Penafiel 0 Sporting 4
Tudo está bem quando
acaba bem.
Mas, a 20 minutos do
final do jogo, já muito estariam a preparar o funeral a Marco Silva e restante
equipa técnica.
É que a perda de mais
dois pontos, ainda para mais contra uma equipa que lutará pela permanência,
deixaria em muito maus lençóis o treinador e obrigaria a rever, provavelmente,
o objectivo para o campeonato.
Os seis pontos que nos
separam do líder (sim, a lampionagem irá vencer o Arouca, onde beneficiará de
uma grande penalidade e de um jogador expulso) já são um fosso muito difícil de
transpor. O alargar desse obstáculo poderá torná-lo numa missão impossível.
Marco Silva disse,
durante a semana, que iria ser um jogo complicado, pois é um campo difícil e
o Penafiel uma equipa aguerrida.
Isso ficou demonstrado
enquanto o teimoso 0-0 foi permanecendo no marcador.
O doping psicológico
de bater o pé a uma equipa grande permite uma disponibilidade física extra, e o
doping psicológico de saber que um trio de arbitragem lhes está a facilitar a
tarefa permite outra dose extra de confiança.
Sim, porque Rui Costa
deu um recital de apito bem à moda da família Costa. Não a de Pinto da Costa,
António Costa ou Jorge Costa… mas a de seu irmão Paulo Costa, que sempre nutriu
um ódio de estimação pelo Sporting.
Curioso que apesar da
garra e determinação evidenciadas pela equipa penafidelense, e de o Sporting
ter usufruído praticamente de 70% de posse de bola, a equipa rubro-negra apenas
viu um amarelo…contra os 4 do Sporting.
Mas a verdade é que ao
Sporting seria exigível uma primeira parte com outra qualidade, que permitisse
desgastar a equipa adversária mais rapidamente.
A lenta ou inexistente
circulação de bola facilitou a tarefa de pressão adversária, e o campo parecia
ainda mais pequeno do que já é.
Claro está que estes
jogos requerem paciência, mas convém não esquecer que o tempo joga quase sempre
contra quem tem a obrigação de vencer o jogo e, por vezes, acaba por tornar-se
num inimigo, pois começa a corroer os índices de confiança.
O Sporting esteve
perto de entrar em desespero.
Quando vemos o relógio
entrar para os últimos 15 minutos contra equipas de menor dimensão, esse tempo
passa enquanto se pestaneja duas vezes.
Por “sorte”, Marco
Silva mexeu na equipa ainda antes do minuto 60/65, período instituído nos
cursos ministrados por Paulo Bento.
É que Montero veio dar
outra largura ao ataque leonino, e (principalmente) Adrien veio dar outra
clarividência ao meio campo leonino.
Uma vez mais William tinha
entrado em versão 2014/15…(lento, complicativo, com uma parca visão de jogo e
uma baixíssima fiabilidade de passe) e a troca por Adrien perfumou a zona
intermediária.
Coincidência, ou
talvez não, é que o Penafiel praticamente não voltou a sair do seu meio campo após
estas trocas.
A dinâmica da equipa
sofreu uma enorme transformação, e o segundo golo matou o jogo, pois a equipa
adversária sucumbiu quando o doping psicológico acabou.
O campo já parecia ter
uma dimensão normal, e apercebemo-nos que, afinal, não havia em campo mais
camisolas vermelhas do que "verdes".
Tudo está bem quando
acaba bem, até quando damos uma parte de avanço…mas convém não abusar da sorte.
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