quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Ressuscitar Carolina

Apesar de já estarmos em contagem decrescente para mais uma jornada da Liga Zon, e de já se saber que o setubalense Bruno Esteves irá apitar a recepção ao Marítimo, devo confessar que tenho andado distraído com alguns fait divers paralelos ao desporto-rei.
Se ontem nos deleitávamos com a continência de Ronaldo dedicada ao taberneiro Blatter, hoje não deixámos de esboçar um sorriso quando soubemos e vimos que no museu do porto desaparecem, graças ao Photoshop, figuras emblemáticas da história do clube.
Carolina Salgado, esse figura marcante do clube azul-e-branco, foi apagada de uma forma completamente insensível, e em seu lugar apareceu uma figura vinda do além.
Mas, para que a verdade seja reposta, publicamos a iconográfica fotografia, porque a história não deve ser deturpada por um qualquer programa de edição de imagem.




quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Gostas mais do pai ou da mãe?


Não gosto muito de me meter em guerras que não são nossas.
A eterna questão "gostas mais do pai ou da mãe" ou "gostas mais do Ronaldo ou do Messi" cansa-me, sinceramente.
Aprecio um e outro e não fico cego por um ser do Barça e outro do Real, ou por um ser sportinguista e produto da formação.
Claro está que quero o melhor para Cristiano, menos quando joga contra o Sporting.
Até já tive ocasião de referir numa crónica que eu seria incapaz de apaludir CR7, como muitos fizeram, após ter marcado um golo em Alvalade.
Mesmo que ele tenha juntado as mãos, como que num pedido de desculpa.
Do mesmo modo que não aplaudiria Toñito, quando teve a mesma atitude.
Aliás, Ronaldo teve igual gesto quando marcou pelo Real, ao Manchester United, e não sei se terá sido aplaudido pelo fãs ingleses.
No entanto, num jogo em Old Trafford, onde nos marcaria mais um  doloroso golo, já com o fim do jogo à vista, Ronaldo fez uma cara que dividiu opiniões, e recentemente desmistificaram esse gesto, dando razão à minha opinião.
Nunca aplaudiria um golo, seja de quem for,  contra o Sporting.

Mas, questuínculas à parte, acho degradante a última polémica envolvendo o jogador português.
Tudo porque o líder da FIFA decidiu chamar a si as atenções, quando estas deveriam recair sobre os interevenientes no jogo, e decidiu emitir uma polémica opinião sobre os dois melhores jogadores do Mundo.
Se Blatter fosse  padeiro...o homem do talho, carroceiro ou merceeiro, poderia e deveria ter liberdade para emitir o seu juízo.
No entanto, como juízo é coisa que parece não ter, o presidente da FIFA cometeu mais uma fífia e disse publicamente que gostava mais de Messi.


Qualquer pessoa com alguma coerência e sentido da responsabilidade fugiria dessa questão, mas Blatter veio dizer que gosta mais da mãe que do pai.

Pior ainda, fez alegações ridículas, e ficámos a saber que CR7 gasta demais em cabeleireiro, que Messi é um menino bom que qualquer mãe gostaria de  ter, e que este é um bailarino enquanto Ronaldo tem uma postura rígida, tipo...comandante.

Pois bem, goste-se ou não de Ronaldo, hoje deu a resposta que o homem merecia.
Marcou mais 3 golos com a camisola do Real, tornou-se no 5º melhor marcador de sempre da equipa espanhola, deixando para trás o mito Puskas, e segue o seu desenfreado caminho para bater todos os recordes do clube.

Claro está que, como bom comandante, fez uma saudação especial para o presidente que representa mais uns que outros, e a continência com destinatário definido foi tudo menos espontânea.
Entretanto, no Bernabéu foram entoados cânticos chamando bêbado ao pobre Blatter, que afinal deverá ser taberneiro...e pode assim emitir a sua descomplexada predilecção.

Esta questão não tem a ver com gostar-se do pai ou da mãe.
Tem a ver com bom-senso, e essa é uma virtude que não abunda...seja na FIFA, UEFA ou instâncias do futebol português.




II Festa dos Núcleos Sportinguistas do Distrito de Coimbra

É já no próximo dia 10 de Novembro que vai decorrer a II Festa dos Núcleos Sportinguistas do Distrito de Coimbra.
Apesar de não contar, como seria desejável, com a totalidade dos Núcleos activos, a organização conjunta engloba os Núcleos de Ançã, Brasfemes, Carapinheira, Mondego, Penacova, Pereira e ainda do Grupo Coimbra Verde.
Recordo que a Festa de 2012 contou com perto de 400 participantes, e galardoou o futebolista André Martins, os judocas João Pina e Joana Ramos, o ex-futebolista Manuel Fernandes e o roupeiro Paulo Gama (Paulinho).
Este ano, graças ao bom momento desportivo do clube, também é esperada uma boa participação, e deste modo saudar os galardoados Augusto Inácio (futebol), Carlos Lopes (atletismo), Carlos Silva (andebol) e Francis Obikwelu (atletismo).
Outras figuras ligadas ao desporto leonino serão convidadas pelos Núcleos, bem como representantes do Sporting Clube de Portugal.
O evento irá decorrer no Colégio A. da Imaculada Conceição (40.140977,-8.468249) em Cernache (Coimbra), um local aprazível e que certamente será do agrado de todos os presentes.
O almoço terá início às 13 horas, mas uma hora antes começará a ser feita a  recepção a todos os sportinguistas, convidados e galardoados.

Caso pretenda aderir e estar presente na Festa, pode inscrever-se até ao próximo dia 6, através de um dos números de telefone dos Núcleos presentes no cartaz ou, de um modo mais cómodo (€), através dos emails:

nucleoscpcarapinheira@gmail.com
fenusc@gmail.com

Contamos com a sua presença





terça-feira, 29 de outubro de 2013

Esclarecimentos

Regra geral, gosto de ser original na escrita, e costumo valer-me dos meus meios para emitir opiniões sobre a actualidade leonina.
Contudo, nesta crónica vou ceder o espaço ao comunicado do Sporting, na íntegra, com o Porto-Sporting como pano de fundo.
Nem sequer merece muitos comentários, porque o longo comunicado transmite não só os acontecimentos como regista as respectivas conclusões.
Todos nós já ouvimos falar do ambiente terrorista que se sente naquele estádio, envolvendo os mais variados agentes desportivos, media ou adeptos.
São famosos os relatos de acontecimentos terceiro-mundistas nos balneários, túneis e, pelos vistos, extensivos à generalidade do estádio.
Já para não falar naquilo que toda a gente vê, dentro das quatro linhas.
Eu sei que este é um tema que, daqui por uns dias, cairá no esquecimento, como todos os que são tranversais ao futebol.
Quando o porto vistiar Alvalade não irá ter, com toda a certeza, o tratamento que merece, porque quem nasce civilizado tem muita dificuldade em descer a níveis subterrâneos.

