quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Despido de preconceitos

Como por certo (não) se recordarão, há um ano atrás decidi alterar a tradição e, para dar sorte para o novo ano, optei por usar cueca verde do Sporting em detrimento da habitual azul-cueca que parece carregar consigo uma aura de felicidade.
Revendo o ano que hoje nos deixa, a minha cueca Sporting apenas trouxe um 2º lugar, uns milhões da Champions e uns parcos títulos nas modalidades. Coisa pouca para uma cueca e um clube com tantas ambições.
Por isso vou alterar, uma vez mais, os meus costumes.
Para lá de não ir usar cuecas, de modo a despir-me de preconceitos relativamente às cores, irei apostar em força na tradição das uvas murchas e enrugadas.
Assim sendo, elaborei uma minha lista de desejos para pedir a cada passa que trincar ao som das badaladas da meia-noite.

  1. Desejo não sofrer um entorse da tibiotársica quando saltar da cadeira à meia-noite.
  2. Desejo muita saúde para toda a minha família e amigos.
  3. Desejo um pouco mais de sorte no jogo, mesmo que signifique ter menos sorte ao amor.
  4. Desejo que o Sporting vença pelo menos uma competição no futebol profissional.
  5. Desejo que o Sporting vença o campeonato de futsal.
  6. Desejo que o Sporting vença o campeonato de andebol.
  7. Desejo que o Sporting vença a Taça CERS de hóquei em patins.
  8. Desejo que todos os atletas e modalidades do Sporting alcancem os seus objectivos.
  9. Desejo que Bruno de Carvalho e demais protagonistas sejam mais tolerantes.
  10. Desejo consultas grátis na MultiÓpticas a todos os árbitros principais e auxiliares.
  11. Desejo que encontrem o Wally mas não encontrem o Shikabala.
  12. Desejo em particular Paz no Mundo e, em geral, Paz no Sporting, mesmo que a segunda pareça mais complicada.





Um óptimo 2015 para todos os amigos reais, virtuais e outros que tais, que acompanham diária ou esporadicamente este espaço.







terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Futebol Clube do Marco

Hoje fiquei convencido que o Futebol Clube do Marco (de Marco de Canavezes) tivesse retomado a actividade no futebol profissional.
“Marco mostra a sua raça” foi o chamativo título que me remeteu para esse clube, mas um neurónio mais activo lá me chamou para a realidade.
O pasquim referia-se obviamente ao treinador leonino, mas se tivesse exaltado a raça de Tobias ou de Geraldes talvez me tivesse poupado um fusível fundido.

Um pouco mais à frente achei interessante e rigorosa a análise do antigo jogador António Fidalgo.
Na coluna “Gostei” destacou a organização das equipas, em especial a do Guimarães, e da entrega dos jogadores de ambas as equipas.
Diz que também gostou dos golos .
Na coluna “Não gostei” realça quatro jogadores da equipa leonina, pelo que deduzo que terá gostado de todos os jogadores da equipa que saiu derrotada do jogo.
Não gostou também da fraca produtividade da equipa vimaranense, precisamente em sentido oposto a mim. Se há coisa que aprecio é que os nossos adversários demonstrem sempre pouca pontaria.
Mas Fidalgo vai mais além e diz que o Guimarães dispôs para aí de 20 oportunidades.

Eu deveria acrescentar que Fidalgo peca por defeito. Vinte oportunidades só na primeira parte. Na segunda devem ter tido mais 30 ou 50.

Vamos lá ser mais rigorosos na análise!


segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Jogo a jogo

Guimarães 0 Sporting (B)2

Apesar da vitória, a Taça da Carica continua a ter o mesmo valor inicial.
Claro está que, tal como tinha referido na abordagem ao jogo, todos nós pretendemos que a equipa vença…SEMPRE.

Não sei se a vitória foi justa mas, quando nos acontece ter um grande caudal de jogo e a equipa adversária vence jogando apenas no nosso erro, os comentadores costumam dizer que merece vencer quem marca mais.
Deve ser este o caso.
Sendo pragmático, foi um jogo fraquito com bastante entrega e pouca qualidade, mas prefiro que se tenha vencido assim do que se tivéssemos perdido efectuando uma notável exibição.
A equipa B mostrou que lhe falta muito para jogar a outra rotação. Apesar de ter jogado contra uma boa equipa e bem orientada, a facilidade com que se perdeu a posse de bola, a má abordagem aos lances e a perda de quase todas as bolas divididas redundou num jogo quase de sentido único.
De qualquer modo, parece-me que se tiraram boas ilações sobre algumas das contratações e reforços de Inverno de BdC (como gostam de lhes chamar).
Pela positiva nitidamente Geraldes, talvez a grande surpresa, mesmo que tenha perdido uns quantos sprints com Hernâni. O nosso lateral pode ter demonstrado que não é um velocista, mas conseguiu compensar essas pequenas derrotas com bom sentido posicional e excelente intensidade nas acções defensivas. Para quem esteve parado tanto tempo, é obra.
Tobias foi outro dos que marcou pontos, mesmo que eu já esteja habituado a vê-lo alternar jogos como os de hoje com outros onde entrega o ouro ao bandido.
Quero destacar também Boeck. Não que tenha tido muito trabalho, mas depois de ter sido infeliz no último jogo voltou à sua regularidade quando é chamado a jogo.
Gauld também deixou pormenores muito interessantes. Acredito que inserido numa equipa com mais bola a sua acção poderá adoçar ainda mais o nosso apetite.
Wallyson foi outro que mostrou detalhes interessantes mas, precisa ainda de ganhar outro andamento.

