repente, vá-se lá saber porquê, de Pinto da Costa. 
É curioso constatar que, enquanto nós gostamos de delapidar o nosso património, este gosta de exponenciar o dele.
Veio há dias dizer que Moutinho é a grande estrela da selecção, numa promoção que deverá querer ganhar ouvidos no estrangeiro. 
Não é que desdenhe uma venda do João Pequeno, até porque o Sporting tem muito a lucrar com isso, mas apesar de achar que o médio da selecção tem estado em bom nível, esta declaração destaca, uma vez mais, que o homem trabalha constantemente em prol do clube.
Basta dar uma vista de olhos pelo Ranking oficial do Europeu e verificar que João Pequeno ocupa um modesto 51º lugar, enquanto o tal lateral que se poderia lesionar no decurso da competição, ou passar vergonha quando defrontasse os velozes extremos holandeses, está numa singela 28ª posição.
Apesar desta constatação, não me importaria nada, para bem da nação, que fosse o jogador promovido pelo presidente a decidir o título a nosso favor.
 
Ranking  (após as meias-finais)
1    Cristiano Ronaldo, Portugal, 9.68
2    Pepe, Portugal, 9.61
3    Marchisio, Itália, 9.54
4    Xabi Alonso, Espanha, 9.48
5    Iniesta, Espanha, 9.43
6    Piqué, Espanha, 9.38
7    David Silva, Espanha, 9.33
8    Fábio Coentrão, Portugal, 9.29
9    Sergio Ramos, Espanha, 9.25
10  Kadlec, Rep. Checa, 9.21

23    Bruno Alves, Portugal, 8.78
28    João Pereira, Portugal, 8.64
32    Nani, Portugal, 8.54
40    Miguel Veloso, Portugal, 8.34
47    Raul Meireles, Portugal, 8.18
51    João Moutinho, Portugal, 8.10
123  Rui Patrício, Portugal, 6.74
148  Hélder Postiga, Portugal, 6.31
202  Nélson Oliveira, Portugal, 5.33
219  Varela, Portugal, 4.99
228  Custódio, Portugal, 4.79
234  Rolando, Portugal, 4.66
258  Hugo Almeida, Portugal, 4.01

 

segunda-feira, 25 de junho de 2012

O trambolho

A fazer fé numa publicação desportiva, o Saint-Etienne recusou Pongolle de borla.
 
Com mais um ano de contrato com o Sporting, o avançado francês Sinama-Pongolle foi oferecido de borla ao Saint-Etienne, emblema que representou na última temporada a título de empréstimo, mas a proposta leonina foi recusada por, de acordo com o jornal "Le 10 Sport", o jogador ser "indesejado no balneário".

A publicação refere que se tratou de "um gesto de generosidade (ou desespero?)" do Sporting, que se pretende ver livre dos altos encargos com o atleta que, em 2009, custou cerca de 6,5 milhões de euros. Pongolle só marcou quatro golos pelos franceses e os seus vencimentos também são um encargo indesejado pelo clube, sobretudo tendo em conta o rendimento apresentado.

A mim quer-me parecer que ainda não estarão esgotadas todas as possibilidades para se livrarem deste trambolho.
Dado que se gastou o que nem sequer havia para adquirir o passe do trambolho, e estão há 3 anos a pagar um ordenado principesco ao trambolho, resta começar a oferecer umas latas de salsichas e uns salgadinhos aos coitados que aturam o esqueleto deste homem.
Não sendo isso suficiente, poderiam tentar incluir alguns jogadores e, deste modo, livravam-se de outros pesos mortos. Esta estratégia já foi bem sucedida na altura em que contrataram Jardel, e onde o Galatasaray teve que levar, de castigo, com Mpenza, Horvath e Spehar. Agora seria diferente, pois ficavam com o trambolho e mais uns para compor o ramalhete, sem esquecer as salsichas e os salgadinhos.

 
Pior será se o Saint-Etienne não aceitar nenhuma destas dádivas. 
Pior será se nenhum clube abrir o seu coração e aceitar acolher Pongolle no final do seu exílio.
Nesse caso, se fosse eu a mandar, e perante a hipotética impossibilidade de arranjar colocação para o avançado francês, obrigava José Eduardo Bettencourt a dar-lhe guarida em sua casa, neste último ano de contrato.
Mais, teriam que dormir na mesma cama e partilhar a escova de dentes.
Este castigo seria pequeno, perante o grande problema que arranjou para o coitado do jogador, que não tem culpa nenhuma. Culpas repartidas têm o pai e a mãe, por motivos óbvios.