Diz o comunicado:


Ontem teve lugar mais um jogo da primeira Liga. Infelizmente não vencemos pelo que, naturalmente, não podemos estar contentes.

Cometemos vários erros que acabaram por ditar a sorte do jogo.

No entanto, aquilo que deveria ser apenas um jogo de futebol infelizmente foi muito mais, com um conjunto de episódios extra espectáculo que em nada dignificam o Futebol e a sua promoção. Com efeito, são situações que continuam a ter a cobertura e anuência por parte de muitos que deveriam ser os primeiros interessados em denunciá-las e que não o fazem, situação com a qual nós não compactuamos e que queremos que sejam do conhecimento dos Sportinguistas:

- Vários Sportinguistas foram agredidos nas imediações do estádio do dragão. Ao invés do clube da casa repudiar totalmente estas atitudes, como esta Direcção já o fez em situações similares, começou a circular um rumor de que um grupo de Sportinguistas teria provocado desacatos, facto ainda não confirmado, que “justificaria” tais atitudes bárbaras e inqualificáveis. Até ao momento, ao serem vistas as imagens televisivas e fotográficas disponibilizadas, verificou tratar-se de um conjunto de pessoas onde as únicas que se conseguem identificar são do clube da casa;

- Antes do início do jogo tentaram impedir-nos de verificar a integridade das cadeiras (no nosso sector), permitindo que posteriormente eventuais estragos nos fossem indevidamente atribuídos;

- Até ao início do jogo foi passada a informação de que os elementos do Staff da nossa Equipa (Segurança, Assessor de Imprensa e Oficial de Ligação aos Adeptos) teriam lugar na bancada atrás do banco de suplentes da nossa Equipa. Ao invés, no início do jogo vedaram-lhes o acesso, colocando-os numa sala somente com cadeiras e sem televisão;
- Além da falta de condições da sala do Staff, os ARD's (Stewards) impediram-nos de sair e circular nas zonas autorizadas, contrariamente ao regulamentarmente definido;

- Na sala de treinadores retiraram tudo que lá estava (televisão e mesas) deixando apenas os cacifos e três cadeiras;

- Na entrada para o estádio deixaram, primeiramente, entrar pequenos grupos de adeptos do nosso Clube. Posteriormente retardaram a entrada dos restantes adeptos, fazendo com que muitos apenas tivessem acesso ao jogo já passados 30m do apito inicial;

- Autorizaram uma das nossas Claques a entrar com uma faixa para a bancada. Já dentro do estádio, sem nenhuma razão para tal suceder, os ARD´s procederam a sua remoção à força, provocando um tumulto que resultou em feridos ligeiros. A razão invocada para este acto descabido foi que a referida faixa continha a expressão “bimbolândia”, o que era falso. Quando os membros da claque abriam a faixa para mostrar o que realmente estava inscrito (o provérbio chinês "mete-os sobre tensão e cansai-os") esta foi selvaticamente retirada pelos ARD’s. Com efeito, toda esta atitude poderia resultar num acto deliberado para provocar os nossos adeptos e posteriormente os culpabilizarem;

- Em simultâneo, os ARD’s tiraram uma bandeira à Juve Leo, rasgando-a e entregando a mesma a uma claque da equipa adversária (Colectivo);

- Durante o aquecimento da nossa Equipa, as bolas que iam para a bancada desapareciam. Na primeira fila estavam quatro adeptos da equipa da casa devidamente instruídos para passarem as bolas entre si e depois passarem a um quinto elemento que na fila atrás roubava a bola, levando-a consigo. Isto tudo com total conivência dos ARD's que ali assistiam impávidos e serenos;

- Deixaram a manga de acesso do balneário ao relvado recolhida, à face das bancadas, facilitando agressões verbais e arremesso de objectos ao Presidente do Sporting Clube de Portugal, contrariamente ao acordado entre as Seguranças dos dois Clubes;

- Nas bancadas foram colocados vários cartazes (com acabamento gráfico profissional e por isso de acesso altamente questionável) exibidos por adeptos da equipa da casa, com frases provocatórias dirigidas ao Rui Patrício enquanto guarda-redes da Selecção Nacional. Sabendo-se que há proximamente um play-off importante para a nossa Selecção, esta atitude demonstra uma mesquinhez regional, não compatível com o Seculo XXI em que vivemos, e como tal um desrespeito por Portugal;

- O nosso Assessor de Imprensa foi impedido de permanecer na bancada de Imprensa, após lhe ter sido permitida a entrada e comunicado que ali poderia ficar durante o jogo;

- No final do jogo, junto à entrada da zona técnica, estiveram oito colaboradores da equipa da casa, que por várias vezes insultaram pessoas do nosso Staff, até à saída do autocarro;

- Jornalistas coagidos, nomeadamente dos três jornais desportivos foram empurrados por ARD’s. Um deles, só por ter questionado o porquê daquele inqualificável tratamento, foi de forma violenta imediatamente despojado da credencial do jogo e colocado na rua;

Há coisas na vida que nunca mudam, a nobreza de carácter é uma delas, ou se tem, ou não. Por mais “riqueza” que ostentem, os pobres de espírito sempre o serão. O complexo de inferioridade demonstrado por todas estas atitudes é totalmente incompatível com um clube que para além de títulos quer ser grande, pois a grandeza é muito mais do que o vencer. A grandeza é vencer, é saber vencer, é saber perder, é saber estar, algo que não está ao alcance de todos.

Não podemos deixar de louvar os mais de 3.000 Adeptos e Sócios do Sporting Clube de Portugal que estiveram ontem presentes no jogo, demonstrando claramente a nossa dimensão e que apesar de todo o esforço dos nossos adversários para nos desestabilizar continuamos unidos, nos bons e maus momentos, em torno do Clube que amamos, facto que muito nos orgulha e que nos motiva para diariamente fazer mais e melhor.