Quem me desiludiu, mesmo não tendo feito um mau jogo, foi Rosell. Apesar de algumas recuperações foi sempre demasiado macio para a zona do terreno onde opera. Mostrou (digo eu) porque William, mesmo a meio gás, continua de pedra e cal na equipa.
Tanaka foi outro dos que não acrescentou nada, apesar do livre que podia ter matado o jogo uns minutos mais cedo.
Heldon marcou o primeiro golo e praticamente desapareceu do jogo, apenas aparecendo na manobra defensiva, mas fica na retina a sua celebração gritando a plenos pulmões “SPORTING SOMOS NÓS CAR@£%%0”

A grande desilusão foi (mas só para quem nunca o tinha visto jogar) obviamente Slavchev. Desde o primeiro minuto de jogo viu-se que estava algumas rotações abaixo de todos os outros 21 jogadores. Compreende-se porque tem dificuldade em jogar até na equipa B.
Quanto a Sarr, devo dizer que tenho tanta confiança nas abordagens aos lances como que me vai sair o euromilhões na próxima 5ª feira.
Cada vez que a bola cai na sua zona de acção um grande calafrio percorre-me a espinha.



Mas não foi só nas quatro linhas que recaía a atenção dos adeptos e, principalmente, dos media.
As imagens ofereceram-nos grandes planos do sósia de BdC nos mais diversos ângulos, e o actor vestiu a pele de presidente radiante.
Presumo que seja o seu duplo, dado que foi amplamente noticiado que o presidente do Sporting não tinha viajado com a equipa para Guimarães.
Já o treinador pareceu mostrar, no final, que não está para grandes exteriorizações.
Pelo que sei Marco Silva viajou com a equipa, daí presumir que, neste caso não tenha sido necessário recorrer a um sósia.

Olhando agora para o futuro, e dado que BdC só nos assegurou que Marco Silva iria para o banco em Guimarães, ficarei à espera para saber se o treinador se irá sentar no banco no próximo jogo.
Se assim for, este ano voltaremos ao lema da época passada:

“jogo a jogo”.



Nem que seja à carica


O Sporting B joga hoje em Guimarães o encontro referente à 1ª jornada do Grupo C da Taça da Carica.
Dado que não foi divulgada a lista de convocados resta ir fazendo exercícios de cálculo relativamente ao onze que Marco Silva (ou será João de Deus?) irá apresentar no Afonso Henriques.

Em função da previsível diferença de valores entre o 4º classificado da I Liga e o 10º classificado da II Liga, a tarefa afigura-se complicada.
A presença de Gauld, Podence, Geraldes, Tobias, Slavchev e até Tanaka irá ditar que, pela primeira vez, a equipa leonina não entrará como favorita.

Contudo, a história do futebol é pródiga em surpresas.
Bastaria recuar um dia para demonstrar que equipas de escalões inferiores (U.Madeira e Sp.Covilhã) superiorizaram-se a outras de maior valia (Braga e Gil Vicente).

Apesar de saber que BdC e a estrutura leonina (ou apenas BdC) relegaram esta prova para o estatuto de jogo amigável, eu quero ver o Sporting vencer qualquer que seja a competição.
Nem que seja de berlinde ou de carica.

domingo, 28 de dezembro de 2014

Agenda escondida com o rabo de fora

Têm dado muito que falar as declarações de José Eduardo relativamente à "alegada" clivagem entre BdC e Marco Silva.
No polémico artigo de opinião, o ex-jogador leonino ocupa os primeiros quatro parágrafos a enaltecer o seu sportinguismo e só depois se debruça sobre a obscura agenda do treinador do Sporting.
No entanto, depois de ler cuidadosamente todo o texto, fico sem saber se a crónica também obedeceu a alguma agenda ou se foi meramente o seu sportinguismo a eclodir.
No sentido oposto, o não-sportinguista Abel (ex-treinador da equipa B) salvaguardou-se no bom senso e na ética e optou por não atirar mais lenha para esta enorme pira, quando instado a comentar o momento que se vive em Alvalade.

“O Sporting é uma casa que me diz muito, onde tenho muitos amigos e não seria ético alongar-me neste assunto".

Apesar de algumas das acusações de José Eduardo serem pouco fundamentadas, baseando-se em “informações de diversas personalidades, umas mais respeitáveis que outras…”, outras são mais concretas e objectivas.
Refere-se (e refiro-me) a algumas opções de gestão e utilização de determinados jogadores do plantel, que José Eduardo considera estranhas e lesivas para os interesses do Sporting.