domingo, 24 de junho de 2012

Parar o tempo

Izmailov foi ontem notícia nos desportivos pela entrevista que concedeu ao Sport.ru, onde diz não descartar a hipótese de deixar o Sporting.
Marat, como qualquer outro, está em contagem decrescente no clube, desde o momento em que entrou. 
A diferença é que, para alguns, o tempo parece parar, prolongando a agonia de os vermos com a nossa camisola vestida. 
Para outros, o tempo passa depressa demais, e infelizmente a areia cai demasiado depressa na ampulheta que mede essa inevitabilidade.
Podia era parar o tempo quando o Sporting decide que é tempo de ganhar.
Izmailov é, a meu ver, a grande figura do Sporting actual, e já repartia esse estatuto antes de Liedson fazer as malas. Tal como o levezinho, outros foram chorados em Alvalade, mas a idade, os euros ou a pouca estima pela nossa camisola anteciparam esse fim.
O Sporting sobreviveu às deserções de Futre e Figo, às vendas de Ronaldo, Nani ou Moutinho ou ao final de carreira de tantos outros jogadores que acrescentavam uma inegável mais-valia  ao nosso clube.
Certamente sobreviverá ao final de ciclo de Izamilov, porque o final que muitos apregoam ao Sporting nada tem a ver com este ou aquele jogador.
O russo passou por momentos conturbados em Alvalade e até queimou parte da sua aura junto dos adeptos no célebre desentendimento com Costinha, o qual chegou a declarar que Izmailov nunca mais jogaria no Sporting.
No início deste ano, quando as lesões finalmente fizeram uma trégua, o mesmo Costinha viria a dizer que "Izmailov é a léguas o melhor jogador do Sporting".
Não é preciso ser um expert nem um visionário para descortinar esta realidade, e a confirmar-se o cenário que o russo coloca, será mais um rude golpe nas eternas esperanças dos adeptos de que "este ano é que é!!".
Claro está que no começo de cada um desses anos, os adeptos fazem mentalmente o seu onze onde colocam invariavelmente Izamilov e mais 10, mesmo que surja um enorme ponto de interrogação por cima do seu nome, como que coroando as dúvidas de todos relativamente ao seu estado físico.
Ao entrar na sua 6ª época de leão ao peito, o russo está a poucos meses de ingressar na idade que, em Portugal, se é considerado velho. Pior que isso, só velho e lesionado.
Portanto, se tal vier a acontecer, espero que o Sporting ainda realize algum encaixe financeiro, dado que todo e qualquer jogador é olhado como um mero cifrão.
Contudo, não seria de estranhar que Izamilov ainda viesse dizer que tudo não passou de um erro de interpretação dos jornais russos. 
Foi assim na opinião que teceu recentemente sobre o seleccionador Dick Advocaat, pelo que dá a entender que ele deve falar em português, com recurso a algum tradutor simultâneo.
Foi também assim em algumas entrevistas dadas sobre o Sporting, por alturas dos problemas de foro disciplinar que também foram, em parte, mal interpretadas.
Temos é de arranjar um acordo ortográfico entre o futebolês e o português


sábado, 23 de junho de 2012

Não foi possível

O título de futsal está entregue.
Depois do que se passou em largos momentos dos outros 4 jogos, onde se incluem agressões a jogadores do Sporting e até a um dirigente da FPF,  onde ficaram impunes atitudes inqualificáveis de alguns elementos da equipa adversária e mais um sem-fim de decisões que nos prejudicaram gravemente, hoje decidi não ver o jogo que atribuía o título.
Em boa hora fiz blackout à transmissão televisiva, pois considerava que o play-off tinha nascido torto e,certamente, não se iria endireitar.
Contra ventos e marés estivemos perto de o conquistar, os jogadores tiveram nos pés uma conquista que seria, provavelmente, a mais saborosa das suas carreiras, dadas as dificuldades acrescidas que lhes foram impostas.
A sorte, aliada ou inimiga nalguns momentos, não quis nada com eles, connosco, com a equipa e com o clube que mais fez por o merecer.
Já não estamos em época de vitórias morais. Essas são para os eternos derrotados, e o Sporting era o bi-campeão e demonstrou qualidade de sobra para conquistar o tri mas, acredito que se o clube continuar a apostar na modalidade, esta irá dar muitas mais alegrias aos seus adeptos.
A secção de futsal conseguiu o pleno nos escalões de formação a nível distrital, foi campeão nacional de juniores pelo que é, indiscutivelmente, rei e senhor desta modalidade.
Mesmo que o adversário continue a formar o seu plantel com atletas oriundos do nosso plantel e os seus euros continuem a tentar delapidar o nosso plantel a aliciar os mais fracos, o certo é que o Sporting continua a ser a grande referência na modalidade, e o sucesso nas suas bases perspectivam um futuro risonho.
Nem sempre é possível vencer, mesmo que esse cenário fosse o ideal, pelo que resta dar os parabéns ao plantel, mesmo que a época tenha de ser considerada negativa. 
Tenho que também agradecer ao treinador Orlando Duarte pelo contributo que deu, no período em que serviu o nosso clube.
O campeão foi empurrado do degrau mais alto, mas há-de voltar, se possível ainda mais forte.
 
