quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Quem vai ao mar perde o lugar


Cristiano Ronaldo foi eleito o maior «mergulhador» do futebol europeu pelo Bleacher Report, um site norte-americano.

O internacional português surge em primeiro lugar de uma lista que contempla o nome de outro futebolista luso e da seleção nacional. Trata-se de Nani, do Manchester United, que ocupa a quarta posição no ranking de jogadores que simulam grandes penalidades.

Uns bons e eficazes mergulhadores, desde que bem secundados pela arbitragem, acabam por conquistar uns valiosos pontos que, no final de uma época, podem até valer campeonatos. O Sporting criou um dos mais famosos mergulhadores que há memória. Refiro-me a Paulo Futre, mas a realidade é que a escola não vingou em Alvalade e, actualmente, existe um grande vazio, e falta preencher o trono há tanto abandonado.

Perante a notícia do referido site, ficamos a saber que Portugal, como desconfiava, não consta nos mapas e roteiros norte-americanos. Não só julgam que Portugal é uma província espanhola, como desconhecem que no campeonato português evoluem os melhores mergulhadores, capazes de fazer inveja ao retirado Greg Louganis.
Para quem ainda não adivinhou a quem me refiro, vou auto-plagiar-me, e voltar a trazer às luzes da ribalta os mergulhadores mais medalhados da história do futebol nacional, pós-João Pinto.

Lotação esgotada


E eis que, passados perto de 3 meses desde a inauguração deste espaço de todos vós, o blogue do Núcleo está prestes a atingir as 50 mil visitas. Já dava para esgotar Alvalade.
Nunca nos propusemos  atingir metas, mas simplesmente ser mais um espaço de opinião, porque de informação do nosso Sporting é o que felizmente não falta na blogosfera. 
De desinformação, também, e para isso basta folhear um qualquer diário desportivo, ou consultar as suas páginas online.
A poucas visitas dessa singela marca que, para alguns dos blogues de referência são uns trocados, mas que para nós tem bastante significado, desde já agradecemos a todos os que diariamente entram na nossa página, mesmo que nem sempre interajam, o que seria o quadro perfeito.
Ao visitante 50 mil está reservado um pacote de minuins, e para levantar o prémio basta passar no Núcleo, em dia de jogo e, se não for pedir muito, partilhar com os presentes.
Quando ultrapassarmos a marca pretendida logo venho desmentir o prémio, tal como outros fazem com notícias, com alegadas fontes. 
 

Na mira


Ontem, o jornal A Bola  ( entre outros ), citava o site calciomercato para referir o interesse do Inter de Milão em Wolfswinkel.
Hoje, o jornal A Bola faz do holandês uma envergonhada primeira página, referindo que Ricky vai renovar até 2018.
Afinal, parece que o jogador também está na mira do Sporting.
 

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Mau olhado


Muito se falou, na época áurea do poder azul e branco na década de 90, que alguns dos feitos tinham ajuda do sobrenatural.
Eu sempre acreditei mais que os fantasmagóricos Calheiros, o sobrenatural Martins dos Santos, entre outros, tratassem no terreno aquilo que o Além não fosse capaz mas, nunca será de enjeitar uma ajuda divina.
Pois, parece que as práticas da pré-história futebolística estão de volta. Hoje, Fernando Nogueira, mais conhecido como O Bruxo de Fafe, garantiu ao jornal Record que o Benfica está a ser alvo de forças satânicas.
Desengane-se quem acredita que o Benfica está muito dependente de Javi Garcia ou que Jesus também mete o pé na argola, a ponto do Correio da Manhã, orgão oficioso do Benfica, ter dito que trocar Aimar por Yannick é uma visão apocalíptica.
O que na realidade está a acontecer é que, segundo garante o bruxo, uma mulher que vive no Alto Minho e cujo nome não pode revelar (mas que bem se pode chamar Maga Patalógica) tem um alguidar com fotografias dos jogadores e treinador do Benfica com rituais satânicos. A pessoa trabalha para que o Benfica não seja campeão e para que haja desentendimentos entre os jogadores, diz o sujeito. 
Eu nem vou brincar com estas coisas, não vão lançar um mau-olhado ao Sporting ainda maior do que o que foi quebrado recentemente. 
Se os resultados deprimentes do Sporting foram consequência de imensos factores, as recorrentes lesões devem ser resultado do voodoo que foi praticado no preparador físico leonino. Só pode!!