No próximo sábado em Alvalade, continuaremos o nosso trabalho de forma séria, cumprindo os objectivos que nos comprometemos, que é entrar em cada jogo para ganhar e honrar a camisola do Sporting Clube de Portugal.

Continuaremos a contar com todos os Sportinguistas para encherem o Estádio e apoiarem, como mais ninguém sabe fazer, a nossa equipa.

O Sporting Clube de Portugal,
Lisboa, 28 de Outubro de 2013

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Sporting B - Ac.Viseu (relato)

Como a vida não pára, nada melhor que um jogo de futebol para ultrapassar a desilusão de ontem, resultante do Porto-Sporting.
A equipa B defronta o Ac.Viseu, a partir das 16 horas, em jogo a contar para a 12ª jornada da II Liga.
A convocatória para este jogo sofreu algumas alterações, resultantes precisamente da não utilização no clássico da véspera.

Guarda-redes: Luís Ribeiro e Mickael Meira.
Defesas: Jefferson, Eric Dier, Edelino Ié, Mamadu Samba, Nuno Reis, Mauro Riquicho, Seejou King, Farbice Fokobo e Ricardo Esgaio.
Médios: Filipe Chaby, Kikas, Luka Stojanovic, Wallyson Mallman, Hugo Sousa e João Mário, Rinaudo.
Avançados: Iuri Medeiros, Cristian Ponde, Betinho e Slimani.

Assim, é com alguma expectativa e curiosidade que aguardamos por este jogo, pelas presenças de Jefferson, Dier, Rinaudo ou Slimani.
Se é verdade que a equipa B quer-se para lançar os nossos jovens numa realidade competitiva diferente da que encontraram na formação, não é menos verdade que este é o local ideal para os menos utilizados do plantel principal ganharem ritmo de jogo.
Assim façam por isso.
O jogo não terá transmissão televisiva, mas poderá ouvir o relato na seguinte ligação:

Sporting B - Ac.Viseu (relato)

ou seguir o evoluir do resultado na seguinte ligação:

São 11 contra 11, e no final...

Eram altas as expectativas dos adeptos sportinguistas, que tinham a possível liderança do campeonato no pensamento.
Também eram altas as expectativas dos portistas, desejosos de calar o presidente BdC e o seu populismo, como diria o populista Rui Moreira.
A verdade é que há algum tempo que não via um ambiente tão quentinho, numa visita do Sporting ao porto, e esta pode ter sido uma pequena vitória de BdC.
Mas, a verdade, é que a única vitória possível, se quisermos ser pragmáticos e objectivos, é vencer no campo e dar uma alegria a todos os que sentem a nossa causa.
Isso não foi possível, por vários motivos, mas podemos analisar a derrota e as suas consequências por diversos prismas.
Em primeiro lugar, era uma derrota previsível e esperada.
O porto não perde no Dragão para o campeonato há mais de 5 anos, e seria pouco provável que uma equipa de inexperientes jogadores o fosse fazer, sabendo que nem uma equipa matreira, líder do campeonato e com o rei da táctica no banco o conseguiu fazer, há uns meses atrás.
Acabou por vir à tona essa mesma inexperiência, em momentos cruciais do jogo, mesmo que o 3-1 final seja um resultado que possa denotar algumas facilidades.
Na minha óptica, apesar do treinador portista dizer que foram a melhor equipa, não consigo encontrar nenhum parâmetro do jogo onde possam ter sido melhores, a não ser na eficácia ofensiva.
Isso, e num apartado que, em inúmeras ocasiões, ajuda a perceber para que lado vai cair o jogo. Entendo que foi na quantidade de bolas divididas ganhas pela equipa azul-e-branca que o jogo caiu para o outro lado da balança.
Até na posse de bola (50/50) ou nos remates à baliza (14/11) a estatística pode provar que o jogo poderia perfeitamente ter acabado empatado, mas o certo é que a realidade não se compadece com números.

Mas, por falar em números, diria que um dos mais experientes do plantel foi o primeiro a borrar a pintura, aos 10 minutos de jogo, num penalti que se adivinhava, assim que Maurício acorreu à dobra do seu lateral.
Com os seus sabidos 25 anos devia ter pressentido que aquele lance teria que ser controlado de outra forma, até porque o que nasce torto, tarde ou nunca se endireita.
O encarregado de bater o penalti foi, nem mais nem menos que...Josué, o jogador que não deveria ter jogado este clássico, em virtude da cuspidela que foi julgada ter menos saliva que a de Insúa.

A primeira parte foi decorrendo de modo insoso, de parte a parte, e se estas eram as duas melhores equipas do campeonato, nem queremos  imaginar as outras.
O melhor que aconteceu neste período foi o apito do árbitro para o intervalo.
Aquele som foi tão melodioso que pensei estar a ouvir o "Arabesque", de Claude Debussy.
Já a segunda parte mostrou duas equipas mais seguras na circulação de bola, mas o Sporting esteve quase sempre por cima do jogo.
A necessidade imperiosa de procurar do empate nem sempre é suficiente para uma equipa "mandar no jogo", pois é necessária qualidade e personalidade para o conseguir fazer, e muitos foram os anos que visitámos o Dragão e o acumular de golos era uma consequência natural da lei do mais forte.
Desta vez o Sporting teve qualidade para, em pleno Dragão, obrigar o porto a recuar e jogar em contra-ataque.
Não digo que o golo do empate fosse o corolário do domínio leonino, mas também o golo inaugural do porto surgiu de um imenso nada.
Quando aconteceu o golo de William Carvalho, logo a cabeça se pôs a fazer contas.
-"A equipa do porto está desgastada pelo jogo de meio da semana, e quando rebentarem de vez vai ser uma questão de tempo até surgir o 2º. Pode até ser no último suspiro, como aconteceu em Braga!!"

Não passaram de pensamentos desajustados à realidade, e esta aponta para uma equipa ainda com algum défice de indentidade, e alto grau de imaturidade.
Só assim se justifica que, em plena celebração do golo leonino, já o porto estivesse a fazer o 2-1.
Uma vez mais um lance onde a defesa denota algumas carências, e em que um simples 1x1 (Danilo/Rojo), dentro da área, permite um remate sem qualquer oposição.
Rojo, esse, ficou de joelho no chão...numa figura que julguei primazia de  Jejuns, e que imortalizou também naquele relvado.
Mas, quanto a mim, o momento do jogo dá-se uns minutos depois.
Aos 68 minutos, Cedric faz um cruzamento milimétrico e Montero, de cabeça, num lance em tudo idêntico ao golo contra o Benfica, remata para defesa de Helton.
Foi a melhor oportunidade de todo o jogo, das duas equipas, e esse lance poderia ter sido uma machadada na confiança portista.
Um minuto depois é Piris a pôr de novo Helton à prova mas...mais uma desantenção defensiva proporcionou o 3º golo portista, aos 74 minutos.
Da possibilidade do empate ao irrecuperável 3-1 foi um piscar de olhos, e já pouco ou nada havia a fazer.