 

Descer ao Purgatório

Hoje decide-se o campeão de Futsal.
De volta ao Purgatório da Luz, o Sporting terá certamente que ultrapassar demasiados escolhos se quiser revalidar o título.
Já muito se falou de tudo o que se passou nesta final. 
Por saber a reincidência de determinados agentes da modalidade e do comportamento quase psicótico de grande parte dos intervenientes, com estatuto de candidato a destronar-nos do degrau mais alto da modalidade, as minhas expectativas são muito baixas para este jogo.
Fazendo uma breve retrospectiva só à parte desportiva dos dois rivais, é possível constatar que os nossos rivais foram melhores na fase regular do campeonato, enquanto o Sporting foi muito melhor nos play-off, inclusivamente no que decide o título.
Pelo que fez nos 4 jogos anteriores, o normal seria já estarem de férias, com o tri-campeonato no bolso.
Como as diversas contingências de um jogo e as outras condicionantes que alteraram o normal decurso da eliminatória nos foram adversas, tudo ficou adiado para hoje, mas espero que os jogadores voltem a demonstrar a sua fibra e, contra tudo e contra todos (literalmente) voltem a fazer uma gracinha e ponham os adeptos a cantar, de novo, uma das suas músicas preferidas.
Boa sorte, leões!!


O jogo terá transmissão televisiva na RTP1, a partir das 14.30, mas poderá também vê-lo através do link que disponibilizamos.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Acreditar e sonhar

Mesmo que já esteja a arrefecer a euforia, hoje não podia deixar de abordar o tema do dia, que obviamente se prende com a passagem da selecção às meias-finais do Euro2012.
Já aqui falei do cunho sportinguista que a equipa apresenta, desde o seleccionador, passando pelos jogadores que tem à disposição, até ao estilo de jogo apresentado.
Na véspera do jogo com a Dinamarca tive oportunidade de referir que não tinha ficado ofuscado com a exibição contra a Alemanha, bem como fiz algumas observações que me pareceram pertinentes.
Passados estes dias, mesmo que a equipa aparentemente tenha aprimorado as suas virtudes e limado os seus defeitos,  quer-me parecer que parte do sucesso prende-se com o facto (abordado também nessa crónica) de Ronaldo estar finalmente a jogar mais perto das zonas que fazem dele um dos maiores goleadores da actualidade.
A ditadura a que estava sujeito, demasiado agarrado à linha, deixava o ponta-de-lança demasiado órfão, bem como limitava as melhores qualidades do madeirense.
No entanto, a selecção é muito mais que Ronaldo, mesmo que o craque monopolize as luzes que iluminam actualmente a equipa. Alguns têm estado a um nível muito elevado, e doutro modo não poderia ser, pois nunca um jogador ganhará sozinho uma competição deste calibre.
Agora , mesmo que todos queiram o melhor para as nossas cores, obviamente que os críticos vão ser trucidados e os optimistas ou os que simplesmente dizem sempre ámen a determinadas opções vão passear, ufanos, a sua condição.
É que na eterna questão da selecção (como no Sporting) ou tens a minha opinião ou não és bom adepto.
No rescaldo deste jogo também destaca o facto de Paulo bento ter refreado o seu azedume com a generalidade da comunicação social e demais vozes críticas. Parece que a panela finalmente libertou alguma pressão, mas com o lume brando das meias-finais já ligado, é possível que volte a aquecer.
No entanto, não é só o nosso treinador que por vezes se deixa dominar pelas emoções. A maioria dos adeptos (dos quais não me posso divorciar) estão agora eufóricos e confiantes mas, sabemos como rapidamente passamos do céu ao inferno e, deste modo, também  a apreciação que se faz sobre o evento pode mudar drasticamente.
Agora a equipa vai gozar 5 dias de descanso até ao confronto das meias, mas o facto de ter mais dois dias de descanso não me parece que vá ter demasiado peso no jogo, a não ser que, eventualmente, o jogo tenha prolongamento e aí, sim, venha ao de cima essa aparente vantagem.
França ou Espanha são os candidatos a adversário e as opiniões são díspares. A maioria opta pela França, muitos outros querem a Espanha e ainda há um grande número que diz "tanto faz!!".
Temos contas a ajustar com os chauvinistas franceses e com os prepotentes espanhóis mas, por questões que se prendem estritamente em qualidade e favoritismo, prefiro os gauleses.
A tradição diz que não nos damos bem com uns ou outros, e não há grandes estatísticas contra o "tanto faz".
Inclusivamente, se a sorte nos sorrir nas meias, os favoritos Itália e Alemanha também são tradicionais carrascos da nossas cores mas, nesta altura, é preciso acreditar...e sonhar.
Platini tem as contas feitas, como todos nós, só que abriu a goela quando a posição que ocupa aconselhava que pensasse só para com os seus botões.
Por mero acaso, a final Espanha-Alemanha por ele desejada pode perfeitamente ocorrer, dado que foram perdoadas 3 grandes penalidades a estas duas equipas no último jogo o que os poderia ter feito regressar a casa. No entanto, o que tem que ser...tem muita força.
Veremos se o Chef Platini tem mais algum prato cozinhado, ou não fosse a nouvelle cuisine uma tradição francesa.