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Mais um pontapé...na crise


O Sporting lá continua, para alegria de todos nós, na sua senda de vitórias, mesmo que continue a fazê-lo por números que não deslumbram e, fundamentalmente, que provocam sofrimento e desgaste desnecessário.
Os tempos não estão para grandes exibições e resultados desnivelados, e como o próprio treinador disse desde o primeiro momento, a prioridade é estabilizar a equipa emocionalmente e virada para o pragmatismo do resultado, pois só assim poderão crescer sustentadamente.
Apesar destes pressupostos, e mesmo que tenha apresentado um preocupante fio de jogo nos primeiros 15 minutos do encontro, o certo é que proporcionou, a partir desse momento e até ao intervalo, uma interessante dinâmica, que a espaços fez recordar o melhor Sporting de Domingos.
A pressão alta e sufocante, aproveitando algum desnorte e falta de qualidade da equipa vilacondense, proporcionaram momentos que, sem chegarem a empolgar, fazem acreditar que podemos voltar a exibir-nos a um nível elevado.
O golo surgiu na melhor fase leonina e, infelizmente, chegou o intervalo, pois a segunda parte já foi marcada pelo excesso de pragmatismo e exacerbado calculismo. A posse de bola é levada ao extremo, e por vezes conseguimos passar de uma situação de superioridade ofensiva para a bola na própria defesa num piscar de olhos mas, está-se ao mesmo tempo a aproveitar o treino em competição para aprimorar esta fase de organização ofensiva.
É de facto uma pena que Sá Pinto não possa contar, tal como o próprio Domingos, com praticantes de excepção que fazem parte do plantel mas que estão sempre a contas com problemas físicos. Se hoje voltou a ver-se a diferença de jogo quando Izmailov apresentou uma condição física mais próxima dos níveis normais na exigência profissional, numa equipa de posse e toque de bola é importante ter jogadores que a saibam ter e que tenham explosividade para aproveitar o deslocamento defensivo dos adversários. Um jogador com a qualidade e capacidade de Jeffren seria extremamente importante, e é um desperdício para o espectáculo estar constantemente afastado dos palcos.
Também a ausência de Rinaudo é maquilhada com o esforçado Carriço, mas a bola raramente sai tão redonda para o ataque como quando o argentino palmilha o meio-campo. 
Por todos estes factores mas igualmente pelo facto de estar uma equipa do outro lado e que também conta nas condicionantes, a realidade é que a segunda parte foi sofrida quase pelo simples facto de não termos sabido matar o jogo. As duas oportunidades do Rio Ave quase apareceram fortuitamente, mas quem joga no fio-da-navalha sujeita-se a resultados inesperados.
Resta fazer um par de referências. Obviamente que Izmailov se destacou, tanto pelo golo como pela disponibilidade física demonstrada. No entanto, gostaria de destacar, apesar de uma ou outra hesitação, o positivo desempenho de Polga. É obrigação do brasileiro exibir-se a um nível elevado, mas não estava à espera que passasse de exibições medíocres para uma personalizada, quase num registo maníaco-depressivo.
Agora, é ficar à espera do jogo entre Braga e Guimarães para saber se continuaremos à mesma imensa distância da Champions, e depois começar a focar a nossa atenção na importantíssima jornada 21.
O Sporting tem a obrigação de deixar a pele em Setúbal, pois a jornada vai/pode fazer perder pontos a alguns dos primeiros classificados. Benfica-Porto, Guimarães-Marítimo e Nacional-Braga pode ser proveitoso para os interesses do Sporting, desde que faça o que está ao seu alcance.



Ter e querer


Hoje é dia de mais um jogo decisivo e, como diz Sá Pinto, queremos e temos de ganhar ao Rio Ave. 
Pena que a importância do nosso jogo se refira a lutar por lugares da classificação que têm tanto de importante como de embaraçoso mas, os altos e baixos da época deixaram a equipa e o clube nesta penosa situação.
Se o empate do Benfica ainda vem animar mais o campeonato, dando uma olhadela pelo calendário é possível constatar que ainda há 3 candidatos ao título e, da nossa parte, tanto podemos resvalar para um inaudito e inédito 6º lugar como ainda podemos aspirar ao 3º e, consequentemente, por um posto na pré da Champions.
Se o jogo com o Rio Ave correr como pretendemos e com o resultado que este plantel tem a obrigação de fazer, ficam a faltar 10 jornadas que podem trazer reviravoltas tão inesperadas quão inesperado era este recente e monumental afundamento do Benfica.
Já o facto de ainda aspirarmos ao 3º ou começarmos a tremer com o 6º joga-se tanto em Alvalade como em Braga, onde o Guimarães deve querer manter a aura vencedora. 
Ainda assim, e mesmo sabendo que a nossa recepção ao Guimarães será no intervalo dos jogos com o Manchester City e, por conseguinte, deveremos estar tremendamente debilitados para esse jogo, penso que a nossa tradição ainda pede que pensemos em grande. Assim, estou a torcer por fora para que o Vitória possa hoje fazer uma gracinha e desde modo reacender a nossa ambição para alcançar os bracarenses.
Claro está que estas, como outras contas, passam por um Sporting bem diferente daquele que se arrastou durante 1/3 do campeonato, mas penso que para pior não deveremos caminhar.
Lançando um rápido olhar pelo que resta de campeonato para os 6 primeiros classificados, podemos constatar que o Sporting tem reais possibilidades de chegar, ainda, ao 3º lugar, sendo que tudo se decidirá num escaldante final de época, enquanto o outro candidato a esse lugar tem em datas mais próximas vários testes decisivos para as suas aspirações.
A tabela que se segue tem o calendário dos referidos seis primeiros, e por cores o que considero o grau de dificuldade de cada um. Posso adiantar que nunca tive grandes resultados no totobola, e cada jogo tem variantes que tornam este, como outros desportos, longe de ser uma ciência exacta.
Ontem, colocaria um refrescante verde para colorir o grau de dificuldade do Benfica em Coimbra, e redundou num amarelo torrado.
Resta recordar que o Sporting manteve um triste e incompreensível estatuto de não vencer equipas da primeira metade da tabela, e que só se alterou pela subida na classificação de Nacional e Guimarães.
Por fim, relativamente à equipa que subirá esta tarde ao relvado de Alvalade, dadas as certezas das ausências de Patrício e Carrillo, fica a dúvida da opção do técnico para o lugar do peruano. Se Capel deve surgir como primeira opção, convém não esquecer que Pereirinha parece querer ressuscitar de um limbo que a maioria julgava que ele não sairia, mas ainda me parece talhado só para as partes finais dos jogos. Está nos seus pés...e cabeça, desmentir todos os que acreditam que não passa de um jogador normal.




