A
página oficial da Sporting Tv no Facebook anunciou, na passada 4ª feira, que o canal
liderou a audiência no Cabo no último dia da UEFA Futsal Cup, com mais de 190 mil telespectadores.
Em minha casa lidera todos os dias.
Parece-me um motivo de grande orgulho e satisfação que um
canal com pouco mais de 4 meses de emissões, vinculado a um clube desportivo e
na sequência da transmissão de uma modalidade (dita) amadora, tenha ocupado
essa posição, mesmo que de forma breve.
Mas a verdade é que este ponto alto do canal pode não calar
muitas das críticas que tenho lido amiúde.
A indignação começou ainda antes do canal ter iniciado as
suas emissões, tudo porque um atraso no pedido do clube junto das entidades
competentes não permitiu que o dia 1 de Julho marcasse a chegada do Sporting a
nossas casas.
Por pouco não houve um levantamento popular mas, tal como prognostiquei na
altura, o desencanto iria esvaziar-se assim que o genérico nos chegasse à
retina.
Ainda antes do início das emissões fomos também confrontados
por crónicas de profissionais da má-língua, como por exemplo a do jornalista João
Miguel Tavares. Elevou a “estima” que muitos sportinguistas lhe têm, na
sua sexista opinião intitulada “A Sporting Tv e as gajas boas”.
Baseando-se unicamente na imagem que publicitava o arranque das emissões, lançou
uma verdadeira pérola jornalística:
“…O que
esta notável imagem demonstra é que o futebol é mesmo o último reduto do
labrego português, que se baba por gajas boas de mini-saia. Estão ali 11
pessoas. Cinco são machos de fatinho, a maior parte dos quais ocupa o plano da
frente e tem programas "de autor". Seis são fêmeas de mini-saia,
relegadas para segundo plano, e ali colocadas a mostrar o corpinho apenas para
fazer tintilar o homem futebolístico nacional….”
Apesar do baixo nível demonstrado, compreendo que a criatura,
não sendo adepta do clube, utilize todos os seus trunfos para achincalhar o
Sporting e os seus adeptos.
Pese embora algumas das visadas ainda tenham que melhorar a
sua relação com a terminologia desportiva, utilizaria esse mesmo léxico para dizer
que acredito que temos jovens promessas no nosso plantel, com potencial de
crescimento.
Se quiser ser tão sexista quanto JMT, direi que prefiro ver
qualquer uma das nossas jornalistas com escafandro, do que Leonor Pinhão de
mini-saia.
Mas porque sportinguista que se preze é bastante exigente, não
lhe bastou escrutinar toda e qualquer escorregadela de quem dá corpo e voz à
actualidade leonina. Quase toda a grelha de programação é minuciosamente
espiolhada, e as apreciações mais ou menos insidiosas vão-se sucedendo, mesmo
que o canal ainda não tenha sequer entrado em velocidade de cruzeiro.
Tivemos por exemplo críticas contundentes ao estilo
descomplexado e radiofónico de Carlos Dolbeth no futebol.
De facto utilizou
alguma verborreia com que os sportinguistas não se identificam, mas foi mais
evidente no comentário das modalidades que aquela não era a sua praia.
No entanto, em estúdio, demonstra que é uma pessoa atenta à
realidade, e de vez em quando é agradável ouvir alguém que não censura a sua
própria opinião sobre o podre futebol nacional.
Já o futsal recrutou António Simões, mas uma primeira
experiência em que debitou 30 portantos por minuto ( 30 ppm) antevia vida difícil. Apesar
desse arranque aos solavancos, o seu vasto conhecimento da modalidade e a
colocação de um limitador de portantos foram um enorme upgrade nos jogos que
temos podido assistir.
Diria até que o modo como relatou o golo contra o Inter
Movistar, na final da Ronda de Elite ainda me ecoa na sala, e foi um dos pontos
altos desse dia.
Ainda no futsal, cheguei a ler quem considerasse que não tínhamos
capacidade para assegurar, com competência, a exclusividade das transmissões
dessa mesma Ronda de Elite. Que seria melhor ser uma qualquer RTP a fazê-lo.
Palavras para quê? O resultado ficou à vista.
Mas não é só no futsal que estamos bem servidos. No renascido
hóquei em patins temos tido transmissões de altíssima qualidade, tanto a nível
de realização como de comentários.
Incompreensível pode considerar-se o facto de não termos tido
acesso ao directo do andebol do Sporting em dois jogos a meio da semana mas,
dado que desconheço os motivos desta opção, remeto-me ao silêncio e direi
apenas que, também aqui, temos tido comentários de enorme competência.
Já o basquetebol só pode melhorar. É que falar em ataques
pelas alas, livres, ataques de 30 segundos e do posicionamento no relvado…levou
a opiniões de que, assim, mais valia não haver Sporting tv.
Eh pá, eu compreendo a frustração mas…não é para tanto.
Foram demasiados anos a sonhar com um espaço onde, de facto, nos sentíssemos em casa, para agora querer derrubar o edifício que tanto demorou a erguer apenas por ter um problema na canalização ou uma porta empenada.
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