quinta-feira, 21 de junho de 2012

Um grande zero


Ontem não tive oportunidade de ver a entrevista de PPC.
Felizmente!!
Não quero ser mais contaminado. Deste modo, não vou pensar o que os interessados querem que pensemos, sejam eles quem forem.
Continuo a não culpabilizar ou ilibar o ex-dirigente mas, não acredito que tenha ido dizer o que muitos quereriam ouvir.
Será expectável que os arguidos mais mediáticos debitem inocência por todos os poros, contra todas as evidências. Não o estou a julgar, simplesmente a constatar o que é uma realidade, se nos lembrarmos de casos conhecidos como o da Casa Pia, Face Oculta, Freeport ou Apito Dourado. 
O que considero lamentável neste caso, mesmo que se venha a comprovar a inocência de PPC, prende-se com o facto do Sporting fazer manchetes pelos piores motivos, quando por estas alturas devíamos estar a falar da equipa de futebol, da final de futsal no Purgatório da Luz ou de assuntos da actualidade que nos transmitissem alegria ou esperança.
Desde há uns meses, a sigla do Sporting confunde-se com a do ex.
Lemos tantas vezes PPC que quase que já se confunde com SCP.
Nem a campanha da nossa selecção servirá para atenuar esta vertigem noticiosa, até porque o interveniente optou por vir, como tantos outros, defender a sua honra na televisão.
Não sei quanto tempo se arrastará este caso na justiça. João Pinto já é bi-avô e ainda carrega o esqueleto pelos tribunais, pelo que poderemos estar ainda a debater este assunto quando já tivermos as peles flácidas.
Apesar disto, a imprensa tentará tirar nabos da púcara mesmo que o caso ameace prolongar-se "sine die"
PPC não me me suscita simpatia...nem antipatia (até agora), mas espero, para bem do Sporting, que se comprove que o clube não teve nenhum envolvimento, caso tenha ocorrido de facto algum ilícito.
PPC diz : "O meu envolvimento no caso Cardinal é nulo", bem como "Em quinze meses no Sporting auferi zero" .
Eu também dou um grande zero a este caso, bem como a todas as nulidades que têm "servido" o clube, nos últimos anos.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Um dia acertam

Vir aqui comentar as incongruências da comunicação social torna-se tão recorrente como as constantes pseudo-notícias desses mesmos jornais.
No entanto, tal como eles, temos o direito de vir repetidamente desmascarar essas estratégias para angariar leitores.
Ontem, na secção destinada ao Sporting, ficámos a saber que, uma vez mais, Wolfswinkel podia estar de saída. De acordo com o Record,o Nápoles tinha entrado na luta pelo holandês e dizia mesmo que van Wolfswinkel era a grande prioridade do Nápoles para suprimir a saída do argentino Ezequiel Lavezzi.
Como um ditado do futebolês diz que "O que hoje é verdade amanhã é mentira", a mesma publicação diz hoje, menos de 24 horas depois, que a possibilidade de o Nápoles apresentar ao Sporting uma proposta por Ricky van Wolfswinkel é remota e os responsáveis napolitanos consideram mesmo que o holandês reúne características mais próximas de Cavani, pelo que dificilmente fará parte de uma lista prioritária de reforços.
Claro está que não considero este exemplo como o do argentino Ansaldi, celebrizado por Pinto da Costa (alguma vez tinha que falar verdade) por este jogador ser capa dos jornais há 3 anos, com uma alegada transferência para o rival de Lisboa.
Todos sabemos que Wolfswinkel está no Sporting a prazo, e que mais ano menos ano, mais mês menos mês acabará por sair, até por força da debilitada conta bancária leonina. No entanto, a este ritmo, cedo ultrapassará os jogadores mais mediáticos, não pela sua performance competitiva mas pelas constantes transferências nas capas dos jornais.
A sorte deles é que, um dia, acabarão por acertar!!


terça-feira, 19 de junho de 2012

Uma secretária das melhores

Hoje pode ler-se que:  
"Uma secretária do Sporting é uma das principais testemunhas contra Paulo Pereira Cristóvão. Foi por ela que passou o dinheiro para a cilada de corrupção contra o árbitro Cardinal."

