terça-feira, 25 de outubro de 2011

Torre de Babel

Somos a grande potência do desporto português (mesmo que já tenhamos tido dias melhores) e em termos eclécticos, somos o terceiro clube da Europa com mais títulos conquistados.Além disto, temos uma Academia reconhecida por esse mundo fora, geradora de talentosos jogadores (mesmo que os mais emblemáticos não tenham sido propriamente fruto dessa denominação).
Na vertente do futebol, talvez o mais mediático e verdadeiro motor do clube ( mesmo que eu seja um acérrimo defensor do ecletismo e verdadeiro apaixonado pelas modalidades amadoras) é frequentemente avaliada a capacidade formativa do Sporting, bem como o aproveitamento das diversas fornadas de jogadores.
Somos muito dados a fazer comparações, típico do ser humano (e o género masculino mais ainda)  e  passamos muito tempo a olhar para o lado, para saber quem tem a melhor. Neste caso, a Academia não nos tem envergonhado, mas penso que não nos podemos gabar do modo como tem sido rentabilizada. Uma coisa são as oportunidades dadas aos jogadores oriundos da formação, outra tem sido os negócios, por vezes ruinosos, que se têm feito, desde que me recordo.
Sabemos, ou desconfiamos, que a aposta quase exclusiva na formação para a composição do plantel, nos anos mais recentes, tem sido fruto da incapacidade financeira para investimentos que dotassem a equipa de futebol de qualidade acrescida. Ao invés, os adversários, com os quais concorremos para determinados objectivos, têm depauperado a sua identidade, e batem recordes de nacionalidades e línguas faladas.
Este ano, com nova Direcção e nova política desportiva, foi invertida a mais recente tendência de apostar, em larga maioria, por jogadores da casa, com os resultados desportivos que se conhecem, mesmo que muitos teimem em considerar segundos lugares como sucesso.
Os ciclos vitoriosos dão uma grande projecção do clube, e pode-se notar, desde há muito tempo a esta parte, um aproximar no número de adeptos e simpatizantes de um determinado clube do Norte, bem como um reconhecimento internacional como nunca tivemos. Esse reconhecimento deve-se, em larga escala, aos triunfos, verdadeiros catalizadores do fervor clubista, mas também fruto da tal Torre de Babel que construíram.
Não se pretende com políticas desportivas deste género, trazer charters de colombianos ou argentinos, mas não deixa de ser importante, até numa perspectiva futura de marketing, chegarmos a mercados quase inóspitos.
Tem sido agradável notar o crescente interesse dos peruanos no nosso campeonato, fruto das presenças no plantel de Rodriguez e Carrillo, mas principalmente este último, considerado um futuro filão a explorar, faz com que o Sporting apareça em todos os meios de comunicação que tenho tido oportunidade de seguir. O mesmo se passará provavelmente com Onyewu, com Bojinov ou Rúbio, já para não falar dos holandeses Schaars e Wolswinkel.
Sempre achei que seria muito difícil alcançarmos sucesso só com a formação, até porque necessitam de um background experiente e maduro para fomentar o seu crescimento. Se esta aposta continuada for sustentada em jogadores de qualidade, com as vantagens atrás referidas, penso que poderá e deverá ser a fórmula ideal para criar uma equipa de sucesso. 
Não são os últimos resultados que me fazem defender esta tese, porque sempre o referi, tão só vêm ajudar a fundamentar o que penso. Também não será uma inversão deste ciclo que me levará a abdicar desta ideia, porque se nos reportarmos a inatingíveis exemplos de sucesso, como por exemplo o Barcelona, com a sua reconhecida escola, podemos constatar que aquele núcleo está e estará secundado por estrelas emergentes ou consolidadas do futebol mundial.





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