No espaço que lhe está habitualmente
reservado no jornal A Bolha, Miguel Sousa Tavares confessa o seu tédio por a
actualidade desportiva não trazer nada de novo.
Começa por tropeçar desajeitadamente no
Portugal-Arménia, faz uma pequena incursão no Itália-Croácia e manifesta o seu
desagrado pelo abandono de Federer na final do Masters.
Quando não há Sporting para saco de pancada,
parece sobrar pouco para reflectir.
Talvez por isso é que o colunista aborda
um dos temas do momento no desporto mundial.
A barba.
Sim, sou consciente que, a par do uso das
novas tecnologias, da corrupção ou dos fundos, a problemática da pilosidade
facial é das que mais deveria centrar as atenções dos responsáveis pelo futebol
mundial.
Este tema, como decerto sabem, foi
desenterrado pelo presidente do Gençlerbirliği, incomodado pelo desleixo visual
de alguns jogadores do clube.
Mas M.S.T. vai mais longe, e manifesta o
seu incómodo pelas tatuagens que alguns jogadores ostentam.
E, talvez porque ainda tinha mais algumas
linhas para preencher, somou à sua indignação o penteado, os headphones ou a
ausência de sinais exteriores de que os jogadores ocupem o seu tempo a ler um
livro ou um jornal.
Fiquei deveras preocupado com este último
item, e espero não emitir nenhum sinal exterior de já ter folheado a Playboy ou
outras revistas intelectualmente desinteressantes.
Resumindo, M.S.T. conclui que os jogadores
de hoje transmitem uma imagem de pobreza intelectual e de falta de gosto
gritantes. Ah, e a quem nada interessa saber do país, nem do mundo que o
rodeia.
Toda esta pobreza franciscana por causa
da merda da barba...e da música nas orelhas.
Eu gostava de ter esta capacidade de
síntese e de generalização, só de olhar para uma pessoa.
Claro está que M.S.T. demonstra este
sentido crítico em prol dos milhões de jovens e criancinhas que, ao redor do
globo e arredores, idolatram estes ídolos com pés de barro e pêlo na cara.
Todo este cenário torna-se mais
preocupante porque a barba é um adereço de muito difícil remoção, assim como os
headphones. Esta praga ameaça as novas gerações, e confesso que a minha
preocupação é tão grande que já preveni a minha filha que se me chega com barba
a casa ponho-lhe as malas à porta, mesmo que ainda seja uma adolescente.
Veja-se o que aconteceu a Conchita Wurst,
vencedora do festival Eurovisão, depois de ter visto um jogo do Raul Meireles.
O fenómeno é deveras preocupante, ao ponto
da maioria dos jogadores da NBA apresentarem alguns dos sintomas que indiciam
pobreza intelectual.
Apesar de ter frequentado a Universidade
de Arizona State, James Harden (com a sua proeminente barba) deverá ter um Q.I.
ao nível de uma pedra da calçada. Lebron James é outro dos maus exemplos para a
juventude, mesmo que se tenha tornado no melhor basquetebolista da actualidade,
depois de uma infância com muitas carências. A barba, as tatuagens e, não
esqueçamos, os headphones, fazem dele mais um péssimo exemplo a seguir.
Desengane-se quem pensa que isto é um
fenómeno passageiro ou uma questão de moda.
Todos nos recordamos que um outro surto
de barbas frondosas e fartas cabeleiras deu origem a uma geração de ignorantes
e indigentes.
O look anos 70 terá provavelmente começado
nos futebolistas da época, e rapidamente alastrado à restante população. Nessa altura
as tatuagens ainda não tinham atingido o virtuosismo das actuais, mas já se
ostentava com orgulho “Amor de Mãe –
Guiné 69” no braço ou no peito.
O 25 de Abril até deveria ter sido
apelidado como “Revolução das Barbas”, em vez da falaciosa “Revolução dos
Cravos”.
Estou contigo, M.S.T.
(Equipa da 3ª divisão, anos 70)
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