Infelizmente, a secretária que me atura há tantos anos, apesar de sentir o tacto da minha pele e suportar o meu peso várias noites por semana, não vê nenhum dinheiro porque a nossa relação é baseada noutros valores.
Tem formas generosas, um cheiro muito característico e, como soi dizer-se,  muita arrumação, e espero que ela mantenha a sua boa forma durante bastantes anos, para continuar a ser a inveja de quem me vê com ela.
Já pensei em trocá-la por uma mais nova e vistosa mas as escandinavas mantêm o seu encanto por muito tempo. 
Além disso, como só eu me sirvo dela (que eu saiba) acaba por manter as suas pernas mais juntas. Mesmo que abuse e me ponha em cima dela não guincha, nem faz nenhum daqueles ruídos incomodativos, quando pego nela e a viro de pernas para o ar.
Dizem as fontes que a do Sporting é tratada por Liliana. A minha é nórdica,e  chama-se Ikea.
Por este andar a próxima testemunha poderá ser uma cadeira do Sporting, íntima amiga da secretária, ou até o mealheiro, por onde também terá certamente passado dinheiro.


segunda-feira, 18 de junho de 2012

Acalmar a ira


O dia de ontem teve tonalidades verdes, mas com algumas pinceladas vermelhas pelo meio.
Se no futsal foi o que se sabe, no Europeu as cores da nossa bandeira  empalideceram as que se cruzaram pelo caminho.
Nem sequer vou comentar um jogo que todos tiveram possibilidade de ver e apreciar. Uma selecção quase ao seu melhor nível, também beneficiando de uma laranja que nos é sempre doce, se exceptuarmos o apuramento para o Europeu de 1996, altura em que sofremos a única derrota em mais de uma dezena de encontros.
O sistema normalmente utilizado pelos holandeses, bem como a sua pouca apetência para defender de modo coeso, cai quem nem uma luva ao nosso futebol.
Dizem que depois do temporal vem a bonança mas, no caso, foi ao contrário. Se a Espanha tem "El Niño" nós tivemos o furacão Paulo Bento que apareceu no meio de festejos e comemorações, como que zangado com o mundo. Nem vou comentar as declarações e até a má educação com alguns jornalistas estrangeiros, porque os julgamentos devem ser feitos no final, mas não podia de deixar o apontamento de uma conferência de imprensa psicótica.
Por falar em julgamentos, mesmo que pontualmente faça algum tipo de comentário sarcástico ou humorístico, aproveitando-me de momentos da vida do Sporting, não costumo meter a carroça à frente dos bois no que toca a determinadas apreciações.
Tenho seguido com a cautela necessária o caso Paulo Pereira Cristóvão e como infelizmente este faz parte do dia-a-dia do clube, as réplicas ao caso vão aparecendo amiúde, tanto nas publicações diárias como na blogosfera leonina.
Curioso é verificar a facilidade com que se condena ou iliba, um pouco à imagem do que acontece em qualquer caso, mais ou menos mediático.
Eu posso até brincar ou comentar a situação, através das notícias (falsas e verdadeiras) que saem na comunicação social. Não vou é condená-lo antecipadamente, mas também não o ilibarei nem considerarei que , enquanto sportinguista, é uma figura ímpia, pura e incorruptível.
Já que garantem que não somos o clube com mais adeptos, então também não seremos o clube com mais criminosos mas, não duvidem que há muito sportinguista, anónimo ou não, que é adepto de práticas pouco éticas.
Não sei se é uma característica própria de um país pequeno, onde todos são vizinhos ou conhecidos de alguém mas, o facto é que todos nos achamos no pleno poder de todos os dados, para julgar um determinado caso.
Se eventualmente o vizinho mata a mulher, 12 dos 15 filhos, a catatua e o periquito, não faltará a senhora que sabe a rotina diária de cada elemento da família e até a marca do alpiste do periquito, nem o homem que acha que a mulher afinal era infiel e que 8 dos filhos eram da catatua.
Infelizmente a justiça também falha e há inocentes presos. Alguns ficaram famosos e até inspiraram filmes como "Em nome do pai", que relata a cabala montada contra uma família irlandesa, após um atentado do IRA. Afinal era Paulo Bento que estava com...ira!!
Apesar das "certezas" de uns e outros, retenho também a certeza de muitos que consideravam Paulo Pereira Cristóvão o homem certo para acabar com o Roquetismo, nas eleições que disputou com Bettencourt. Ficámos a saber que, dos dois, o melhor era o que estava no meio.
Claro está que todos nós nos enganamos mas não deixa de ser curioso verificar que, para alguns, quem não professa determinadas ideias não quer o melhor para o Sporting e, afinal, a história vai derrubando alguns dos moinhos de Dom Quixote.
Eu continuarei à espera para saber qual o verdadeiro alcance deste caso, mas com a certeza que o nome do Sporting ficará manchado, como nunca o foi na sua longa história.


