Numa semana marcada por decisões relativas a casos de arbitragem, que tiveram todos eles como pano de fundo, e grande prejudicado, o Sporting, a relativa acalmia até ao jogo da Liga Europa pode servir para relembrar outros focos de tensão que existem na vida do nosso clube.
Quase tão difícil quanto gerir os jogos de interesse que rodeiam a arbitragem, o constante desrespeito da comunicação social para com o Sporting não pode passar impune, nem cair no esquecimento. Claro está que “eles” nunca nos esquecerão, principalmente quando, inevitavelmente, voltarmos a não ganhar um jogo ou acontecer algum contratempo, fértil numa instituição desta grandeza.
Vamos ver como reagiremos a essa situação, também no plano interno, porque somos muito propensos (talvez fruto de frustrações acumuladas) a passar do 80 para o 8. Nesse 8 surge, muitas vezes à cabeça, a relação com os jogadores.
Numa frase habitualmente adaptada ao “futebolês”, passa-se rapidamente de bestial a besta.
Se por vezes, inexplicavelmente, damos tiros nos próprios pés, existem uns abutres sempre a sobrevoar o que suspeitam ser um moribundo, para roer a carne e os ossos, assim que possível. Esta ave de rapina (familiar da outra) não nos dará descanso, porque um jornalista tem sempre a arma na mão.
Alguns dos artigos de opinião do abutre cairão no esquecimento:
“O Sporting alcançou a 2ª vitória consecutiva em inferioridade numérica, revelando espírito de grupo forte e motivação altíssima, dois méritos reconhecidos de Domingos Paciência.
Contra tudo e contra todos, ao bom estilo da velha escola portista, explora o filão da perseguição arbitral, desta vez por um juiz ‘culpado' de há uns anos ter expulsado Paulo Bento, em Guimarães.
Desta vez, o maldito, com o qual o Sporting só perdeu duas vezes (em 28), cometeu a heresia de expulsar um jogador na primeira parte e a resposta não podia ser mais adequada: cerrar fileiras e defender a vantagem por todos os meios. Para quem está mentalizado para jogar sempre contra 14, mais um ou menos um não faz diferença.”
João Q. Manha, CM
Outros artigos, espero…todos esperamos que sejam recordados por muito tempo, e que a realidade venha desmentir cada uma das desventuras que prognosticou:
"Romagnolis & Farnerudes"
BOJINOV – Uma estrela que empalideceu e que se muda para Alvalade voltar a brilhar.
ARIAS – Promessa descoberta na Colômbia, com o futuro imediato mais risonho do que um desconhecido João Gonçalves.
RUBIO e CARRILLO – Dois fortes candidatos ao «prémio Kardec» do Sporting.
ONYEWU – Uma carreira sob o signo do princípio de Peter. Depois do Milan, tem sido sempre a descer.
SCHAARS – Típico jogador utilitário, daqueles que não jogam mal, mas geralmente não aquecem nem arrefecem.
RINAUDO – Dizem que é raçudo e batalhador, pressionante e empolgante. Muitos adjectivos para conferir depois da descida de divisão na Argentina.
Van WOLFSWINKEL – Se saltasse da cartola faria a glória dos olheiros e agentes.
O exotismo do plantel ameaça redundar em quebra-cabeças para os profissionais de rádio e televisão. A confusão já começou em torno de Bojinov (que alguns dizem boinov, em vez de bozinof). O guarda-redes Boeck parece dispensar a matriz germânica (bouque) e não se importa que lhe chamem boéque. Pelo contrário, o holandês Schaars obriga a um certo treino gutural para a correcta e difícil pronúncia neerlandesa de sgares, em vez das várias hipóteses já avançadas de xares, xaáres ou secares. Apesar da complexidade silábica, o nome do seu compatriota van Wolfswinkel é uma pêra doce, pois basta dobrar a língua três vezes. Finalmente, o americano Onyewu também permite uma certa latitude fonética entre onievú e oniéu, mas ai de quem ousar chamá-lo pelos outros nomes: Oguchialu Chilioke Goma Lambu.
João Q. Manha, CM
Entretanto, e porque o Sporting até ver vai ganhando, fica aqui o conselho de Wolfswinkel ao abutre, enquanto espera sentado.
Ao Núcleo Sportinguista da Carapinheira,
ResponderEliminarNão conhecia o vosso blog. Agora está nos meus favoritos.
Hei-de aprofundar mais o conhecimento, logo que tenha disponibilidade, mas gostei deste post. Bem construído e com muita qualidade. Já agora, com muita verdade também.
Um abraço
Obrigado pela visita e pelo comentário. Era preferível não ser necessário abordar esta temática. Seria sinal que não éramos prejudicados pela arbitragem, nem atacados pelos Media. Como ambas não passam de anseios, teremos que continuar a lutar com as armas que temos, que no caso são as palavras ou, quem sabe, o boicote a algumas publicações.
ResponderEliminarA quem tem e lhe foi confiada a capacidade de intervenção, que faça o que lhe compete e não deixe que o Sporting continue a ser secundarizado, em relação ao poder instituído.
Abç e SL