sábado, 25 de fevereiro de 2012

Sanguessugas


Ao ler ontem a entrevista de Marinho Neves, que correu transversalmente os blogues desportivos, não passei a compreender melhor o fenómeno desportivo e, em particular, as questões que indignam todos os que proclamam a verdade desportiva, mas simplesmente voltei a recordar o que julgamos conhecer há décadas.
Já tinha lido passagens do livro do jornalista e esta entrevista julgo não trazer nada de relevante, a não ser a condição de assalariado do Sporting, à época, e as funções que desempenhava. 
O sumo da entrevista, que tanto indignou os leitores de cores clubistas que não o azul, é o mesmo do referido livro, é o mesmo das escutas do Apito Dourado, é o mesmo que se fala desde que algumas sanguessugas se apoderaram dos centros nevrálgicos da sociedade portuguesa, que não só do desporto.
Este tipo de vermes pode ser utilizado em terapia mas, no caso concreto, a presa fica exangue e o parasita engorda a olhos vistos.
Apesar da repulsa que sentimos por saber que o compadrio, a mentira e outros comportamentos pouco éticos imperam no futebol, outras passagens dessa entrevista causam uma miscelânea de sentimentos.
Ler que "...O Porto e o Boavista começaram a sentir-se ameaçados e começaram a minar o Sporting por dentro utilizando alguns elementos que hoje continuam no clube." é, para mim, uma das passagens da entrevista mais preocupantes e que me deixa perplexo. Costuma-se dizer que "O Homem é o único animal que tropeça duas vezes na mesma pedra" mas, no nosso caso, a insistência em andar de olhos vendados ou não aprender com erros passados, mesmo com pessoas que conhecem ou dizem conhecer os meandros do futebol, devem deixar qualquer adepto sportinguista estarrecido.
Não sei se estas afirmações de Marinho Neves estão actualizadas, mas faz com que se passe a desconfiar até da própria sombra. 
Se aliarmos a esta ingerência externa a tendência para a auto-flagelação, então, compreenderemos melhor porque somos, dos 3 grandes, aquele que passa maiores fases de obscurantismo. 
Estive a passar os olhos pelas notícias que hoje pontuam os jornais e, quase sem estranhar, deparo-me com mais um arrufo típico das nossas cores.
Diz Pedro Baltazar, ex-candidato à presidência do Sporting: "Tive conversas cordatas, até sobre a dívida que a Sporting, SGPS tem com a Nova Expressão, e fiz um desafio a Godinho Lopes, uma pessoa de amplos recursos, para que pudesse ter investimento ao nosso nível no Sporting e aí começávamos a demonstrar interesse e a arranjar soluções. Para meu espanto, a resposta foi: 'Eu?! Nem um euro, estou aqui a dar o meu tempo.' Isso diz muito do seu sportinguismo"
A aparente trégua que se seguiu às eleições, só durou enquanto os resultados da equipa de futebol foram consentâneos com a grandeza do clube. 
Os tempos que vivemos actualmente, e que já nos deviam perturbar, face à desastrosa segunda metade da época, ainda são exponenciados  com as lutas fratricidas pelo poder. 
Já nem sei se me deva preocupar mais ao ler que Godinho Lopes não põe nem um euro no Sporting, se me preocupe mais pelas aparições e críticas de Baltazar, Bruno Carvalho, Dias Ferreira, Dias da Cunha...dias a fio...ou se me deva inquietar por não saber quem são os infiltrados que minam o trabalho que se faz (ou talvez não) em Alvalade.
Fico sem saber que outras sanguessugas convivem com o verde das nossas cores.
 

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Sporting de Cristal


O Sporting cumpriu os serviços médios. Os serviços mínimos seriam empatar e passar a eliminatória. Dado que ainda se deu ao luxo de ganhar o jogo, vai fazer com que me deite de barriga cheia.
Ok, já agora era bom que tivessem jogado um pouquinho de futebol. Nem era preciso muito...só um bocadinho para aguçar o apetite, mas convém não abusar para não nos habituarmos mal.
Foi isso que aconteceu no início da época, depois de duas épocas miseráveis, e vejam a depressão em que caímos. 
Dizem que depois de um largo período sem comer, como numa greve de fome, não convém empanturrar-nos, ou a comida pode cair mal no estômago. Aqui passa-se o mesmo. Temos que ir petiscando,  saboreando magras vitórias, até que chegue o ansiado manjar. Não sejamos glutões, por favor.
O jogo de hoje deixou várias evidências, e a mais gritante talvez seja a fraquíssima condição física que a equipa apresenta.
Apesar da entrega de todos os jogadores, essa capacidade de luta não consegue disfarçar a disparidade que existe contra qualquer adversário. Este problema não é recente, tanto que já faço esta referência há imenso tempo, mas quando defrontamos equipas que fazem do físico a sua arma, é mais notória a diferença. 
Desta vez o que nos salvou foi que a qualidade do Légia é inversamente proporcional ao seu poderio físico, o que facilitou de algum modo a nossa tarefa.
Outra das evidências, que provavelmente estará intrinsecamente ligada à primeira, tem a ver com a susceptibilidade que os nossos jogadores têm para se lesionar. 
O Sporting tem parcerias conhecidas e recentes, como o Cercle de Bruges, e já teve clubes satélite, como o Lourinhanense, mas parece-me que por este andar, o nosso clube será o primeiro satélite dos peruanos do Sporting Cristal, na Europa. Aliás, talvez já se perceba porque Rodriguez veio desse clube para a Europa.
Se algumas das lesões são puro infortúnio, a maioria deixa no ar um cheiro intenso de incompetência mas, já há pouco a fazer na corrente época para inverter este surto. 
Hoje, entre o minuto 71 e 74 parecia que estávamos a ver um jogue de bowling. A bola passou por perto e os pinos caíram a um ritmo cadenciado. Carrillo, Rodriguez e Izmailov foram os mais recentes, mas isto não deve ficar por aqui. 
Agora, resta tentar ter uma equipa à altura para mais um decisivo jogo, contra o Rio Ave, pois o 5º lugar continua em jogo, e em risco. 
O City, esse, ainda está a duas semanas de distância, e é impossível, por esta altura, saber com quem poderemos contar para essa eliminatória.