domingo, 17 de junho de 2012

Por mim, podes ficar


Ontem podia ler-se, numa publicação desportiva, uma alegada afirmação de Diogo Salmoão:
"Nunca tive como objectivo fazer parte das opções de Sá Pinto.
Havia hipótese de fazer parte das opções de Sá Pinto mas nunca tive isso como objectivo apesar do bom tempo que lá passei. Não guardo mágoa do Sporting e agora só quero ajudar o Deportivo e é isso que me interessa".
Sinceramente, eu ontem estava mais preocupado nas incidências do jogo de futsal do que nestas declarações mas, é óbvio que fazem reflectir.
Todos sabemos que o amor à camisola foi em tempos que já lá vão. 
Se aliarmos este estado de alma ao facto deste jogador ser adepto de um clube rival, facilmente entenderíamos esta (alegada) intenção de não regressar.
No entanto, se um jogador assim o entender ou as condições forem as propícias, pode tornar-se uma referência de um clube que nem sequer está nos seus genes. Basta ver o exemplo de Mantorras (ou Eusébio), com direito a cargos de embaixador ou de símbolos para a posteridade, para saber que o seu sportinguismo acabou para ficar na gaveta, por motivos óbvios.
Contudo, por todo o respeito que o Depor me mereça, seria impensável há uns anos algum jogador pensar em rejeitar o Sporting em detrimento do clube galego, a não ser por uma proposta financeiramente irrecusável. Claro está que nos finais dos anos 90/princípios da década seguinte, a equipa da Corunha, quando ficou conhecido por "SuperDepor", ganhou um campeonato espanhol bem como Supertaças e Copas del Rey, mas o "MiniDepor" actual vem da 2ª divisão e terá, pelas dificuldades económicas, um projecto para não regressar de imediato ao escalão secundário.
Aliás, o segundo empréstimo deste jogador, bem como o de André Santos, indiciam que dali só se pode esperar um punhado de amendoins ou que o Sporting acabe simplesmente por "livrar-se" dos jogadores, como é seu hábito. 
O Sporting está bem servido para as alas, desde que as lesões não atraiçoem as inúmeras opções disponíveis, pelo que fico sem saber o que estaria reservado a Salomão.
Em último caso, este sacudir da água do capote até pode ser uma forma de assobiar para o ar, se eventualmente soubesse que ele próprio é que não seria opção para Sá Pinto. Na competitiva segunda liga espanhola, o jogador fez 29 dos 42 jogos da equipa, sendo que destes só 16 foram a titular. Será que viria de suplente da 2ª divisão para titular do Sporting?
Seja como for, oficialmente não soubemos de nada e quer-me parecer que se o Sporting assim o desejasse, não teria outro remédio senão empacotar os polvorones e os caramelos e voltar à casa de partida.






São uns... empatas

Tudo empatado. 
Sporting e Benfica empataram a 1 no 4º jogo da final do campeonato de futsal, mas os encarnados foram mais felizes na lotaria das grandes penalidades.
A eliminatória ficou assim também empatada a dois.
Já havia prevenido que era muito cedo para lançar foguetes e, agora, resta colocar o champanhe de novo no frigorífico. 
Nestes 4 confrontos o equilíbrio foi a tónica, com a excepção da anormalidade do primeiro jogo. Volta a confirmar-se nesta final que, quando Ricardinho não joga, o Benfica sai vencedor, pelo que as perspectivas para o quinto jogo não são famosas.
Contudo, mesmo sabendo que o Sporting suporta bem a pressão a que normalmente é sujeito no Pavilhão da Luz, temo pela capacidade para resistir a essa mesma pressão da equipa de arbitragem. 
A equipa esteve somente a dois penaltis do tri-campeoanto mas os ses são uns péssimos aliados nestas horas. Quem se socorre deles quer dizer que, infelizmente para o seu lado, perdeu. 
Nos últimos dois anos vencemos neste modo de desempate por duas vezes, bem como dois jogos no prolongamento, mas desta vez a sorte não protegeu os audazes. É que o Sporting fez mais para conseguir ser feliz, e mais uma vez os postes não foram nossos aliados.
Tal como há duas horas atrás, a confiança não deve ser abalada dado que a equipa continua a demonstrar personalidade e confiança mas, o favoritismo passou de novo para o outro lado.
Daqui a uma semana saberemos que abre o champanhe para festejar.