Claro está que nenhuma derrota é bem-vinda, mas há umas que doem mais que outras, e não tem nada a ver com arbitragens ou injustiças.
Se já não é agradável perder um clássico, pior ainda é ter que ver as imagens da tribuna do estádio, atafulhada de gente com ar de filme de gangsters, com risos maliciosos de quem acaba de dar um golpe fatal no gang rival, na tentativa de dominar o bairro. 
Pior que este riso, só se a vitória tivesse sido com um golo de Izmailov mas esse, como sabem, está de licença de parto.
Seria também desnecessário ouvir William Carvalho dizer, "temos que levantar a cabeça".
Andámos de cabeça baixa anos a fio, e agora que estamos com ela bem levantada, não será uma mera derrota que a irá fazer regressar à posição que tão bem conhecemos.

Paralelamente ao jogo, não posso deixar de pensar que, se não vencemos quando o porto se apresenta tão frágil, quando o faremos?
Há o célebre provérbio acerca do futebol alemão, mas pode ser perfeitamente adaptável à nossa realidade.
São 11 contra 11, e no final...ganha o porto.

Pior mesmo só o facto de termos descido para o 3º lugar.
Após o jogo, fiquei a saber que a classificação dos 3 primeiros, quando em igualdade pontual, é feita por ordem alfabética...de acordo com o site zerozero.


domingo, 27 de outubro de 2013

Porto - Sporting (directo) 19.45 horas

Porto e Sporting defrontam-se, a partir das 19.45 horas, em jogo a contar para a 8ª jornada da Liga Zon.
Queremos pensar que a liderança está em jogo mas, do outro lado, quererão pensar que podem consolidar essa mesma liderança e, quem sabe, dar uma machadada no sonho leonino.
O ambiente prevê-se intenso, um pouco à imagem do preconizado pelo presidente BdC.
Espero, claro está, que o ambiente não condicione as decisões de quem deve manter-se imune a pressões vindas da bancada, do banco, da cadeira ou do trono.
O jogo terá transmissão a partir das 19.45 horas e poderá segui-lo através da ligação que disponibilizamos.


Porto - Sporting (clicar)


Entretanto, hoje também se jogou a 2ª jornada do Campeonato Nacional da II divisão de Séniores femininos, em basquetebol.
As nossas leoas venceram o Ferragudo por 80-17, com os seguintes parciais.

1º período: 5-3
2º período: 26-2

Intervalo: 31-5

3º período: 36-4
4º período: 13-8

Os nossos parabéns e o desejo que este ano se possa concretizar o sonho que esteve prestes a cumprir-se, na época passada.

Ah Valenteee!!

Dizem alguns, em tom jocoso,  que a RTP Memória serve para os adeptos dos clubes com menos propensão vencedora recordarem as vitórias do passado, que jazem em arquivos já poeirentos.
Pode aplicar-se esta máxima aos adeptos benfiquistas, apesar das Taças da Liga mais recentes os encherem de orgulho.
Pode aplicar-se esta máxima aos adeptos do Sporting, também eles com vontade de celebrar grandes feitos.


A RTP Memória tem o saudável hábito de transmitir um desses jogos empoeirados, quando os mesmos adversários se defrontam na presente semana.
É o caso do Porto - Sporting que hoje terá lugar, e o clássico da época 1993/94 que o referido canal televisivo decidiu ressuscitar .
Essa época desportiva ficou marcada por diversas incidências para os nossos lados.
Desde a eliminação europeia e despedimento de Bobby Robson, passando pela contratação de Queiroz até ao trágico acidente de Cherbakov.
No entanto, quase todos se recordarão e o campeonato ficará conhecido pelo dos 6-3 em Alvalade.
Outra tragédia.
Todos concordaram que esse foi o jogo que decidiu o título, pois num campeonato em que a vitória valia 2 pontos, o Benfica passou a dispor de 3 de vantagem, com 4 jornadas por disputar.
A maioria dos outros jogos passam para segundo plano.
Como o Porto - Sporting da jornada 27.
Por essa altura, o Sporting também partilhava o topo da classificação com a equipa encarnada, e a derrota nas Antas ainda deu vida aos portistas, enquanto o Sporting definhava na sua tentativa de quebrar um jejum que ainda se iria prolongar mais 6 anos.
Nessa época, o Sporting possuía um dos melhores plantéis que há memória, com nomes como Figo, Balakov, Peixe, Capucho, Valckx, Iordanov, Paulo Sousa, Cerbakov, Juskoviak, Cadete...ou ainda Filipe, Paulo Torres ou Nélson.
Tudo jogadores de fino recorte técnico.
Do outro lado da barricada, figuravam outros jogadores de fino recorte terrorista.
João Pinto, Secretário, Paulinho Santos, Fernando Couto, Jorge Costa, André, Rui Filipe, Aloísio, Zé Carlos...tudo jogadores que consideravam que a canela ia do tornozelo até ao pescoço.
No entanto, a culpa não era deles, mas sim de quem permitia que esta confusão anatómica não fosse punida.
Ao ver uns meros minutos deste triste jogo, a revolta apoderou-se de mim, mesmo passados 20 anos.
O Sporting foi melhor durante a maior parte do tempo, em plenas Antas, mesmo com o handicap de termos Queiroz no nosso banco, e de Robson estar no banco portista.
Depois de entradas assassinas dos jogadores portistas, o primeiro a ceder às provocações e complacência do árbitro foi Juskoviak, expulso aos 35 minutos da 1ª parte.
Carlos Valente, o bravo apitador, ainda pegou Jusko por um braço para o retirar mais rapidamente de campo, pois não havia tempo a perder.
Depois foi Vujacic mais cedo para o balneário e, por fim, Peixe, aos 62 minutos.
Com 8 jogadores em campo e a perder por 1-0, fruto de um erro de Valckx já na 2ª parte, ainda o Sporting se aproximava com perigo da baliza do protegido Baía.
O 2º golo, já nos últimos 5 minutos, só veio confirmar que o esforço era inglório.
Os adeptos do Porto não necessitam da RTP Memória para recordar os feitos dos últimos 30 anos.
Nem sequer para recordar em que princípios se basearam esses feitos.
Hoje será a vez do valente Artur Soares Dias ir julgar o clássico.
Naquele Estádio todos se tornam heróis.
Por algum motivo não perdem há mais de cinco anos, em jogos caseiros para o campeonato.
Por isso gostei tanto da arbitragem de Tagliavento, na última 3ª feira.