Maricones


José Mourinho foi acusado de homofobia pela co-presidente da Federação de Desporto de Gays e Lésbicas, Louise Englefield, que apelou à UEFA.

O treinador do Real Madrid terá usado o termo «mariconços» na Rússia, antes do confronto com o CSKA Moscovo.

Mourinho pronunciou a palavra quando questionou sobre que tipo de bola se ia jogar o CSKA-Real Madrid: "E esses mariconços, não nos dizem com que bolas se joga?"

A dirigente daquele grupo considera que a utilização do termo merece ser sancionada. "A homofobia é inaceitável por parte de qualquer pessoa no futebol, muito menos vindo de uma das principais figuras da modalidade", terá dito Louise Englefield.

Por este andar, ainda teremos a presidente da Associação Cultural e Recreativa das Prostitutas do Sul e Ilhas a reclamar pelos reincidentes desvairios linguísticos de João Pereira, e pedirão, por certo,  castigo exemplar por parte das entidades competentes.

Como, pelos vistos, é a palavra que tem conotações homofóbicas, se  Mourinho tivesse dito "E esses gays não nos dizem com que bolas se joga?" talvez escapasse à fúria dos sensíveis espíritos homo e lésbicos.

Assim, talvez seja melhor João Pereira começar a utilizar termos mais condizentes com a prática desportiva, e menos lesivas à dignidade das profissionais do sexo.
"Vai pr'á prostituta que te pariu" ou "Filho da prostituta" não será uma terminologia que se impregne em pouco tempo, mas se o lateral sportinguista não quiser a Associação ou, quem sabe, o respectivo sindicato à perna, mais vale que se cuide.
A reprimenda pública será uma punição mais dolorosa que qualquer um dos muitos castigos a que já foi sujeito.



terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Paços...Coelho


Quando o Sporting se manifestou contra as arbitragens de início de época, logo um coro de vozes se insurgiu, e das palavras aos actos quase nem deu para pestanejar.
Entretanto, imensas críticas varreram as variadas jornadas que entretanto decorreram sem haver, de parte dos variados intervenientes ou visados, qualquer manifestação de repúdio.
O Sporting, nesse lapso de tempo, refinou e recalcou a sua crítica, quando muitas vezes deveria ter berrado a plenos pulmões.
Numa semana em que pude ler as críticas de P. da Costa e homólogos benfiquistas relativamente ao calendário imposto para o clássico da Luz, numa semana até de críticas de Paulo Bento à Liga, numa semana em que se pôde constatar a pressão que o Benfica exerceu sobre Carlos Xistra para o jogo de Guimarães, nada nem ninguém veio rebater essas mesmas críticas.
O Sporting,  no final do jogo com o Paços de Ferreira, através do director de comunicação  Pedro Sousa, revelou que o “gabinete jurídico do clube vai apresentar uma exposição ao Conselho de Arbitragem da Liga, em especial ao seu presidente, Sr. Vítor Pereira”.
Foram muitos os erros de arbitragem, o Sporting contabilizou e listou 10 erros que lesaram o clube nesse jogo, mas na referida comunicação Pedro Sousa teve o "desplante" de dizer que Rinaudo foi atingido 3 vezes no tornozelo operado.
Pronto, caldo entornado. As virgens ofendidas já saltaram dos seus pedestais, e vieram publicamente criticar a simples defesa dos interesses do Sporting que os seus dirigentes ou funcionários têm a obrigação de fazer.
Carlos Carneiro, director-desportivo dos pacenses, qual ovelha bem mandada, veio refutar as acusações de premeditação por parte dos atletas da equipa mais mobilada de Portugal, em lesionar Rinaudo. Não sei se houve ou não premeditação, mas o Sporting manifestou-se, contundentemente, contra a falta de critério arbitral perante algumas entradas que os nossos atletas sofreram mas, na generalidade, a uma arbitragem desastrosa.
O presidente do Paços de Ferreira, Carlos Barbosa, veio armar-se em Passos Coelho e referiu que "Há  alguma pieguice por estarem a defender tanto o jogo do Sporting e o facto de ninguém se poder encostar a eles".
Acontece que dos 10 erros a que o Sporting se refere, 3 deles são grandes penalidades, 1 é uma cotovelada que deixou Ricky a sangrar, um é um amarelo mal mostrado a Carrillo e expulsões por acumulação. A pieguice a que se refere, afinal, quase não consta no rol de erros crassos que nos lesaram.
Mesmo que o cunhado de Vítor Pereira já não pare por aquelas bandas, parece que continuam a andar a reboque de outros interesses e a ser porta-vozes de outros agentes desportivos.
Pedro Caixinha, quando empatou em Alvalade para a Taça de Portugal, queixou-se que o Sporting tem os apanha-bolas mais rápidos do mundo, como se aproveitar o tempo de jogo disponível  fosse criticável.
Pelos vistos, as respostas às críticas do Sporting são as mais rápidas do mundo...do futebol, mas esses paus-mandados operam à velocidade que lhes incutem.