Sporting x Benfica - 4º jogo (directo)


Joga-se daqui a pouco o quarto jogo da final do Play-off do campeonato nacional de futsal.
O Sporting está a uma simples vitória para repetir os feitos dos dois últimos anos mas, sabemos da dificuldade dos jogos com os nossos eternos rivais e das diversas condicionantes que um jogo apresenta.
Depois dos três primeiros jogos terem sido marcados por excesso de agressividade e muita polémica, desta vez desejo um jogo isento de casos mas, essencialmente, da vitória que confirme este desejado título, único triunfo que poderá salvar a secção de uma época decepcionante.
Desta vez as ausências condicionam as duas equipas mas, relativamente ao afamado jogador encarnado, eleito o melhor jogador do Mundo, convém recordar que o melhor jogo dos nossos rivais nesta fase da competição foi precisamente quando Ricardinho não esteve presente.
Por isto mas, essencialmente, pelo valor do adversário, convém não deitar foguetes antes da festa, como é tão frequente acontecer com a maioria dos adeptos.
Confiança, sim...mas em doses certas.




Recordo que o jogo terá honras de transmissão televisiva na RTP1, a partir das 14.30, mas poderá também vê-lo através do link que disponibilizamos.



sábado, 16 de junho de 2012

Já faltou mais


Terminou o terceiro jogo do play-off do título e segunda vitória para os bi-campeões nacionais.
Tal como se perspectivava, mais um jogo típico entre os dois eternos rivais e expoentes máximos da modalidade. 
Uma vez mais o jogo foi decidido pela margem mínima e por pequenos pormenores, mas que vieram premiar a equipa que mais fez para o merecer.
Do outro lado também houve uma equipa que faz por merecer, mas faltariam adjectivos para descrever o que lhe seria atribuído.
Não é de agora que digo isto, pois em anteriores crónicas e intervenções que costumo fazer já referi que esta secção do Benfica deve ser, desde há anos, a que conseguiu juntar o maior número de provocadores e personagens que envergonham qualquer adepto.
Não é esta final que faz emergir a falta de carácter de determinados sujeitos, pois é fácil recordar as atitudes reincidentes de Bebé, Vítor Hugo, César Paulo, Ricardinho, Diego Sol ou Gonçalo Alves. A expulsão do craque encarnado nem é de estranhar, porque consegue aliar a imenso talento uma tendência exacerbada para atitudes que em nada o beneficiam. Já de estranhar é ver o pacato Marcão a tentar agredir um jornalista, pelo que pode constatar-se que o anti-desportivismo é contagioso, quando se frequenta determinados ambientes por períodos prolongados.
Infelizmente a RTP não nos concedeu  o direito de ouvir as opiniões dos intervenientes, pelo que teremos que esperar por outras fontes para saber o que vai na alma de uns e outros, e saber que justificações encontram os outros para determinado tipo de atitudes.
O Sporting venceu por 2-1 o jogo, vence a eliminatória também por 2-1 e é desejável que consiga amanhã o tri-campeonato pois, arriscar levar a negra para o Pavilhão da Luz, depois de ver como se comportam os seus atletas em território hostil, seria um autêntico "suicídio".
Nota negativa também para algum do público sportinguista presente que pode prejudicar o clube. Ao enviar, por inúmeras vezes, objectos para o recinto de jogo deram motivos para queixas sem sentido mas também para alguns castigos que só vão prejudicar a instituição.

 
 

Sporting x Benfica (directo)


Joga-se hoje o terceiro jogo do Play-off da final do campeonato nacional de futsal.
O Pavilhão Paz e Amizade, em Loures, deverá ser pequeno para os muitos sportinguistas que quererão assistir aos dois jogos que irão ocorrer este Sábado e Domingo.
Muito se fala em pressão e noutras nuances que podem ajudar a decidir um jogo mas, parece-me que desta vez a pressão poderá estar dos dois lados.
O Sporting entrará uma vez mais debilitado pelas ausências, (onde o regresso de Alex desanuvia em parte este cenário) sabendo também que a vitória da semana passada foi a excepção que geralmente confirma a regra. É que, dos 6 jogos disputados com os rivais esta época, a oportuna vitória que empatou a eliminatória foi a única no extenso rol de embates que aconteceram durante a época. Esperemos que lhe tenham apanhado o gosto e o jeito.
Do lado rival, mesmo que os continue a ver como favoritos, perderam para já a vantagem do factor casa pelo que o jogo de hoje, não sendo decisivo, encostará uma das equipas às cordas, e espero que essa equipa seja o Benfica.
Para completar o ramalhete, veremos também o que nos reserva a arbitragem, depois dos dois primeiros jogos terem sido marcados pela confirmação da impunidade total, relativamente a jogadores e atitudes que deviam envergonhar até quem os apoia e sustenta.
Acredito que o comportamento de alguns destes "fora-da-lei" irá mudar, pelo menos no fim-de-semana seguinte à divulgação de algumas das suas malfeitorias mas, com sujeitos deste calibre nunca se espere reabilitação, porque o seu vergonhoso temperamento está nos genes.