Ah Valente!!

A RTP Memória não serve só para recordar as vitórias e os grandes feitos.
O canal também serve para desempoeirar grandes atentados à verdade desportiva, e ajuda-nos a perceber como o futebol subterrâneo fabricou campeões durante décadas.

sábado, 26 de outubro de 2013

Juv. Viana - Sporting (relato)

Hoje foi um dia de muita actividade desportiva mas, em contraciclo, foi um dia de nula actividade aqui no blogue.
Vários compromissos impediram-me de corresponder à habitual actualização mas, dado que finalmente consigo ter acesso a um computador, não podia deixar de congratular-me pelas diversas vitórias que ocorreram este Sábado (Futsal, Rugby, Juniores, etc.) mas ainda irei a tempo de deixar uma ligação para os que gostam de Hóquei em Patins ou de acompanhar as nossas modalidades, ouvir o relato em directo.
O arranque do campeonato nacional ocorre no difícil campo da Juventude de Viana, mas a esperança de um começo prometedor ninguém nos pode tirar.




Juv. Viana - Sporting (clicar) relato


intervalo:
Juv. Viana 2 Sporting 2



FINAL:
Juv. Viana 5 Sporting 2

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Bandarilha

Enquanto esperava pelas emoções previstas para o fim-de-semana, entretive-me a ver alguns dos jogos das competições europeias.
No entanto, um dos momentos mais emotivos foi quando recebi alguns comentários de um lampião (categoria diferente de benfiquista) que, perante uma crónica relativa ao jogo Porto-Zenit, gozava com a nossa condição de espectadores.
Pois, passada a jornada europeia, devo dizer que a fraquíssima prestação das nossas equipas não teve no Sporting qualquer responsabilidade, tantas vezes acusado de pouco contribuir para o ranking que Portugal detém.
Fiquei também sensibilizado ao saber que o responsável máximo pelo futebol benfiquista ficou satisfeito com o empate caseiro, perante um emblema de média dimensão europeia o que, por arrastamento, terá deixado o comentadeiro de serviço também satisfeito.
Jorge Jejuns queixou-se da chuva, o que me levou a questionar se só terá chovido em cima dos jogadores da equipa encarnada e empapado unicamente o terreno que pisavam.
Ao ouvir o treinador da equipa grega dizer que mereceram ganhar com e sem chuva concluí que afinal o Olympiakos também andou a chapinhar nesse mesmo jogo e, mesmo sem um futebol de fino recorte técnico, criou uma mão cheia de oportunidades claras de golo.

Dois empates muito sofridos e três derrotas vêm confirmar não só que o futebol português parece já ter tido melhores dias, mas também que o lugar que o Sporting cedeu temporariamente não está bem entregue.
Porém, dado que a época passada foi negativa não só a nível interno, devo confessar que, passada a desilusão inicial, prefiro que o Sporting tenha este ano de ostracismo do que ousar repetir a triste imagem que deixou na Europa.

Estas constatações não significam que tenha ficado satisfeito com os resultados, pois gostaria que Estoril, Paços, Guimarães e Olympiakos tivessem conseguido melhores resultados.
  
Passadas então as emoções europeias, as atenções viram-se (ainda mais) para as competições nacionais.
Se é verdade que o sorteio da Taça de Portugal ditou um Benfica-Sporting, com os mais diversos sentimentos associados, o próximo Porto-Sporting continua na ordem do dia.
Tanto que hoje são as hostes portistas a darem a voz ao manifesto.

Por um lado, o presidente da Câmara do Porto, que não despe a camisola apesar da responsabilidade do seu novo cargo.
A frase do dia pertence a Rui Moreira, que vem dizer:
"O Porto tem de ser capaz de vencer o Sporting mais que não seja para, por uma vez, calar Bruno de Carvalho e o seu populismo."
Já tinha dito, por alturas das eleições autárquicas, que o clube portista seria o grande vencedor das eleições para a autarquia local, qualquer que fosse o seu vencedor.
Apesar de já ter tido grandes aliados na autarquia, desta vez parece que F.C.Porto e C.M.Porto quase se poderão confundir.
Invertendo os papéis, não imagino Jorge Sampaio, João Soares, Santana Lopes, Carmona Rodrigues ou António Costa, os mais recentes autarcas lisboetas e todos eles adeptos do Sporting e Benfica, virem dizer...nas vésperas de um clássico, que seria bom o seu clube vencer para calar o inenarrável Pinto da Costa, rei do populismo e da demagogia.
Nem sequer enquanto adeptos.
Às tantas até disseram, e estive distraído.
Estas palavras acentuam a guerra que o Sporting abriu a Norte, e da qual Vítor Pereira (ex-treinador portista) também opinou e com a qual concordo.

"Treinador avisa que discurso de desafio agrada aos dragões" e "Sporting está a estimular o Porto" são as frases que fazem capa no jornal O Jogo, mas é um assunto a que já tinha feito referência, em crónica anterior.

Apesar de haver quem considere que as palavras de BdC visam ser tratado como um rival e não como a equipa mediana que tem visitado o Dragão nos últimos anos, considero que o clima de guerrilha é aquele que mais favorece a equipa portista.
Se a guerra Norte-Sul foi inventada por Pinto da Costa, de modo a congregar esforços e juntar as tropas, quando esta arrefeceu outras pequenas batalhas foram abertas, sempre de modo a estimular o sentimento de perseguição e injustiça.
Disse-o na altura que as palavras de BdC poderiam ser um pau de dois bicos, até porque não joga só com os sentimentos dos jogadores e adeptos portistas.
Poderia tornar-se  um pau à laia de bandarilha, espetada no cachaço de um touro, que os faz espevitar.
Ao ler estas declarações, fico com a ideia que está mesmo a surtir algum efeito.
Poderá jogar também com os sentimentos da classe arbitral que veste de azul-e-branco e que, como desconfiamos, ainda está em maioria no quadro de árbitros das competições profissionais.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Melhores Dias virão?


