segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Mais uma pérola de Benedito

É sempre um prazer ler os artigos, ou ouvir as declarações de João Benedito. Não chega gostar-se do Sporting para se chegar ao coração de alguém. Benedito demonstra não só uma paixão tão grande como a de qualquer adepto, como transmite como ninguém a importância de determinados ideais.


Algures no ano 2009
MJ - "ola Joao Benedito, tá bom? Aqui fala o Mário Jorge dos Açores."
JB - ....
MJ - " você desculpe lá, mas eu tinha de falar consigo. O Nosso Sporting não está nada bem. Eu já não sei com quem falar"
JB - ...
MJ - " você não me conhece. Eu é que busquei o seu número de telefone porque tinha de falar consigo."
JB - "ok sr. Mario Jorge."
MJ - " oh pah, eu ando muito triste...."

Ao ler este diálogo imagine-se o Mário Jorge num açoriano carregado e eu num Português admirado. Assim foi, desde essa altura até ao passado fim de semana, sem nunca o conhecer, mas sempre em semanas difíceis para o Clube.

Se perdíamos no fim de semana (nas modalidades mais mediáticas), já sabia que num dos sete dias seguintes iria debater, mais ouvir, Sporting vindo dos Açores. Por entre elogios, desgostos, situações menos esclarecidas, tentava sempre atenuar as tristezas procedentes dos mais diversos pontos de vista. Passávamos em revista o que ele achava poder correr melhor, o que gostaria que mudasse e inclusive o que estava no caminho certo. Sempre fui mais ouvinte que emissor de opinião, mas é um regozijo ouvir alguém falar com o coração sobre aquilo que para mim é tão natural como acordar. Acabava sempre com uma frase muito própria: "você desculpe lá, mas sobre o Sporting você é a única pessoa que eu conheço capaz de me convencer e acalmar."

Curiosidade das curiosidades, o Mário Jorge trabalha no hotel onde estagiámos para o jogo contra o Operário. Logicamente que o conheci. A voz nada tinha a ver com a pessoa, como normalmente acontece nestes casos. Mas o carisma era o mesmo, a humildade ainda maior e o gosto por aquilo que tenho o privilegio de defender todos os dias, impossível de adjectivar.

MJ em pleno hotel, naquele português dos Açores que nos leva a soltar uns vários " o quês" durante a conversa: "oh Joao Benedito, eu sou sócio efectivo e não correspondente do Clube, do núcleo, do jornal, de um grupo organizado e ainda compro tudo e mais alguma coisa para poder ajudar. Vivo com o ordenado mínimo e por isso custa-me fazer estas coisas, mas isto é a minha vida."

Este fim de semana jogámos em casa - nos Açores fomos alvo de uma demonstração de Sportinguismo tão natural como a beleza das ilhas. Bem recebidos, bem tratados e muito bem elucidados sobre o que representa ser atleta deste Clube.

Penso que correspondemos dentro e fora de campo. Jogámos, demos tudo para alcançar a vitória e socialmente, aqueles que tiveram possibilidade de estar em contacto com os leões dos Açores, acederam sempre aos apelos.

São pessoas como Mário Jorge, o Alfredo cego de Estarreja, o sr. de Tavira (ainda hoje não sei o nome dele, mas falamos regularmente), etc,, com a força para contornar políticas de comunicação, que me dão saúde. Obrigado por ter conseguido chegar até mim e, sem qualquer preço, ter-me dado de bandeja esta oportunidade de contactar com o Sporting real. Motiva, engrandece e encoraja até o mais gélido dos seres.

Fonte: http://joaobenedito.bloguedesporto.com

Sem comentários:

Enviar um comentário