Recordo que o jogo terá honras de transmissão televisiva na RTP1, a partir das 14.30, mas poderá também vê-lo através do link que disponibilizamos.


sexta-feira, 15 de junho de 2012

Piquenique com toalhinha azul


Ao ler ontem os crimes por que Paulo Pereira Cristóvão está indiciado, mais uma vez dei por mim a pensar acerca da complexidade da justiça e sobre a eterna "cabala" que  todos e cada um dos arguidos, nos mais variados casos, diz ter sido engendrada contra si e a sua reputação.
Nisto do desporto e dos interesses que lhe estão associados, torna-se cada vez mais vulgar vermos (ir)responsáveis dos clubes a braços com a justiça, e nada como estar bem posicionado para usufruir das inúmeras benesses que por vezes são concedidas.
Umas vezes é o Presidente da República que vem indultar, outras é o próprio sistema que se encarrega de o fazer.
Por falar em sistema, o Costa deslocou-se ontem à Assembleia da República, para o encontro anual com os deputados que são adeptos do clube que veste de azul e branco. 
Já lá vão vinte anos destes piqueniques. Nem sei como é que deixaram passar os primeiros 10 anos de liderança sem uma boa patuscada.
O repasto decorreu no último piso do novo edifício da Assembleia da República (situado ao lado do Palácio de São Bento).
O líder foi recebido pela presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves. À saída, o dirigente destilou algumas atoardas, típicas de quem habituou a atacar primeiro, para evitar percalços. Rejeitou que esta confraternização reflicta alguma promiscuidade entre o desporto e o meio político, afirmando não temer as críticas:  
“Não receio, mas de certeza que vai haver, porque infelizmente o número de estúpidos não tem diminuído.”
Engraçado como a palavra promiscuidade é da mesma área vocabular de política e desporto, mesmo que aparentemente não tenham nada em comum.Além disso, num local onde passam metade do tempo a ofender-se, chamar estúpido a alguém parece quase linguagem de uma criança de 2 anos. Já estou a ver que, no próximo ano, o Costa virá dizer que são parvos e feios.
O dirigente, em declarações ao Porto Canal, elogiou a atitude de Assunção Esteves.

“É uma grande felicidade e honra, porque estamos no coração da democracia portuguesa, ser recebido com tanta amizade e tanta estima num sentido tão alargado de paixão pelo FC Porto”, disse, acrescentando: “Tenho de sentir-me feliz pela recepção que a senhora presidente da Assembleia da República nos prestou e pela sua grande coragem e verticalidade em assumir publicamente a sua paixão pelo FC Porto. Vou agradecido, feliz e honrado por ver que os portistas se assumem em todas as circunstâncias.”

Neste aspecto tenho que dar razão ao homem. Na defesa intransigente da causa, os sportinguistas deixam muito a desejar.
Viu-se, por exemplo, quando a Câmara de Lisboa era presidida pelos sportinguistas Santana Lopes e Carmona Rodrigues. Nem o Sporting nem qualquer outro deviam ser beneficiados, usufruindo de favores políticos mas, é menos compreensível que um rival tenha sido, em detrimento do clube do coração dos autarcas.

Voltando ao convívio no Parlamento, é curioso verificar que apesar das normais e cíclicas críticas, que se fazem ouvir ao ritmo dos brindes no beberete, foi por altura do caso conhecido por Apito Dourado que foram mais cáusticas.
Nem na época em que o Costa foi constituído arguido e, posteriormente, a justiça desportiva deu por provados alguns dos ilícitos, deixaram de estender a toalha e celebrar os feitos desportivos. Não seria agora que iriam acabar com uma tradição que pode rivalizar com os Santos Populares.
Apesar da carga negativa que se pode e deve atribuir a este evento, é de destacar que esta parece ser a única forma de juntar à mesma mesa ideologias e maneiras de ver a sociedade antagónicas.
Só por isto devia ser atribuído o Globo Dourado ao dirigente. 

Nesta simbiose (relação mutuamente vantajosa entre dois ou mais organismos vivos de espécies diferentes) as vantagens são mútuas mas o amor à camisola sobrepõem-se a quase todas as outras.
A viagem de cerca de 50 assalariados do Estado a Sevilha, em 2003, para assistir à final da Taça UEFA usando o expediente de trabalho político pode ter sido uma vantagem, mas o inverso também se aplica. 
É que se em terra de cegos quem tem um olho é rei, em terra de espertos convém ter dois olhos e uns quantos conhecimentos, para o que der e vier.


Simbiose