sexta-feira, 22 de junho de 2012

Acreditar e sonhar

Mesmo que já esteja a arrefecer a euforia, hoje não podia deixar de abordar o tema do dia, que obviamente se prende com a passagem da selecção às meias-finais do Euro2012.
Já aqui falei do cunho sportinguista que a equipa apresenta, desde o seleccionador, passando pelos jogadores que tem à disposição, até ao estilo de jogo apresentado.
Na véspera do jogo com a Dinamarca tive oportunidade de referir que não tinha ficado ofuscado com a exibição contra a Alemanha, bem como fiz algumas observações que me pareceram pertinentes.
Passados estes dias, mesmo que a equipa aparentemente tenha aprimorado as suas virtudes e limado os seus defeitos,  quer-me parecer que parte do sucesso prende-se com o facto (abordado também nessa crónica) de Ronaldo estar finalmente a jogar mais perto das zonas que fazem dele um dos maiores goleadores da actualidade.
A ditadura a que estava sujeito, demasiado agarrado à linha, deixava o ponta-de-lança demasiado órfão, bem como limitava as melhores qualidades do madeirense.
No entanto, a selecção é muito mais que Ronaldo, mesmo que o craque monopolize as luzes que iluminam actualmente a equipa. Alguns têm estado a um nível muito elevado, e doutro modo não poderia ser, pois nunca um jogador ganhará sozinho uma competição deste calibre.
Agora , mesmo que todos queiram o melhor para as nossas cores, obviamente que os críticos vão ser trucidados e os optimistas ou os que simplesmente dizem sempre ámen a determinadas opções vão passear, ufanos, a sua condição.
É que na eterna questão da selecção (como no Sporting) ou tens a minha opinião ou não és bom adepto.
No rescaldo deste jogo também destaca o facto de Paulo bento ter refreado o seu azedume com a generalidade da comunicação social e demais vozes críticas. Parece que a panela finalmente libertou alguma pressão, mas com o lume brando das meias-finais já ligado, é possível que volte a aquecer.
No entanto, não é só o nosso treinador que por vezes se deixa dominar pelas emoções. A maioria dos adeptos (dos quais não me posso divorciar) estão agora eufóricos e confiantes mas, sabemos como rapidamente passamos do céu ao inferno e, deste modo, também  a apreciação que se faz sobre o evento pode mudar drasticamente.
Agora a equipa vai gozar 5 dias de descanso até ao confronto das meias, mas o facto de ter mais dois dias de descanso não me parece que vá ter demasiado peso no jogo, a não ser que, eventualmente, o jogo tenha prolongamento e aí, sim, venha ao de cima essa aparente vantagem.
França ou Espanha são os candidatos a adversário e as opiniões são díspares. A maioria opta pela França, muitos outros querem a Espanha e ainda há um grande número que diz "tanto faz!!".
Temos contas a ajustar com os chauvinistas franceses e com os prepotentes espanhóis mas, por questões que se prendem estritamente em qualidade e favoritismo, prefiro os gauleses.
A tradição diz que não nos damos bem com uns ou outros, e não há grandes estatísticas contra o "tanto faz".
Inclusivamente, se a sorte nos sorrir nas meias, os favoritos Itália e Alemanha também são tradicionais carrascos da nossas cores mas, nesta altura, é preciso acreditar...e sonhar.
Platini tem as contas feitas, como todos nós, só que abriu a goela quando a posição que ocupa aconselhava que pensasse só para com os seus botões.
Por mero acaso, a final Espanha-Alemanha por ele desejada pode perfeitamente ocorrer, dado que foram perdoadas 3 grandes penalidades a estas duas equipas no último jogo o que os poderia ter feito regressar a casa. No entanto, o que tem que ser...tem muita força.
Veremos se o Chef Platini tem mais algum prato cozinhado, ou não fosse a nouvelle cuisine uma tradição francesa.


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