Taça Challenge


Decorreu esta manhã o sorteio para os 1/4 de final da Taça Challenge, em Andebol. 
O Sporting vai defrontar nesta fase da competição os romenos do VCSU Suceava, que na eliminatória anterior eliminaram os croatas do Bjelovar, graças à vitória em casa por 27-16, tendo saído derrotados na visita à Croácia por 31-28.
Oriundos de um país que, por norma, se encontra a um nível ligeiramente mais elevado que o nosso, esta equipa somente conta com dois estrangeiros, o ucraniano Besabar e o luxemburguês Scroeder.
Esta mesma equipa esteve também presente nesta fase da competição, no ano em que vencemos esta taça europeia. Foi eliminada pelo Slovan, que posteriormente derrotaríamos numa emocionante meia-final.
O factor casa, como quase sempre, deverá ser fundamental, e é de esperar um ambiente muito hostil na primeira mão da eliminatória, a disputar em terras romenas.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Obrigado Joe


Desde pequenos ouvimos dizer que é feio mentir. No entanto, a partir de certa altura começam a dizer-nos que há mentiras de vários graus, e as mentiras piedosas não se inserem na categoria das mais gravosas.
Por exemplo, dizer a um camafeu que até está bem numa fotografia, mesmo que tenha que se engolir em seco, não se traduz em complicações para nenhum dos intervenientes.
Joe Hart, guarda-redes do Manchester City, veio hoje dizer, em declarações ao site do clube, que a Liga Europa  é uma competição com muitas equipas de qualidade. Terá também dito que "Sporting, Ajax, FC Porto, Valência e Manchester United, alguns dos maiores nomes do futebol a nível mundial, estão aqui para vencer."
Obrigado, Joe, sabe muito bem ouvir essa palavras.
Os pais de Joe Hart devem ter-lhe dado a educação adequada mas, ao mesmo tempo, souberam em tempo devido ensinar-lhe que algumas mentirinhas não terão repercussão, quando chegar o momento de ir para o céu ou o inferno.
Colocar o actual Sporting nos candidatos à vitória desta Liga Europa ou é uma mentira piedosa (sendo a nossa equipa uma possível adversária dos Citizens) ou quer dar-nos um estatuto que infelizmente actualmente não possuímos. 
Assim, será uma forma de se auto-motivarem ou de colocar uma fasquia mais alta do que na prática existe. Esta estratégia é semelhante aos jogos da Taça de Portugal, quando os grandes dizem que o Sertanense ou o Bidoeirense jogam um futebol de qualidade, e estão ali para discutir a eliminatória.
Seja como for, quero é que se ganhe ao Legia para auferir, em campo, a real diferença entre as equipas. O pesadelo do Bayern, entretanto, já deve estar esquecido.

Mérito ao Ricardo


Hoje, terminado o sofrível jogo com o Paços de Ferreira, Sá Pinto pediu paciência porque, estranhamente, os adeptos parece que querem resultados após uma semana de trabalho e 2 jogos, enquanto Domingos (ou o "seu" Sporting) tiveram direito a 8 meses de trabalho sem tantos assobios.
Apesar de não compreender demasiadas opções individuais de alguns jogadores, bem como outras tantas opções colectivas, quer-me parecer que nos poucos treinos que o nosso treinador deve ter ministrado, a filosofia incutida passa por maior posse de bola e tentar impor o ritmo de jogo.
Acontece que, quando temos alguns jogadores nucleares em franca má forma, deve ser extremamente complicado refazer a orgânica da equipa.
Quando os patinhos feios André Santos e Pereirinha voltam a ser, provavelmente, as melhores unidades leoninas, na meia hora que actuaram, se bem que a estes podemos juntar a parte final de Elias, penso que isto diz muito do Sporting actual.
A referida predilecção de Sá Pinto pela gestão do jogo começa no sector defensivo, só que tanto Onyewu como Polga (principalmente este) estão longe de estar talhados para semelhantes tarefas. Um calafrio percorre a espinha de todos quando o brasileiro tem a bola nos pés. Se além disso ainda tiver que trocar bolas com o guarda-redes e os companheiros da defesa, para atrair o adversário e desmontar a teia defensiva, parece-me um risco demasiado elevado para os corações já debilitados dos sportinguistas.
O meio campo, que no início da época todos julgávamos ir ser o motor da equipa, está definhado e inconsequente. O já referido Elias parece que só nas partes finais dos jogos ganha novo fôlego e sobressai pela capacidade física e entrega, mas até esses últimos suspiros do jogo é mais um que anda perdido em movimentações inócuas. Schaars talvez tenha sido, dos que actuaram os 90 minutos, o que teve uma exibição mais homogénea, o que não quer dizer que tenha sido relevante. No entanto, também não comprometeu nas suas acções.
Rinaudo, que saiu tocado, tal como o defesa americano, teve uma noite longe do fulgor de outros tempos, que quase me parecem saídos de um sonho.
Carrillo, parece andar sempre em saltos altos, pois parece querer adornar cada lance, quando muitos deles pedem galochas ou botas de biqueira de aço. 
Izmailov ainda deve estar em pré-época, e apesar do joelho não parecer ressentir-se do sofrimento por que tem passado, o futebol a que nos habituou ainda só e possível ver no Youtube.
Wolfswinkel é mais um para study case. Não é por falhar uma grande penalidade que o coloco na galeria das grandes decepções actuais, mas porque é raro, desde há muito tempo, ter acções em campo bem sucedidas.  Salvas as respectivas diferenças, quase que me apetece comparar o holandês a Postiga, pois quase todas as suas acções são improdutivas logo que toca na bola. A má recepção ou a abordagem inicial ao lance abortam invariavelmente os ataques leoninos, pelo que se está a tornar num grande empecilho ofensivo. 
Preferia ter um avançado que não se esfalfasse na pressão ao portador da bola, mas que estivesse em condições de interpretar os lances ofensivos com o cérebro bem oxigenado. 
Resumindo, apesar da crítica implícita que faço à equipa, na sua generalidade, e a alguns jogadores em particular, não consigo conceber que durante o jogo se crie um ambiente hostil à equipa, em sua própria casa. Até compreenderia que no final do jogo se fizesse ouvir algum desagrado pela qualidade do futebol apresentado, mas parece-me que intranquilizar uma equipa que corre sobre brasas, para mais quando parece ter instruções para jogar de um determinado modo, não será a melhor solução para a melhoria que pretendemos.
Essa, tem que passar por elevar os índices de confiança, e isso vai-se conseguindo com vitórias, nem que seja com golos de Ricardo...Pinto. O Sá, esse, que vá levando a água ao nosso moinho.

