segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Querido diário. Hoje sentei Dani Alves.

A Academia do Sporting tem estado no olho do furacão na sequência de resultados desportivos que não se coadunam com a sua curta história.
Além disso, também pelo facto de não se perspectivar qualidade desportiva em muitos dos jovens atletas que vestem as nossas cores.
Como não bastassem todos os problemas que o clube foi coleccionando, o fungo que tomou conta da Academia foi quase a gota de água que faria qualquer copo transbordar.
Claro está que muitas são as atenuantes que poderiam amainar algumas das críticas, quase todas elas já faladas aqui e ali.
Pouco interessa se o Barcelona B e a consagrada La Masia, uma das grandes escolas do Mundo, é a última das equipas B representadas nos campeonatos profissionais espanhóis, e quase em zona de descida. O que interessa realmente é que a lampionagem está à nossa frente na II Liga.
A própria filosofia da Academia catalã poderia ajudar a explicar que, por muita exigência e qualidade possam existir nos processos, a maioria talvez não chegue lá, como se pode inferir pelas palavras de Folguera:

“Este centro formativo dedica-se fundamentalmente à construção humana e pedagógica. Aqui formamos homens e não atletas. Queremos que estejam cientes que é difícil chegar à elite e, caso o desporto não os ajude, possam ir para casa e dizer: ‘O Barcelona cuidou de mim, estudei e agora tenho um curso universitário”.

Pouco interessa se, contra muitas expectativas e contrariando o enorme ruído de fundo, continuam a ser lançados jogadores da equipa B no plantel principal. O que realmente interessa são todos os outros que ainda não atingiram nem nunca atingirão esse patamar.
Já para não falar da equipa de Sub 17 que falhou estrepitosamente o acesso à fase final do campeonato. A equipa com o melhor ataque e a melhor defesa acabou por ficar a um golo ou um ponto de afastar o fantasma que continua a pairar sobre Alcochete.
A mais recente convocatória para um estágio de observação de sub19 pode ajudar a confirmar que mudou o paradigma na formação. Nove atletas da lampionagem, contra apenas 3 do sporting podem ser os novos ares ou, apenas, uma má geração leonina.
A juntar-se aos preocupados adeptos leoninos estão alguns insuspeitos e sempre coerentes jornalistas.
Se antes elevavam à categoria de pepita de ouro qualquer calhau que fosse desenterrado nos terrenos da Academia, agora fazem o mesmo com os calhaus do Seixal.
Temos podido assistir ao interminável desfilar de nomes que poderão dominar o futebol mundial nas próximas décadas, onde o denominador comum é o centro de treinos ali a caminho da Arrentela.
Hoje, por exemplo, ao vasculhar notícias nas páginas da internet, fiquei estarrecido ao saber que Ivan Cavaleiro tinha sentado Dani Alves e Piqué, no recente confronto entre o Deportivo e o Barcelona.
A notícia adianta que o prodígio humilhou o defesa brasileiro, e que estava a ser o melhor da equipa ao ser substituído, o que valeu uma enorme assobiadela por parte dos exigentes adeptos da Corunha.
Tinha que tirar isto a limpo.
Fui ver o vídeo. É de facto uma jogada que poderá ficar não só nos anais da competição, como inclusivamente do futebol mundial. Foi pena que não tivesse dado golo…nem sequer que se tivesse aproximado da área, mas Ivan deverá ter anotado o evento no seu diário para mais tarde contar aos netos. A goleada caseira é um facto de somenos importância, perante jogada tão sublime.
Também fui ver o que dizia o diário Marca relativamente ao jogo.
Cavaleiro levou nota 5, a pior dos que pisaram o relvado de Riazor, apenas igualado por mais um par de colegas de equipa.
Estes jornalistas espanhóis não percebem nada do assunto.




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