Sporting 1 Benfica 1
É difícil analisar friamente um jogo com estas características.
Um dos aspectos marcantes prende-se, obviamente, com o excelente ambiente que se viveu nas bancadas, fruto do entusiasmo que os adeptos vivem e da confiança que depositam na equipa.
Quanto ao jogo, se o Sporting teve uma primeira parte de grande nível, com um domínio absoluto em todas as facetas do jogo, mesmo que o Benfica tenha disposto também de duas boas ocasiões de golo, a verdade é que a equipa não soube ou conseguiu matar o jogo nesse período.
Foram várias as transições em superioridade que foram mal definidas, dando vida a um adversário que, como todos sabemos, dispõe de jogadores de elevada capacidade técnica e em qualquer momento podem causar dissabores.
Segurança defensiva, posse de bola criteriosa, combinações vistosas nas alas ...foram alguns dos predicados da primeira parte, que terminou com o resultado de 1-0, graças ao golo de Montero.
A segunda parte, como seria de esperar, trouxe um Benfica mais ambicioso.
O Sporting começou a recuar, não determinado pela atitude da equipa...que se poderia mostrar satisfeita com o resultado, mas também fruto de um reforço ofensivo, o que obrigou Leonardo Jardim a proceder à substituição de Wilson Eduardo por Dier.
O jovem inglês acaba por ficar ligado ao resultado final pois, passados poucos segundos de estar em campo, o sérvio (!!!!) Markovic passa na sua zona de influência como faca em manteiga derretida.
Dier acabou por recompor-se mas...o mal já estava feito.
Pouco depois acabou-se o gás do Benfica, pelo que o Sporting terá dominado 70% do encontro.
As estatísticas, mesmo que por vezes não ilustrem o que se passou no campo, são elucidativas.
O Sporting rematou 18 vezes, contra 9 dos encarnados.
O Sporting teve 56% de posse de bola, contra 44% da equipa que dominava sempre este parâmetro, na época passada.
O Sporting teve 14 cantos, contra 7 do rival.
O Sporting cometeu 11 faltas, contra 21 do Benfica.
É aqui que salta para a ribalta, no meu modesto entender, o homem do jogo.
Apesar de, em crónica anterior, um leitor ter-me garantido que o árbitro (Hugo Miguel) é adepto do Sporting, o que vi no jogo de hoje retirou-me as dúvidas.
Eu não pretendia que Hugo M., ou qualquer outro, viessem a Alvalade ajudar o clube.
Eu desejava, tão só, uma arbitragem com erros menores e um critério que defendesse a integridade física dos atletas e que respeitasse as leis do jogo.
Eu vi, uma vez mais, Maxi Pereira terminar um jogo, depois de uma entrada violenta que nem a sua avó terá acreditado que ele permaneceria em campo.
Vi uma sucessão de faltas de Garay, Luisão, Matic (que deveria ter visto o 2º amarelo) que passaram sem intervenção disciplinar.
Vi um amarelo a Carrilllo, por protestos, depois de um agarrão de Maxi (sim, ainda estava em campo) que todos viram, excepto a vasta equipa de arbitragem.
Vi os tais lançamentos-laterais-de-pé-no-ar, que parecem não fazer parte das regras.
Podem dizer, com razão, que o golo do Sporting foi precedido de fora-de-jogo. No entanto, esse mesmo fiscal de linha denotou outros problemas de visão que podem justificar a falha milimétrica na referida desmarcação de Montero.
No final, quem se mostrou satisfeito com o resultado foi o Benfica, pois voltou a dar a posse e domínio do jogo ao Sporting que, contudo, já não mostrava demasiada disponibilidade física e mental para alterar o rumo do encontro.
Na estatística comparada, relativamente à época passada, recuperámos 2 pontos em Coimbra (dado o empate 1-1) e mais um ponto no jogo de hoje (derrota 1-3) mas estes números não me deixam satisfeito.
Considero que o Sporting perdeu hoje 2 pontos, que só futuramente saberemos da sua importância.
Apesar de tudo, a equipa tudo fez para sair com a vitória, e terá deixado todos ainda mais orgulhosos neste início de época.
Esta equipa merece e precisa de um forte apoio na próxima jornada, em Olhão.
Espero que a voz e a força dos adeptos se faça sentir, para que o Sporting continue a surpreender.