Artur Soares Dias, da Associação de Futebol (Clube) do Porto foi o árbitro escolhido para apitar o próximo Porto-Sporting.
Por uma única vez este árbitro foi chamado a ajuízar este clássico e, por sinal, ficou ligado à história desse jogo.
Não terá querido estragar a festa portista da época 2010/11 e, apesar do Porto ter sido superior, fechou literalmente os olhos ao drible de Rolando com a mão, no último suspiro do jogo.
Aliás, se o central tivesse um cesto por perto, tentaria provavelmente um lançamento de meia-distância.
Era Couceiro o treinador leonino mas, se por lá estivesse Paulo Bento, teria dito novamente:
"...com a mão...andebol...basquetebol...voleibol.
Eh pá, futebol, com os pés...com as pernas.........com a cabeça.
Três indivíduos dentro do campo não conseguem ver uma mão na bola....fazer o quê??!!"
Os jogos nunca têm uma história igual, (dizem) mesmo que por vezes pareça que já vimos o filme nalgum lado.
Quero sempre acreditar que melhores Dias virão, porque os passados já cansam.


Porto 3 Sporting 2 , e Rolando a jogar basket

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Há quem goste...há quem deteste o estilo de presidir de Bruno de Carvalho.
Ainda recentemente, um ex-jogador com nome de ciclista veio lançar umas farpas ao seu estilo, a juntar aos muitos críticos que se entrincheiram um pouco por todo o lado.
No entanto, a defesa do presidente é feita por um exército de adeptos, mas também por ex-críticos e opositores, pelo menos enquanto os resultados no futebol o mantiverem na crista da onda.
Sabem, até os mais distraídos, que das várias guerras abertas, uma das que causou mais unanimidade foi a que manteve com empresários e agentes de jogadores.
A verdade é que as batalhas que foram travadas não foram perdidas, apesar do temor de muitos sportinguistas...e a esperança, de tantos outros.
Mas, parece que ainda há alguma dificuldade em perceber a mensagem que tem sido passada.

O português é uma língua falada por 280 milhões de pessoas em todo o mundo, mas por vezes a sua tradução nem sempre é fácil.
Por exemplo, traduzir frases do treinador de um clube-rival-que-ontem-empatou-em-casa-mas-ficou-satisfeito pode tornar-se uma tarefa ingrata:
    "Vocês os quatro formem aí um triângulo."
  "Ainda dou-le a dúvida desse lance."
  "Isso dos estrangeiros não é um problema. Nós já estamos a tratar   do processo de neutralização dos jogadores."
             "Os adeptos empulgam os jogadores, eles puxam pela equipa."

No entanto, também pode provocar um incidente diplomático, ao referir-se a clubes  de nomeada como o Paris Chanberman, que conta com os peçantes Abramovich e Lavezza na frente de ataque, o próprio Newcasten e o Mancheste Unáite, equipas da Primeira Shipin ou ainda os turcos do Tranzaspor ou Fernebatch.

Por estas e outras razões, estou convicto que o agente Chokry Yousfi, representante de Slimani, terá ainda algumas dificuldades em entender a língua que por cá se fala.
Bruno de Carvalho fala provavelmente um dialecto algo diferente dos exemplos apresentados, mais parecidos com berbere nativo, o que terá levado o agente a entrar por caminhos que não têm trazido grandes benefícios às partes.
Estou em crer que Chokry só esteja a servir de porta-voz à insatisfação do avançado argelino, e hoje os media avançam com os queixumes:

"Ele é meu jogador, falo com ele todos os dias. Ele quer jogar mais no Sporting. A questão é que no jogo da Taça com uma equipa de 3ª divisão ele não foi titular, não fez o jogo todo. Eu respeito o treinador do Sporting, as suas ideias, mas penso que esta fosse uma boa oportunidade de lhe dar mais tempo de jogo".
"O Slimani foi para o Sporting para jogar e é claro que ele quer jogar.".
"O Slimani está feliz no Sporting, não pode dizer que não está, mas ele quer jogar mais. Ainda é cedo para pensar no mercado de Janeiro. Vamos ver como evolui a situação nos próximos dois meses, mas a decisão é do Sporting. É uma possibilidade, é um assunto para ser analisado".

Por acaso até simpatizo com Slimani, mas talvez tal se deva ao facto do avançado vestir a nossa camisola.
Por norma não olho a caras, mas sim a corações.
Também eu estava convencido que Leonardo Jardim iria apostar no argelino, mas o treinador é soberano nas suas decisões, e achou por bem que Montero deveria readquirir ritmo competitivo, depois da pausa para os compromissos das selecções.
Claro está que também havia a possibilidade de jogar mais tempo com os dois avançados, mas uma vez mais o treinador poderá ter razão, e terá querido alicerçar o modelo de jogo com que irá jogar mais vezes no campeonato.
Slimani tem os olhos postos no Mundial, mas todos os sportinguistas têm os olhos postos nos nossos compromissos, e ninguém é mais importante que o grupo.
Slimani foi para o Sporting para jogar, e jogou…menos do que queria, e mais do que outros, que também estão lá para jogar.
No entanto, se pretende jogar a todo o custo, mesmo com o estado de forma de Montero que o tem colocado ao nível dos maiores símbolos do Sporting, existe sempre a equipa B que pode servir os seus propósitos.
Eu gostava que Slimani tivesse mais tempo de jogo, de preferência na equipa principal, mas ainda gostava mais de não voltar a ouvir ou ler reivindicações despropositadas, em qualquer altura, mas principalmente quando o Sporting navega em águas tranquilas e pode enfrentar um momento decisivo da época.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Tá lá vento

Há coisas que não entendo.
Há virtudes que aprecio mais que outras, e há pessoas que não têm, definitivamente, o dom da generosidade, da justiça...da reciprocidade. 