Confesso que gosto de teorias conspirativas. Ainda há dias fui tentado a lançar uma relativamente ao triângulo Washington-Hollywood-Pyongyang, e ao lançamento do filme “A entrevista”, que considero ter obtido a melhor publicidade possível, e será com toda a certeza um rotundo êxito de bilheteira.

Já a teoria de José Eduardo acho-a um pouco rebuscada.
Questionar a tardia utilização de Paulo Oliveira só faria sentido se tal tivesse acontecido no final da época desportiva. Eu vi os jogos de pré-época e P.O. deu péssimos indícios no estágio na Holanda. O jovem central entrou para ajudar a segurar a magra vitória no jogo de estreia do campeonato, em Agosto, mas a verdade é que, tal como o resto da equipa, não foi feliz. Depois só voltaria a jogar na primeira derrota oficial da época, em Setembro, frente ao Chelsea, e se o seu desempenho tem sido globalmente positivo, também faz parte do sector ao qual é atribuída grande quota-parte nos inêxitos da equipa.
Quanto à recuperação de William Carvalho, penso que o enigma ainda está por desvendar. Só o tempo irá dizer se o William que deixou todos de cara à banda foi um bonito ciclo sem retorno. Quem não se recorda dos primeiros tempos explosivos de Grimi, ou Insúa…que não tiveram sequência? Ou a veia goleadora de Montero? Espero, no entanto, que o William que a todos encantou possa reaparecer.
“E porque não jogou Esgaio em Espinho?...”, pergunta José Eduardo.
Penso que terá feito alguma confusão, e que a pergunta seria…”porque não jogou no Bessa?”, esse sim o jogo que antecedeu Londres.
Eu posso tentar responder.
É que se Esgaio se lesionasse o Sporting não teria lateral direito de raiz em Londres, e Marco Silva teria que responder a questões do género “porque diabos jogou Esgaio em Espinho…ou no Bessa?”.
Depois prossegue para Adrien, e desconfia que a falta de descanso tenha algum propósito sombrio.
No entanto, mesmo com o cansaço acumulado, Adrien já demonstrou publicamente algum desconforto no momento de ser substituído, o que dá a entender que também ele pretende continuar a dar o seu contributo à equipa. Além disso, atrevo-me a responder com algumas perguntas.
“Tem Lopetegui alguma agenda escondida ao promover uma rotatividade que roubou alguns pontos ao clube?”
“Teve JJ alguma agenda escondida ao perder todos os títulos em disputa por não ter promovido a rotatividade do plantel na época 2012/13?”

Em todos os casos, parece-me que os treinadores em causa tentam obter o melhor para o clube que defendem, sem que isso signifique que estejam certos. Daí até desconfiar dos seus propósitos, parece-me ir uma grande distância.

Quanto à promoção de jovens da equipa B, também me parece fácil arranjar explicação.
O pobre trajecto desportivo dessa equipa até há um mês atrás desaconselhariam o mais optimista a socorrer-se de jovens que nem na II Liga conseguiam exibições convincentes. O Sporting B esteve seis jogos sem vencer e sem marcar qualquer golo. Enquanto isso, a equipa A só em dois jogos venceu com alguma margem de conforto, não sem antes ter passado por dificuldades. A vitória com o Setúbal por 3-0 ou a goleada ao Espinho só aconteceram na última meia hora. De qualquer forma, nesse jogo da Taça de Portugal foi dada oportunidade a Tanaka (também ele com alguma agenda esquisita) a Esgaio e a Podence. Se Marco Silva tivesse mais que 3 substituições, acredito que pudesse ter dado menos matéria para escrever.
Ainda assim, diria que nos jogos que pude ver Tobias tem cometido erros em catadupa, e que Chaby jogou 8 minutos na equipa B nos últimos 3 meses.

Confesso que não conheço nem sequer a minha agenda, mas parece-me que apostar nas principais figuras na Taça de Portugal ainda faz com que sonhemos com uma presença no Jamor, e penso que essa fará parte do projecto do Sporting para a época em curso.
Esse tem sido o melhor modo de defender os interesses do clube.
Não sei se segundas linhas teriam sido capazes de vencer o aguerrido Vizela.



Não percebeste a pergunta?

Simulão Sabrosa dá hoje uma entrevista a um pasquim e nela aborda vários temas, dos quais não poderia faltar a actualidade leonina.
É, de facto, um depoimento importante, tal como o de Vítor Baía e outros que se têm disponibilizado a comentar a tempestade de Alvalade.
Mas a Simulão também lhe foi colocada uma questão pertinente, relativa ao seu parco palmarés.
Simulão respondeu mas o jornaleiro de serviço não ficou satisfeito com a resposta.


À segunda pergunta Simulão lá percebeu o que tinha que dizer.
A resposta serviu até para enfeitar a caixa de texto com letras garrafais.

O clubismo travestido de jornalismo é isto.




sábado, 27 de dezembro de 2014

Novela


A voragem noticiosa relativamente ao Sporting continua, como seria de esperar.
Se este clube a navegar em águas tranquilas tem por norma os holofotes ligados e apontados a toda a sua actividade, este clube em efervescência faz aumentar o apetite do circo mediático.
Os adeptos mostram-se preocupados, aliviados, revoltados, confiantes…consoante o modo como encaram a liderança em vigor no clube.
Os media continuam a debitar informação e opinião, consoante o modo como encaram a liderança em vigor no clube.
Mesmo que se esteja longe de conhecer todos os pormenores que provocaram este borbulhar de sentimentos, todos exercem o seu direito de opinião.

Uma coisa é certa. O público português é ávido por novelas e o Sporting, ao deixar os espectadores sem acesso a alguns episódios, provocou uma enorme ansiedade em todos.
Com personagens que preenchem os requisitos para um enredo fascinante, o sucesso desta novela estava garantido. Mas se nos tempos mais recentes todos tinham assistido a alguns excertos do que parecia uma trama com alta carga dramática, a época natalícia deu lugar a desenhos animados e foi cancelada a exibição de mais episódios.
Desilusão geral.
De repente fomos todos convocados a assistir a um esclarecimento e BdC decidiu sair do aconchego do lar para sossegar os espíritos mais inquietos, ao afirmar na Sporting Tv que, afinal, não há novela.

Nova desilusão mas nada que nos coíba de continuar a opinar.
Aos poucos, a indignação acabou por ocupar o lugar que antes era da preocupação, do alívio, da revolta ou da confiança.

Mas, com ou sem novela, há coisas que parecem não mudar.
Eu sei que não é no jornalismo que residem todos os nossos males, e esta até será a batalha menos complicada que o Sporting tem em mãos.

No entanto, não deixa de ser elucidativa a falta de rigor com que alguns escribas utilizam o seu “direito à opinião”.
Na habitual secção de medalhas do Rascoff há quem refira que BdC furou o blackout, quando o comunicado do Sporting foi bem explícito relativamente às excepções.
Como disse ontem David Borges, apesar de todos os males que se possam apontar ao relacionamento do Sporting com os media, também há jornalistas com uma agenda que não visa apenas a informação.



sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Encruzilhada

(Eu sei que o presidente BdC costuma ler alguns dos meus escritos, que até se diverte com o humor que por vezes utilizo, mas não é por esse motivo que deixo de escrever o que sinto… nem este é momento para humor. Dado que o Sporting não estanca a hemorragia noticiosa até eu, que costumo ser cauteloso, começo a questionar).

Enquanto escrevo estas linhas, o desenlace pode acontecer.
Parece-me evidente que o iminente divórcio entre BdC e Marco Silva já não se trata de uma alucinação colectiva.
Apenas se espera pelo anúncio de uma ruptura que não deixará ninguém indiferente, seja ou não adepto do Sporting.
A única certeza que tenho é a de que o clube, pela mão dos seus responsáveis, teima em viver eternamente numa encruzilhada.
Quando parece finalmente ter encontrado um caminho a seguir, mesmo que não seja do agrado de todos, logo há um retrocesso para voltar ao fatídico cruzamento.
Desconheço por completo o que terá levado a este litígio, mas os motivos serão dirimidos a seu tempo, quando se consumar a separação.

Mas, enquanto espero, dou por mim a pensar que não me recordo de um braço-de-ferro tão desequilibrado e irracional quanto este.
Por um lado, um presidente que, até há bem pouco tempo, merecia a confiança da maioria e que parecia ser levado em ombros até onde ele quisesse.
Do outro lado um treinador que, apesar da desconfiança inicial, conseguiu cativar alguns sportinguistas mais apreensivos.
Estranhamente, ou talvez não, o adepto comum está a virar as costas ao líder leonino e manifesta o seu apoio a um funcionário do clube que nem sequer professa a nossa fé.
Apesar de todos já conhecerem a irredutibilidade de BdC, muitos julgaram que a época natalícia talvez pudesse amolecer uma personalidade vincada que, por vezes, pode toldar o raciocínio.
Mas o adepto leonino também tem personalidade forte e não deve ser desconsiderado, sob pena do presidente perder de vez as boas graças, e estas serão fundamentais se quiser manter o rumo que traçou.

No aspecto meramente desportivo, estou convicto que é impossível que a alegada saída de Marco Silva esteja relacionada com o percurso da equipa.
O Sporting mantém-se activo em todas as frentes, e um ou outro jogo menos conseguido não seriam justificação para uma medida drástica.
Não num clube com Inácio na estrutura que, enquanto treinador, conheceu a sofreguidão do chicote.
Apenas num clube sem uma política desportiva consolidada.

A presente época tem aliás mostrado as duas caras de algumas equipas e treinadores, que podem demonstrar que há vida para lá de um ou outro resultado.
Leonardo Jardim andou em zona de descida no campeonato francês, e já luta por lugares de acesso à Champions.
Van Gaal andou pelo fundo da tabela, em Inglaterra, e já ocupa o 3º lugar.
E quem não se recorda do patético despedimento de Bobby Robson do Sporting, com as consequências que se conhecem?
E qual teria sido o futuro da lampionagem se tivesse prescindido de Jesus, depois da hilariante época do “quase”?

O tempo continua a consumir-nos e continuo à espera de novidades.
Não acredito que a montanha vá parir um rato nem que a montanha impluda, como aconteceu quando Dias da Cunha acompanhou a saída de Peseiro.

Passado todo este tempo, continuamos parados na mesma encruzilhada.



quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Lei da sobrevivência

Estão quase a completar-se 10 anos sobre a tragédia que assolou o Sudeste Asiático.
Apesar das vidas que se perderam, todas elas com significado para alguém, o cenário aterrador desvelou histórias que inspiraram Hollywood e revelou outras que exaltam um espírito de sobrevivência impar.
Como o que deu a conhecer o pequeno Martunis, que com apenas 8 anos sobreviveu 21 dias entre escombros e foi encontrado envergando uma camisola da selecção.
O agora adolescente mantém a sua ligação afectiva a Portugal, e revela que o seu clube é o Sporting…o clube de Ronaldo.
Haja notícias que nos façam acreditar no futuro, mesmo que as forças da natureza pareçam implacáveis, e possa ser lançado outro alerta de tsunami com o Natal à porta.
O epicentro do sismo será ali para os lados de Alvalade, e os seus efeitos poderão ser arrasadores.
No entanto, entre mortos e feridos o Sporting há-de sobreviver...uma vez mais.
Reerguer o "edifício" é que poderá significar mais uns anos de atraso.



terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Desejos de Natal

O Núcleo S. Carapinheira, mesmo com o blackout que impera sobre todos os agentes que representam o Sporting, deseja a todos os seus amigos um Feliz Natal. 

Deseja que esta época de paz se reflicta nas almas mais inquietas, e que as obrigue a colocar travão às renas que parecem ter perdido o freio.

Deseja que esta época de concórdia invada as mentes mais obtusas, e que permita que os sonhos dos sportinguistas viagem à velocidade do Concorde.

Deseja que esta época de solidariedade abrace espíritos indomáveis, e os torne mais fraternos e clarividentes.
Nem sequer desejo que salvem o pescoço do peru. Afinal de contas, não passa de um galináceo.

Os meus são todos desejos coerentes e adequados à época.




segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Inocêncio

Pinto da Costa acordou da sua longa letargia e, na inauguração das novas instalações da academia de bilhar do seu clube, disse: "É mais fácil ganhar no bilhar porque não há árbitros auxiliares".

Foram precisos 5 longos meses e 14 jornadas para enviar um recado com destinatário claro mas sem qualquer impacto. 
A sua passagem por Évora parece ter agravado a sua bonomia.
Agora voltará a hibernar...e acordará lá para a 28ª jornada, quando já tudo estiver decidido.

É verdade que os árbitros auxiliares têm sido os grandes protagonistas desta primeira volta, e os responsáveis maiores pela mentira na classificação.
Mas eu não consigo abstrair-me dos homens do apito e do seu longo "cadastro". Ao olhar (por exemplo) para o histórico de Capela com a lampionagem sinto um arrepio na espinha.
Um saldo quase imaculado de vitórias e nenhum golo sofrido com este árbitro, em 11 jogos, não pode ser obra do acaso.
Os ímpios lampiões apregoarão a sua inocência...

Talvez por isso devesse chamar-se Inocêncio.
Inocêncio Capelote.



Curiosidades


António Fiúsa, presidente do Gil Vicente, recusou-se a comentar a arbitragem que lesou o seu clube no Estádio da Lã.
"Viram tudo, não viram? Não vou falar para depois dizerem que desestabilizo a arbitragem. Vão descer duas equipas no final da época, mas o Gil não vai"
Após esta evasiva abordagem ao polémico jogo, interrogo-me. Quem será que desce? Os que não se recusam a comentar os roubos?

- Jeffrén marcou um dos sete golos do Valladolid ao Barcelona B.
Os relvados da segunda divisão espanhola devem ser mais fofinhos, e o rapaz já foi capaz de actuar os 90 minutos uma mão cheia de vezes.
Já o Barça B continua a um pontinho da zona de descida, e talvez queira ir fazer companhia ao Real Madrid B, que desceu na época passada.
O barça é, aliás, o último dos bês que milita no 2º escalão.
No 3º escalão é onde se digladiam a esmagadora maioria, e o At.Madrid B pode até cair para o 4º escalão.
Será que os adeptos dos colossos estão indignados com a situação?

- Freddy Adu foi despedido do Jagodina, do principal campeonato da Sérvia.
O novo Eusébio já está a ficar velho e de futebol...nada!!
Ainda acabarão por descobrir que, quando veio jogar para a lampionagem, já tinha andado com o Eto’o ao colo.
Ou que o Falcão ainda consegue ser mais novo.

- O Vizela perdeu com a AD Oliveirense e, num curto espaço de tempo, não só saltou fora da Taça como saltou fora do comando da série B do CNS e da zona que disputará a subida de divisão.
O druida não deve ter disponibilizado a poção a Asterix e aos gauleses.

- Nelson Oliveira foi emprestado outra vez.
Agora foi melhorar o seu inglês, depois de uns meses num curso intensivo de espanhol e noutro de francês.
Daqui por uns anos teremos um ponta-de-lança da selecção poliglota, capaz de desvendar todos os segredos das defesas adversárias.

Foi feita a vontade a todos

Foi feita a vontade ao Sporting e ao Famalicão.

O Sporting queria disputar finalmente um jogo da Taça de Portugal em Alvalade, depois de três idas a Norte.
O Famalicão queria jogar com um grande, e não havia por onde escolher.
O vencedor disputará a meia-final a duas mãos contra o vencedor do Marítimo-Nacional, com o primeiro jogo a disputar-se na Madeira. Não se antevê um percurso fácil até à desejada final mas, convenhamos, podia ser muito pior.

Apesar da história não vencer jogos, é curioso verificar o saldo quase arrasador no confronto entre as duas equipas.
O último jogo foi em Outubro de 2011, a contar para a 3ª eliminatória da Taça de Portugal, competição onde o Sporting chegou à final mas perdeu ingloriamente com a Académica.
Dois golos de Volfswinkel e duas expulsões dos famalicenses foram os momentos mais marcantes desse jogo disputado no Municipal de Famalicão.
Mas se em Famalicão o Sporting já cedeu dois empates, o último deles em 1994, em Alvalade o único resultado conhecido é a vitória.
Oito jogos, oito vitórias, e só por duas vezes sofreu golos.

A jogar a nosso favor poderá estar o factor casa, a enorme diferença entre as duas equipas mas, essencialmente, a lição que se poderá ter extraído da eliminatória com o Vizela.

Capela no Guinness

Na minha última publicação manifestei o meu desagrado e preocupação pelo estado de guerrilha verbal existente nos mais variados estratos leoninos.
Desde a cúpula até ao mais anónimo cidadão.
A prova disso é que, após uma sofrida mas justa e importante vitória (depois de duas épocas a vir da Choupana com um mísero ponto) larga franja de apoio leonino nas redes sociais, sustentada numa oportunista comunicação social,  debruça-se mais sobre as declarações de Marco Silva do que nos efeitos positivos da vitória.
Somos de facto originais.

Ao atrair sobre si toda a atenção mediática, o Sporting e os seus adeptos irão branquear ainda mais a dentição de “Capela e sus muchachos”.
É que, uma vez mais, o triunfo do líder do campeonato foi conseguido através de um lance irregular, mantendo a série interminável de vitórias conspurcadas pela arbitragem.

Uma vez mais é o árbitro auxiliar a estar ligado ao lance que decide o encontro, mas por muito que as imagens demonstrem a evidência e que a Liga da Verdade continue a sua cruzada inconsequente, a mentira irá prevalecer.

O lance que deu mais uns pontitos à lampionagem é tão visível que cai por terra qualquer tentativa de encontrarem justificação com o facto de haver jogadores a obstruir a visão do juíz, de estar atrasado relativamente à linha defensiva, ou da velocidade a que decorre o movimento.
Quem não tem aptidão para ler e descortinar esta irregularidade, ou não está capacitado para ajuizar a este nível e devia ser afastado, ou fê-lo de propósito…e devia ser afastado.

O mais curioso é que não é novidade a lampionagem vencer com o Capela a apitar.
Entre 2008 (ano do seu primeiro jogo ) e o jogo de hoje, foram 11 os encontros oficiais que a criatura (que levou Jesus a proferir o "limpinho, limpinho") dirigiu.
10 vitórias e 1 empate é o saldo.
22 golos marcados e zero sofridos.
ZERO!!!

A lampionagem não sofreu um único golo com Capela ao apito, em 6 anos...em 11 jogos.

Guinness Book já !!!


domingo, 21 de dezembro de 2014

Equidistante

Confesso que estou desanimado.

Dificilmente conseguiria imaginar que, ultrapassado o período mais negro da história do Sporting, atingisse tão rapidamente este estado de saturação.
Esse período que levou o clube a um estado de falência iminente.
A um futebol profissional com a sua pior classificação de sempre, a culminar anos de péssima gestão desportiva e financeira.
A um andebol que coleccionou alguns triunfos, mas que viu o rival a norte cimentar a sua ditadura no campeonato.
A um atletismo em nítido desinvestimento e com um tal atraso na formação que indicia que na próxima década, no sector masculino, assistiremos a um passeio dos eternos rivais nas pistas.
A um ténis de mesa que dificilmente consegue competir com os orçamentos açorianos, após décadas de absolutismo nas mesas deste país.
Neste estado quase calamitoso, mesmo que pontuado com algumas fugazes vitórias destas e de outras modalidades, o futsal foi o único que pareceu renascer das cinzas, e voltar a reclamar a sua posição de líder da modalidade.

O paradigma pareceu mudar com o ansiado acto eleitoral, mas as clivagens que existiam entre os adeptos não se eclipsaram, e têm demonstrado que a crise do Sporting é muito mais profunda do que alguns resultados podem sugerir.

As redes sociais e os blogues têm servido para uma luta fratricida sem paralelo.
O atrito constante faz-me mais temer pelo futuro do que por causa da bola que vai ao poste e não entra. A intransigência de uns e outros, entre aqueles que são o maior património do Sporting, pode ter consequências imprevisíveis.
Numa altura em que tanto se fala da Santa Aliança, nessa coligação de interesses que visa que o habitual pódio tenha apenas dois níveis, os sportinguistas digladiam-se numa Santa Desavença. Se este comportamento autofágico persistir, os rivais podem deixar de tentar contrariar o destino.

Claro está que todos nós queremos o melhor para o clube, mas a forma como por vezes o demonstramos é que não parece servir esses interesses.
Se por vezes me indigno com o que leio na imprensa, no ataque cerrado e constante ao nosso clube, tenho alguma dificuldade em compreender que alguns sportinguistas se associem a alguma canalhice.
Por vezes fico sem saber se são alguns adeptos que vão na cantilena dos jornais, ou se são estes que fazem a vontade aos adeptos.
A nossa formação, por exemplo.
É uma das meninas dos nossos olhos. Todos se mostram preocupados com os resultados mais recentes, mesmo que estes devam ser relativizados.
O problema é que nos habituámos a valorizar algumas dessas vitórias, à falta das conquistas onde elas de facto são importantes. Quando o que realmente deve sobressair desse trabalho é o aproveitamento que se faz desse longo e aturado percurso.
A equipa B tem sido um dos alvos a abater. Pelos resultados, pelos atletas que compõem o plantel e pelo sinuoso percurso da equipa técnica.
Tudo tem sido amplamente escrutinado e exponenciado pelos adeptos e pelos media, ou vice-versa.
No entanto, a equipa encontra-se a 3 pontos do benfica, (que interrompeu uma série de 5 jogos sem vencer) e em igualdade com o porto.
Talvez se tivéssemos feito inúmeros jogos em superioridade numérica, ou com decisões no mínimo controversas, como tem acontecido também neste campeonato, pudéssemos estar um pouco mais acima. (Hoje voltámos a ver um jogador expulso, enquanto o porto jogou meia parte contra 10).
Não me recordo de ter visto algum jornal espiolhar as equipas B dos nossos rivais, e colocado em causa todo e cada um dos atletas que, rotulados de estrelas, passeiam a sua classe pelos campos da II Liga.

Já a equipa júnior parece ser o elo mais fraco, sem que isso possa significar que tudo esteja mal, se pensar no objectivo fundamental do processo formativo.
Posso, por exemplo, ir à época 2009/10 e comparar o plantel da equipa do porto, que se sagrou campeã nacional de sub17, com a do Sporting.
Será fácil concluir que a esmagadora maioria dos que celebraram um título nacional, para gáudio dos seus adeptos, não singraram no pontapé na bola. Apenas Tozé (emprestado ao Estoril) e Agu (equipa B), têm vínculo com os dragões. Todos os outros desapareceram do radar portista. A contrastar mais uma fornada portista que fazem carreira em clubes como o Sousense, Fátima ou S.João Ver, estão alguns atletas leoninos que, não tendo vencido esse campeonato, mostram outras credenciais e qualidade.
Admito que sou um pessimista inveterado, mas consigo…ou tento encontrar motivos para contrariar o terrível destino que parece estar reservado.
Procuro números e factos que sustentem esta esperança.
























Mas esta luta sem quartel parece não poupar ninguém.
Há uma enorme dificuldade em admitir os méritos que possam existir, estejam eles onde estiverem.
Tudo é exponenciado pela negativa, ou cirurgicamente omitido.

Estou de facto cansado, e mais fico ao ler comunicados desajustados que ainda ajudam a extremar-se posições interna e externamente.
O Sporting precisa de um pouco de paz, e para que esse equilíbrio aconteça é necessário que haja contenção de todas as partes.
Isto não irá acontecer (como mero exemplo) divulgando na véspera de uma competição um comunicado a colocar em causa o local escolhido há largos meses.
Criará anticorpos nas instâncias federativas, nos clubes envolvidos e nos adeptos imparciais ou parcialmente em litígio com este Conselho Directivo.
Quando a equipa de andebol jogou em Tavira não foi colocada em causa  a equidistância dos emblemas participantes.

Definitivamente, parece estar a existir equidistância de “muitos de nós” relativamente ao Sporting, o fulcro da questão e que deveria servir para “nos” aproximar.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Brinde

Ontem, na cerimónia de entrega dos Prémios Stromp, foram evidentes algumas manifestações de regozijo pela eliminação da lampionagem da Taça de Portugal.
Convenhamos que, num evento público de algum relevo, a exteriorização de uma natural alegria pela derrota de um rival é despropositada.

Seria natural que esboçássemos um grande sorriso, ou até uma valente gargalhada no aconchego dos nossos lares, num café, nas redes sociais, numa tasca, no intervalo do cinema ou até ao mandar uma mija para um lago com peixes vermelhos.
Fazê-lo nestas circunstâncias é completamente descabido e, em última instância, denota alguma falta de coerência.
É que, caso os ilustres não se tenham apercebido, o Sporting está ainda a largos minutos de sonhar em erguer o troféu, ou até de marcar presença no Jamor, e as derrotas dos outros não nos fazem ficar mais perto.
É claro que há derrotas que significam ficar mais perto dos nossos objectivos.
Um empate ou derrota no campeonato significa a perda de pontos dos nossos adversários e, por conseguinte, pode haver um aproveitamento desportivo desse desaire.
Numa prova a eliminar os acontecimentos não estão relacionados.

Claro está que uma derrota de um rival é sempre bem-vinda.
Seja nas competições internas ou, até, quando está em jogo a credibilidade do futebol português por essa Europa fora.

Mas esse deboche é para nós, os anónimos sócios e adeptos a quem (quase) tudo é permitido.


quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Queres cometa?

A Taça de Portugal é reconhecidamente pródiga em surpresas, mas também é uma competição que permite a alguns jogadores e equipas fazer o jogo da sua vida.
Não sei se terá sido esse ontem o caso, mas a verdade é que tenho lido muitos sportinguistas agradados com a exibição do central vizelense Talocha.
Alguns até propunham, meio a sério meio a brincar, a troca de Sarr ou Maurício (ou por que não os dois?) pelo central goleador.
Convenhamos. Mas que equipa de topo é que contrataria um jogador com essa alcunha?
Ainda se João Silva optasse pelo nome que consta no registo, poderia ser um caso a pensar, mas com este cognome passará a vida a jogar em batatais e campos de regadio.
Podia fazer como o lampião Bebé, que passou a chamar-se Tiago sem que isso, no entanto, tenha significado alguma melhoria no seu inconsequente futebol.

Não deixa no entanto de ser significativo o número de potenciais olheiros com visão estratégica de futuro.

Este tipo de aparições meteóricas faz-me sempre recordar o fenómeno Ivo Damas. O então jovem jogador marcou 3 golos aos corruptos, também para os 1/8 final da Taça de Portugal, e passado uns dias vestia de verde-e-branco.
Graças a essa façanha, esperava-o um contrato de OITO anos, talvez porque viram potencial em três remates à baliza. O seu agente era Jorge Mendes, provavelmente a dar os primeiros passos na compra e venda de produtos em segunda mão, e talvez se perceba como é que impingiram esse cromo ao clube.
Essa estrela cadente teve o seu momento mais brilhante nesse jogo, mas a sua luz apagou-se passado pouco tempo, e até à reforma no pontapé na bola andou a passear classe por clubes de terceira apanha.
Mas se Ivo Damas foi uma estrela cadente, o jogador do Vizela pode ser outro fenómeno astronómico. Podia ser baptizado de  Cometa Talocha, que passa a cada 75 anos pela terra.
No entanto, devemos reconhecer que o rapaz teve arte para aproveitar as mãos de manteiga de Boeck e, com o seu 1.80, ganhar nas alturas ao 1.96 de Sarr e ao 1.90 (mais os braços) do mesmo Boeck.
Mas a história de Ivo Damas também revela outras facetas do agora agente comercial do ramo automóvel. O ex-jogador demonstra até que pode ter futuro em filosofia, quem sabe num curso tirado na Sorbonne, em Paris.
Disse ele em tempos que”… uma coisa é ir ao treino, outra coisa é treinar.”, referindo-se a alguma falta de aplicação do seu tempo passado em Alvalade.
Este profundo pensamento pode ser mais que isso. Pode ser a constatação da realidade leonina durante décadas. Já em tempos Rui Jorge tinha manifestado a sua estranheza pela falta de profissionalismo que encontrou quando chegou a Alvalade. Ele, que trazia uma cultura desportiva bem mais exigente.

Agora vou deixar Damas e Talocha de parte, e voltar a recordar esse jogo da Taça de Portugal de 1998.
A equipa portista, tal como ontem o Sporting, viu-se e desejou-se para vencer uma equipa do 3º escalão.
O jogo foi apitado pelo inveterado portista Martins dos Santos.
Também este perfumou o futebol português durante anos a fio e, infelizmente, não foi uma estrela cadente com uma aparição fugaz.
O porto venceu por 4-5, após prolongamento, com grande influência no resultado final.
O clube azul e branco acabou por vencer essa taça, demonstrando que por linhas tortas se tem escrito a história do futebol português nos últimos 40 anos.