E de repente, tudo ficou de pernas para o ar. Pessimismo meu...ou simples realismo??
Depois de se debater, de se pesar e ponderar as opções para os próximos jogos, de modo a salvaguardar Rinaudo para a Luz, eis que o azar se abateu sobre um dos melhores, senão o melhor futebolista da nossa Liga, e deixa-nos órfãos, talvez para o resto da época.
Sou um defensor acérrimo do jogador, e desde que o vi pela primeira vez, ainda a jogar na Argentina, rendi-me aos seus predicados.
O jogo de hoje, que passou completamente para 2º plano, ficou marcado por esse lance, mas também o desenrolar do mesmo teve o condão de reforçar as lacunas da equipa, quando amputadas desse pivot essencial para as manobras defensivas, mas também ofensivas.
André Santos, como Rinaudo, também é uma sombra para os adversários, mas daquelas que simplesmente acompanham o jogador portador da bola. Sempre foi assim, sempre assim será. Algumas incursões do Vaslui, onde autênticas autoestradas se abriram desde o meio-campo até à nossa área, são um regresso ao passado, ou um olhar sobre o futuro, agora que dependeremos, de novo, do sentido posicional, capacidade de luta e recuperação de bola de trincos banais para uma equipa como o Sporting.
O desaire de hoje começou a desenhar-se com a aparente falta de empenho da maior parte dos jogadores mas quando, à falta de qualidade de muitos dos que transitaram da deplorável época passada (Pereirinha, Evaldo, Carriço, A.Santos...) se aliam factores como o azar ou o...sobrenatural, então pouco há a fazer. Se pegarmos algum destes herdeiros destas assustadoras épocas passadas, e o colocarmos numa equipa que sabe jogar futebol, até passa despercebido mas, quando estão em maioria, contagiam quem se aproxima.
Mesmo que, nos próximos jogos, a equipa se veja reforçada com João Pereira,Onyewu, Polga e Insúa, estes estarão mais entregues à sua sorte. Elias continuará com o seu papel de formiguinha, mas certamente sentirá tanto quanto nós a falta do pulmão do nosso meio campo.
A derrota neste jogo, como disse, acaba por ser o mal menor, e nem tenho vontade de reclamar uma penalidade escandalosa, transformada em simulação e consequente amarelo.
Numa equipa com lacunas evidentes, ao nível das segundas figuras, parece-me demasiado pesada a herança de Izmailov, Jeffrén e Rinaudo, titulares de caras no onze, provavelmente até de qualquer dos grandes. A juntar a isto, Bojinov fez figura de corpo presente, esforçado, por também ter ficado "tocado", logo nos minutos iniciais.
Enfim, esperemos pelos próximos capítulos, para saber se se trata de um thriller ou um filme de terror.
p.s. Não está em causa o que foi feito entre a 3ª jornada da Liga e o jogo de hoje, curiosamente, altura em que saíram Postiga, Djaló...e se optou por encostar outros protagonistas de épocas passadas. No entanto, tal como não devíamos andar em bicos de pés, também agora devemos ser realistas. Perdemos faria parte de um guião normal; perdermos Rinaudo é que não estaria nos planos de ninguém.
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