Foi com alguma indignação que hoje li que Hulk está a torcer pelo Porto, no clássico do próximo Domingo, enquanto eu estive ontem a torcer por Hulk ( e Danny, e Luís Neto, e Kerzhakov, e Lodigin...e até pelo médico da equipa russa) com todas as minhas forças.
Ainda estava 0-0 e eu retorcia-me no sofá, a cada investida do Zenit.
Estiquei o pé 3 vezes, para tentar enfiar a bola na baliza portista.
Já o mérito do golo de Kerzhakov foi tripartido.
Hulk centrou, e Kerzhakov e eu próprio fizemos um gesto técnico perfeito.
Eu ainda fiquei com um torcicolo, pois rodei demais a cabeça, na tentativa de afastar o máximo possível a bola de Helton.
Enquanto o internacional russo correu para o canto do estádio que albergava os seus adeptos, para festejar, eu tive a tentação de deslisar de joelhos pelo piso da sala, até ao canto onde costumo celebrar, mas lembrei-me a tempo que ainda tenho os joelhos esfolados, desde o jogo PSG-Benfica.
Não é que seja um adepto fanático dos franceses, mas sempre gostei de Pauleta.
Ah...dizem-me agora que ele já não joga.

Resuminto, é por esta falta de solidariedade que me indigno.
É Incrível, Hulk!!

Apesar de ontem não ter visto o jogo de início, vi a melhor parte.
No entanto, tendo em conta o duelo do próximo fim-de-semana, devo dizer que apesar do resultado me ter entusiasmado, o que pude ver do jogo portista nem tanto.
É que, ao domínio quase inconsequente dos russos, respondeu o Porto com uma garra e determinação que lhes está na medula.
Ou isso, ou tomam um chá muito forte.
Além disso, a estatística dirá que é difícil que a equipa portista perca dois jogos seguidos...e ainda mais difícil será que tal aconteça em dois jogos caseiros.
Para tal acontecer, os nossos jogadores terão que correr até que lhes salte a tampa do peito ou, menos provável, que nos apite o jogo o italiano Paolo Tagliavento.
Tá lá vento...poderia ser a frase que mais me soava na cabeça, e não era pelas condições climatéricas. 
A verdade é que o homem limitou-se a cumprir as regras, só que o pessoal que frequenta aquele estádio está pouco habituado ao temperado clima mediterrânico e a tanta coerência.
No entanto, também fiquei a pensar se o cabaz que lhe tocava em sorte teria chegado com defeito.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Auditoria ao carácter

No fim-de-semana, à margem da boa exibição leonina no jogo da Taça, mesmo tendo em consideração que o rival milita nos distritais, não passou despercebida a entrevista de um ícone da formação leonina.
João Moutinho.
Das suas palavras, sobressaíram as que mais tocam no coração:

"Neste momento, como é natural, não penso voltar ao futebol português, mas se voltasse era para o FC Porto que gostaria de ir. Estou muito agradecido ao Sporting por tudo aquilo que me deu, mas eu também dei o meu melhor pelo Sporting. Fui um profissional a 100 por cento. Mas o FC Porto marcou-me imenso e é o clube que continuo a apoiar e espero que ganhe o campeonato e as competições em que participar, menos se defrontar a equipa que estou a representar..."

Para muitos, o tema abordado pelo nosso ex-jogador não merece o mínimo comentário, mas as declarações acabaram por merecer destaque em vários programas televisivos.
No da RTP Informação, Manuel Fernandes, António Oliveira, Toni e Rui Caracoletas Santos teceram várias considerações, mas este último, apoiado por Oliveira, chegou a considerar que os jogadores só estão gratos aos clubes que os tratam nas palminhas.
Consideraram que Moutinho foi maltratado no Sporting, e que as ofensas a que foi sujeito pesaram na sua actual predilecção clubística.
Alegaram ainda que Moutinho foi sempre 100% profissional com todas as camisolas que vestiu, mas eu tenho a sensação de ter lido, por diversas ocasiões, que o jogador esticou a corda durante uma pré-época, que obrigou Paulo Bento a abdicar da sua contribuição.
Nessa altura a fruta já tinha bicho, mas se alguém se deveria sentir incomodado pelo tratamento seria o Sporting.
Apesar de estar no patamar salarial mais elevado (sinónimo de que era muito maltratado em Alvalade) continuava a soar a vontade do João Pequeno em sair, fosse para onde fosse.

Ontem, outro programa desportivo, de novo com o tema formação do Sporting no ponto de mira, em virtude da referida entrevista.
Perante tantas declarações e opiniões, penso ser propício recuperar a de Costinha,  director-desportivo do Sporting na época em que o jogador foi vendido, onde afirmou que o clube “leonino” tentou manter João Moutinho no plantel, “mas o atleta nunca se mostrou cooperante num entendimento”.

 “Quando esta equipa técnica chegou ao Sporting, perguntei se seria boa solução manter um atleta que não estava satisfeito. Viemos a verificar ao longo da pré-época, apesar do comportamento normal nas primeiras semanas, que o jogador não mostrava o comportamento que desejávamos. Confirmou-se com a recusa em querer treinar que uma transferência estava planeada na cabeça dele. Tentámos demovê-lo dessa situação mas o atleta nunca se mostrou cooperante num entendimento.A decisão de deixar sair Moutinho teve o objectivo de “fortalecer o grupo” para ter “um Sporting sério e forte”. “Não queremos atletas com a responsabilidade de João Moutinho, que não se importam de trocar o Sporting por qualquer clube e a qualquer preço. Não vou desejar sorte ao João porque seria desejar sorte a um rival. Vejo-o partir com normalidade. Não basta formar jogadores, temos também de formar homens”.

Se é verdade que o caso Moutinho já está mais que enterrado para os sportinguistas, as declarações do jogador do Mónaco e as opiniões de alguns paineleiros voltaram a exumar o assunto, e alargou a discussão ao facto do nosso clube ter antecedentes de jogadores ingratos.
De facto, os casos $imão $abrosa e, mais recentemetne, Bruma e I£ori, podem querer demonstrar que o clube necessita urgentemente da tão falada auditoria, mas ao nível do carácter dos jogadores da formação.