P.S. Já dizia o Mourinho na semana passada. Quando o Barça faz o tiki-taka, são aplaudidos e elogiados, quando o Real troca a bola, é assobiado em casa. Pois é, Zé, como te compreendo (salvo as respectivas diferenças).

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Empate com sabor...a empate


Depois de tantos meses a jogar um futebol incaracterístico, abaixo das capacidades dos jogadores que compõem o plantel e de baixíssimo nível global, seria impensável que na estreia de Sá Pinto ocorresse um milagre e voltássemos a ver futebol de qualidade, com as nossas cores vestidas.
Dois míseros treinos ministrados por Sá Pinto, um relvado sofrível, uma equipa de arbitragem ainda pior  que o relvado e algumas exibições a querer recordar-nos que Domingos era culpado de algumas situações mas foi mais vítima do que réu, foram suficientes para trazer-nos de novo à terra e compreender que o novo treinador não poderá com todas as adversidades.
O primeiro onze de Sá Pinto foi o mais expectável possível, lançando os jogadores de mais qualidade que se encontram disponíveis e reservando um banco de "luxo", recheado dos mais mal-amados pelos adeptos sportinguistas. Quem olhasse para aqueles suplentes e procurasse uma solução caso o jogo não corresse de feição, seria mais difícil que procurar um tremoço num milheiral. 
Pereirinha, Evaldo, Carriço, André Santos...Xandão e Ribas eram as pérolas que estavam no nosso cofre-forte, e foi precisamente do banco que, contra todas as expectativas, saiu a resolução de um encontro que esteve quase sempre a cair para o lado polaco.
Se os primeiros 15/20 minutos de jogo pareciam indiciar um Sporting já algo diferente, a querer ter a bola, a mandar e a impor os ritmos de jogo, um pouco à imagem dos juniores até agora treinados por SP, a partir de meio da primeira parte perdemos de vez essa que parecia a premissa imposta pelo técnico e o Legia passou a dominar todos os parâmetros do jogo. 
Apesar de estarem há 2 meses sem competição, os jogadores polacos souberam impor o futebol físico e pressionante que caracteriza o seu futebol. Um parente pobre do futebol alemão mas com algumas características semelhantes. 
Além disto, adaptaram-se muito melhor ao relvado ainda impróprio para equipas mais dotadas tecnicamente, e quando temos jogadores que não se apercebem que devem adaptar o seu estilo de jogo às condições existentes, a tarefa complica-se. Complicou Polga, complicou J.Pereira...enfim, nem vale a pena estar a mencionar os jogadores e as vezes que demorámos a passar a bola ou a deixá-la jogável. 
O apito para o final da primeira parte soou-me a um concerto de música clássica. Se o jovem árbitro esloveno tivesse apitado meia hora mais cedo teria sido uma benção...bem como se tivesse assinalado uma grande penalidade indiscutível, por mão de um defesa do Legia, numa jogada de Carrillo.
Pensei eu, pensaram muitos, provavelmente, que Sá Pinto iria ter ao intervalo uma conversa de homens, mas quem viu o reinício da partida voltou a aperceber-se que alguns dos défices da equipa são congénitos. Polga é incapaz de cortar um jogada de contra-ataque e Patrício salva o que poderia ser uma machadada nas nossas aspirações....nesta eliminatória.
A entrado de Carriço para o lugar do lesionado Schaars parecia só uma solução de recurso, pois durante largos minutos não justificou a aposta, senão em tarefas defensivas. Como por vezes a sina gosta de contrariar os descrentes, ou de premiar os audazes...foi o ex-defesa-agora-médio que aproveitou uma bola caída dos céus e repôs a igualdade. 
Seguiu-se o melhor período do Sporting, um pouco à imagem dos primeiros minutos de jogo mas com a posse de bola a estender-se por uma maior fatia do campo. 
Com o jogo aparentemente controlado, nada faria prever (apesar de tudo se poder prever quando joga o Sporting) que o 2º golo polaco apareceria por demérito arbitral.
Não bastava a grande penalidade usurpada, um golo em claro fora-de-jogo (aos olhos de um sportinguista), apesar das leis que regem a arbitragem aconselharem que, em caso de dúvida, se dê primazia ao ataque. O problema é que só connosco é que não há dúvidas, e esta época já fomos espoliados diversas vezes.
Os minutos finais foram de algum sofrimento, pois o nosso meio-campo, composto por Rinaudo, Carriço, André Santos e Matias era nitidamente de marcha-atrás, e seria de esperar algum sofrimento adicional para evitar o 3º golo contrário mas, de uma insistência pela direita, surgiu o golo da noite, numa trivela "à la Quaresma", que não veio premiar o bom jogo do Sporting mas sim maquilhar uma arbitragem que, com pequenos-grandes erros nos poderia ter encostado às cordas.
A eliminatória obviamente não está ganha, e para ilustrar isso basta recordar o duelo do ano passado com o Glasgow Rangers. Viemos para a 2ª mão também com a vantagem de poder empatar a zero...mas o treinador escocês sempre disse que sabia que iria marcar em Alvalade.
Com a inconstância defensiva que temos, só a vitória interessa. Resta saber se o Sporting irá aproveitar esta oportunidade que ficou entreaberta.
 

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Dia dos encornados


Em dia de juras eternas, surgem notícias de traições de ambas as partes. 
Domingos (dizem) ficou revoltado por terem contactado Sá Pinto antes do seu despedimento.
O Sporting (dizem) ficou a saber que Domingos andava a romancear com o Porto.
Não sei qual delas, ou se alguma delas é verídica, mas quer-me parecer que a traição de Domingos é muito mais grave, mas admito que outros vejam o filme de outra perspectiva.
Logicamente, se o Sporting tinha em mente rescindir com o  treinador teria que ter algum técnico em carteira, para mais quando hoje mesmo tem uma deslocação e na 5ª feira um jogo de extrema importância. Sabedores de que a equipa técnica abandonará também o clube, com o seu timoneiro, não seria com certeza Godinho a orientar a equipa na Polónia.
Já a suposta traição de Domingos parece ter contornos bem mais graves, pois não só se trata de enganar o seu parceiro, como estar em poder de estratégias futuras.
No entanto, quando o Sporting começou a namorar alguém que já se engalfinhou com Pinto da Costa, deveria ter esta hipótese em consideração.
A ser verdade uma, ou as duas novelas, o Sporting sai mais uma vez como o grande encornado, pelo que já foi seu amante mas que é o grande Don Juan do futebol português.


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Preso por ter cão


Neste que é o período mais conturbado da época, desde o respeitável incógnito adepto ao notável sportinguista (e não só) vieram a terreiro emitir a sua opinião sobre o expectável  mas/e surpreendente despedimento de Domingos.
Todos nós temos personalidades díspares, todos nós temos direito a emitir opinião. Uns fervem em pouca água, outros nem sequer fervem.
No entanto, parece-me que muitos dos recentes críticos do futebol que a equipa vinha praticando, ocupam as primeiras posições na barricada contra o poder instituído.A culpa não pode morrer solteira, e se há poucas horas a culpa era repartida entre equipa técnica e direcção, agora parece ter como único responsável a cabeça bicéfala da direcção vigente.
Com mais esta crise que se refastelou em Alvalade (porque instalada já ela estava) os habituais defensores de todo e qualquer treinador que seja despedido saltaram a terreiro. Agora,parece que urge defender Domingos e voltar a colocar em causa a direcção. Muitos destes eram, até há pouco, críticos ferozes do futebol de Domingos.
Acredito que a culpa também more nas esferas dirigentes mas, esses, têm o direito de decidir, pois para isso foram eleitos. A questão de ser reiterada a confiança à equipa técnica, com juras de amor ou com palmadinhas nas costas, sabemos, são as habituais artimanhas tão pródigas no futebol, das quais nos podíamos desviar mas, contudo, não somos precursores.
Claro está que os treinadores, tal como algumas direcções, estão e estarão dependentes de resultados. O Sporting tem sido um cemitério de treinadores porque, obviamente, tem sido dos 3 grandes o que menos tem ganho. As (poucas) épocas em que o Porto não obteve os resultados esperados, a chicotada chegou a ser em dose dupla (2004/05)  e o Benfica tem sempre um percurso muito similar ao nosso, quando os resultados não aparecem. Nos recentes 4 anos em que ficámos com Paulo Bento em 2º lugar, o Benfica trocou invariavelmente de treinador. O nosso actual 5º lugar permitiria esperar quanto tempo mais?
O que está em causa, em primeiro lugar, é o futuro imediato do Sporting. Não sei, como ninguém saberá, se esta troca trará melhoras ao doente futebol leonino ou, em última instância, se melhorará os resultados que se estavam a suceder. No entanto, convenhamos, era necessário fazer alguma coisa.
Dirão que a corda partiu pelo lado mais fraco mas,  o responsável pelas nuances técnico-tácticas é precisamente o treinador e a sua equipa técnica.
Parece-me, logo à partida, que a "chicotada psicológica" servirá para ganhar tempo em relação aos adeptos, que estariam preparados para começar a cruzada contra Domingos. A recente recepção no aeroporto, com G.Lopes e Domingos a serem os mais visados, já davam a entender que o treinador perdera, de vez,  o seu cartaz em Alvalade.
Também me parece que, muita da discordância nesta saída, prende-se mais com o temor de o ver partir para o Porto do que pelo sentimento de perda.
Pela minha parte, apesar de ter apreciado, como todos nós, o razoável começo de época e de admirar a sua postura serena e educada, recebi a sua contratação com pouco entusiasmo pois nunca apreciei o futebol que o Braga praticava no tempo de DP.
Quanto à ascensão de Sá Pinto a treinador principal, é em tudo semelhante à promoção de Paulo Bento. Contudo, pequenas diferenças podem marcar esta réplica, e não me refiro ao penteado.
Logo à partida, Sá Pinto é possuidor do nível que lhe permite encarar este desafio, enquanto PB teve que andar escudado em Carlos Pereira, enquanto frequentava o respectivo curso.
A experiência adquirida também parece favorável a Sá Pinto, mesmo que ambos os percursos tenham sido, até chegar a treinador principal do SCP, demasiado curtos. O recém eleito treinador teve, inclusivamente, uma passagem como adjunto no U.Leiria, enquanto PB só teve a experiência com os juniores antes de abraçar o seu trajecto como treinador principal.
Os primeiros tempos de PB foram bem mais entusiasmantes que a parte final do seu reinado, pelo que a inexperiência inicial pareceu melhor conselheira que a experiência adquirida. Sá Pinto, parece-me, terá uma filosofia bem mais positiva e menos pragmática que a de PB mas, tal como o actual seleccionador, estará sempre dependente da bola que entra, ou não.
Agora, não repitam juras de amor, nem o apelidem como o nosso Ferguson, porque o tempo acaba por desmentir os desbocados. 

Na crista da onda


As redacções dos jornais desportivos devem estar a fervilhar.
Pinto da Costa já deve ter falado com Domingos, caso algum dia o tenha deixado de fazer.
A Antena Aberta e quejandos já hoje devem ter uma edição especial sobre o Sporting ou, caso já não haja tempo, falarão sobre a outra crise, a grega.
Amanhã,  teremos de certeza os  Fóruns TSF e família chegada a ouvir as opiniões mais sábias.
As redes sociais vão ter mais movimento que a Ponte 25 de Abril.
Vai haver mais sms´s que na época de Natal.

O Sporting, mesmo que Miguel Sousa Tavares insista na teimosia, é muito grande.
Até quando dá tiros nos pés... porque esperemos que nunca se lhe ocorra dar na cabeça. Isso sim seria grave.
Preferia que o Sporting fosse falado pelos melhores motivos mas, temos que tirar alguma coisa de positivo deste pequeno terremoto.

Rei morto, rei posto


Segundo a notícia de última hora que rola em rodapé nos vários canais noticiosos, Domingos já não é treinador do Sporting.
Se o clube quase sempre é, como tudo na vida, aliás, foco de divergências e opiniões díspares, nesta conturbada hora virão os defensores e os detractores de Domingos defender as suas teses com bastante ênfase.
A confirmar-se a notícia, o despedimento de um treinador é sempre sinónimo de que algo não está bem. No nosso caso, há muito que muito não estava bem, e parece-me lógico (que não quer dizer sensato, nem que concorde) este desfecho.
Ainda é muito cedo para comentar o triste epílogo da fugaz passagem do treinador leonino, mas desde já começo a fazer contas a indemnizações ou a imaginar o que irá fazer a extensa equipa técnica que acompanhou Domingos nesta aventura a Sul. Provavelmente, a taxa de desemprego em Portugal irá ultrapassar os 20%.
Segundo consta, Sá Pinto irá fazer a normal transição para a equipa principal, algo que já era esperado e que já povoava o imaginário de muito adepto. Talvez agora se perceba porque Sá Pinto não aceitou o convite do Olhanense, há bem pouco tempo.
Como em todas as "monarquias", rei morto, rei posto...e agora surge a vez do Rei Sá, coração de leão.

Boa sorte

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Bola quadrada


Se os consecutivos desaires são o grande factor de desmotivação do adepto, já o futebol apresentado e o fraco caudal e eficácia ofensiva acabam por afastar, gradualmente, o paciente simpatizante sportinguista.
Se remontarmos à época 2004/05, com José Peseiro à cabeça, o futebol de então não só era ofensivo como denotava uma eficácia prometedora. Desconheço o passado do ex-treinador, enquanto praticante, mas a sua filosofia de jogo era bastante positiva e dava primazia a essa faceta do jogo. 
Os 66 golos marcados nessa época foram o registo mais concretizador do campeonato, com mais 15 golos marcados que o campeão Benfica. 
Veio o legado Paulo Bento, que enquanto jogador tinha um cariz defensivo, e a sua doutrina (prefiro ganhar por 1-0 do que por 3-2) foi-se enraizando no estilo de jogo leonino. Os consecutivos 2ºs lugares davam algum ânimo, mesmo que a capacidade goleadora se fosse esgotando com o transcorrer das épocas que liderou a equipa. 50, 54, 46 e 45 golos foi a eficácia possível, até que decidiu que estava na hora de abandonar o projecto. 
A época 2009/10, que começou ainda com Paulo Bento mas que cedo passou o testemunho para Carvalhal, veio agravar ainda mais a seca que alastra no futebol leonino. 42 golos foram o fraco pecúlio atacante, já a largos 36 golos do melhor ataque do campeonato, e a aparecer somente como 5ª equipa mais concretizadora.
A época passada teve Paulo Sérgio no seu arranque, mas o ex-atacante e ex-forcado foi pouco audaz a pegar a equipa, e com Couceiro, antigo defesa de poucos créditos que ficou encarregue de tentar os serviços mínimos no final da época, redundou num total de 41 golos na Liga.
Como é possível constatar, mesmo que as duas primeiras épocas que referi, o campeonato ainda fosse disputado por 18 equipas, a quebra tem sido evidente e preocupante. 
A presente época com Domingos, ex-atacante de créditos firmados, seria de esperar um caudal ofensivo mais condizente com as responsabilidades do Sporting.
Se os primeiros jogos pareciam fazer reviver os fantasmas da inoperância atacante, a saída de Djaló e Postiga coincidiram com o ressuscitar do Sporting e das ilusões dos seus adeptos. Uma sequência de 8 vitórias e 23 golos, incluindo a derrota na 3ª jornada com o Marítimo, encantaram os seus fiéis seguidores e atemorizaram os adversários. 
O que se passou daí para cá deve ser motivo de análise psiquiátrica ou para os que não acreditam em bruxas, mas "que las hay, hay".   Se nos centrarmos unicamente na Liga, estes últimos 8 jogos , desde a deslocação à Luz, redundaram em 2 vitórias, 3 empates e 3 derrotas e apenas 5 golos marcados, e 3 destes nas duas vitórias alcançadas. O autêntico vazio ofensivo pode explicar a crise que se vive actualmente. É que a inépcia dos nossos atacantes estende-se  até às outras competições, e na Taça da Liga convertemos 2 golos em 3 jogos contra equipas de segunda e terceira linhas.
Com a média destes últimos meses de competição, caminhamos a passos largos para uma das piores médias de golos marcados pelo Sporting, a não ser que algum acaso chamado Gil Vicente se repita (6-1).
p.s. Enquanto escrevo estas linhas, Ronaldo marca mais um hat-trick, e chega aos 27 golos na liga espanhola. Menos dois que o Sporting no campeonato indígena.