Podia ser merecedor de estudo o facto de jogadores saídos do Sporting, que entraram crianças e saíram com a sua personalidade formada, continuem a demonstrar publicamente um défice de carácter.
No entanto, a esmagadora maioria dos jogadores que não fazem capas de jornais com entrevistas que podem estar a mando de interesses duvidosos podem desmentir essa tese, e reforçar a ideia de que em todo o lado existem, pura e simplesmente, as ovelhas negras de um grande rebanho.
É verdade que o balir de alguns destes espécimes incomoda mas, em última instância, prefiro ter em conta outros princípios.
Moutinho diz que era para o Porto que preferiria vir, caso regressasse a Portugal.
Mas alguém lhe disse que o Sporting o quereria?
Estou certo que, como eu, a maioria preferia ver de verde-e-branco um indigente do que alguém que não é gente.



segunda-feira, 21 de outubro de 2013

O respeitinho é muito bonito

Sporting 8 Alba 1

Eu tinha prevenido.
Depois de "assistir" às goleadas dos 3 grandes (Braga, Porto e Benfica) o Sporting não podia ficar atrás.
No entanto, há uma grande carga negativa no resultado conseguido, em comparação com os grandes candidatos à conquista da Taça de Portugal.
É que nós sofremos mais golos que as 3 outras equipas juntas.
Também é verdade que marcamos o dobro das 3 outras equipas juntas, mas a solidez defensiva é o principal princípio de qualquer equipa.
Fiquei, portanto, bastante apreensivo relativamente ao futuro.
No entanto, também tivemos alguns momentos positivos, que valerá a pena realçar.
Logo à cabeça, a qualidade dos golos com que brindaram todos os adeptos e amantes do futebol.
Por falar em golos, Montero não só abriu o livro como abriu as pernas para deixar passar a bola para também Vítor fazer um golo, e abriu um sem-fim de recursos técnicos apreciáveis, que valeram golos e oportunidades.
Também a fluência do jogo pelas alas, bem como a gradual implementação dos princípios de jogo foram aspectos a reter, mas nada apagará o facto termos sofrido mais golos que as 3 outras equipas juntas.

No entanto, se quiser destacar o momento do jogo, apontaria para o 8º golo do Sporting.
Não pelo delicioso pormenor de Montero, mas pela sua celebração.
Ver um jogador e uma equipa celebrarem um golo como se do primeiro se tratasse, ou se a equipa adversária fosse uma qualquer equipa da Liga, são óptimos indícios da saúde mental e de ambição do plantel.
Recordar-me de outros compromissos que estavam ganhos por antecipação, e do modo desleixado ou até prepotente de encarar esses jogos, e a forma ridícula como (não) celebravam golos, faz-me destacar e reter o minuto 90, como um bom exemplo para o que deve ser vestir a camisola do Sporting.

Aliás, o respeito pela camisola e pelo jogo não é só importante para nós, como se depreende pelas palavras de Renato Valente, jogador do Alba:

"Temos de salientar, e agradecer, o facto do Sporting nos ter respeitado muito. Jogaram contra nós como se fôssemos uma equipa da Liga e isso é elogioso para nós."








domingo, 20 de outubro de 2013

Sporting - Alba (directo) 18 horas

Hoje é Domingo de Taça de Portugal.
É verdade que ontem foi Sábado de Taça de Portugal, mas esta competição parece ter outro gostinho ao Domingo.
Nos jogos de ontem, destaque para as vitórias gordas dos 3 grandes portugueses.
O Porto venceu o Trofense por 1-0, onde se pôde voltar a constatar que há outro porquinho na engorda, para ser vendido ao quilo, por valores que raras vezes compensa ao desgraçado comprador.
Ontem fez um passe "a rasgar" a defesa, que terá aumentado o valor do entrecosto em mais 4 ou 5 milhões, no mínimo.
Também o Benfica goleou por 1-0, e quem se voltou a destacar foi  Ivan, o Terrível...ou o Temível.
Também partiu dele a assistência para o golo, e graças a esta jogada já terão começado a fazer o esboço para um estátua a ser colocada ao lado da do rei dos tremoços.
Já o Braga meteu dois na gaveta do Gafetense, mas foi preciso um penalti um pouco estranho para a abrir.
Também este colosso joga nos distritais, pelo que estes resultados desnivelados podem deixar-nos relativamente tranquilos em relação ao que poderemos encontrar no jogo de hoje.
A diferença poderá advir do facto do Sporting ir jogar quase na sua máxima força, ao invés dos 3 grandes, que deram minutos aos seus estrangeiros desconhecidos.

No rescaldo dos jogos, saúdam-se as palavras dos seus treinadores.

O do Porto ficou contente com o resultado e exibição e o do Benfica falou, falou... mas pouco percebi.
Sei que reclamou com a arbitragem, algo banal quando não ganha, mas dado que quando ganha também costuma deixar uma palavrinha carinhosa aos da arbitragem, torna os seus depoimentos sempre muito previsíveis.
No entanto, de um modo geral foi difícil seguir-lhe a linha de raciocínio.
Contudo, não devemos dar grande importância a algumas declarações de agentes desportivos, ou corremos o risco de alucinarmos.
Por exemplo, Sá Pinto foi ontem apresentado como novo treinador dos gregos do OFI Creta, equipa que está no limiar da linha de água, e disse que:

"Foi decisivo o reconhecimento da grandeza do clube,o apoio arrepiante dos seus adeptos, o seu momento desportivo e o potencial do plantel e ambição do seu presidente relativamente ao futuro."
O grande OFI tem, no seu palmarés, uma Taça da Grécia, nos idos anos 80, mas parece que está na moda apelidar qualquer equipa de grande, nem que seja o maior da sua rua.
Por cá também há alguns que venceram a Taça e nem por isso se apelidam de grandes, ao invés de outro que ficou nas nuvens, por acabar um par de campeonatos à nossa frente.

Mas voltando ao Sporting - Alba, na antevisão do jogo Leonardo Jardim pareceu conhecer minimamente o futebol directo dos de Algerbaria, o modelo táctico e o facto de ter o corredor esquerdo mais activo que o direito, em termos ofensivos.
Talvez de lá tenha saído o canhoto Jordi Alba, actualmente no Barcelona.

Resumindo, a maioria dos homens também tem um desequilíbrio, entre o esquerdo e o direito, e não é por isso que deixa de ser mais activo.
Apesar do treinador leonino afirmar que a equipa habitual irá apresentar-se hoje, porque não brinca em serviço, continuo convencido (tal como disse em crónica anterior) que Patrício, Montero e William Carvalho poderão descansar das 3 semanas de descanso.
Aliás, o facto de William nem ter sido convocado faz-me cada vez mais convencer que não irá mesmo jogar.
Os outros, só perto da hora do jogo passarão a certezas.

Como é do conhecimento, o encontro terá início às 18 horas e terá transmissão televisiva na SportTv.
Também poderá acompanhá-lo numa das seguintes ligações: