segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Tempo de seca


O jornal O Jogo faz hoje referência à falta de eficácia e de concretização,tema sobre o qual ia hoje precisamente falar, e que muito preocupa Domingos e todos os adeptos leoninos. 
As contas do jornal são bem claras e preocupantes. 
No último mês, mesmo com as férias do Natal, a equipa do Sporting disputou seis jogos e apenas ganhou dois.
Esta última sequência resulta de uma enorme quebra nos índices de eficácia e teve início, precisamente, diante do Nacional. A qualidade de jogo já vinha em decréscimo mas a eficácia não demonstrava isso. No entanto, o ciclo de baixa produtividade começou com a recepção ao Nacional em Alvalade, a 10 de Dezembro, que foi vencido por 1-0, seguindo-se a derrota em Roma com a Lázio, o empate em Coimbra com a Académica, o triunfo para a Taça com o Marítimo, e novos empates com Rio Ave e FC Porto. O jogo da Taça foi a excepção, tendo Domingos denunciado as falhas na finalização nos restantes jogos. Os números sustentam as queixas do técnico. Se, no primeiro ciclo, negro para os leões, até ao jogo da Mata Real, a taxa de eficácia era de 5,5%, no período seguinte subiu para 15,4%. Analisando os jogos do último mês, verifica-se que o Sporting baixou os níveis de eficácia para 5,8%, o que se traduz numa quebra de 61% ao nível da finalização, marcando apenas cinco golos em 85 remates. 
Se a notícia do diário desportivo é ilustrada com Sebastian Ribas, e podendo residir aí a resolução do problema, já eu considero que o problema é mais profundo. Não que seja difícil de corrigir, mas porque não me parece que a simples troca de avançados resolva a questão. É que se Wolfswinkel tem demonstrado um crescente alheamento do golo, parte dessa lacuna tem residido no sub-rendimento de quem alimenta esta capacidade.
Aquando das sucessivas lesões dos alas do Sporting, preveni que Capel não iria aguentar toda a época naquele frenético ritmo, e que Carrillo ainda é muito verde e precisa ganhar muita maturidade (e visão de jogo) para se tornar num municiador de oportunidades reais de golo, já que ele nunca será um finalizador nato. O inconsequente Pereirinha, Ínsua e o adaptado Matias tentaram, a espaços, e enquanto o chileno também não se lesionou, dar descanso aos nossos únicos alas disponíveis, mas este último mês de competição veio vincar este problema. 
Enquanto continuamos a esperar pelo regresso de Jéffren, que nunca sabemos se será definitivo, Izmailov voltou a ficar knockout por duas semanas, quando temos tão importantes jogos pela frente.
Nacional, Braga, Moreirense e Olhanense esperam por nós, nos próximos encontros, mais uma vez numa cadência que não permite recuperações nem dá tempo a mais experiências.
Os números não estão do nosso lado, mas já demonstrámos que sabemos ultrapassar momentos delicados, como o que passámos no início da época.

Estes meses de Dezembro e Janeiro têm sido anormalmente secos para a época, e o nosso ataque também foi contagiado pelo fenómeno.  A climatologia já nos arruinou a relva, mas estes rebentos que vestem de verde não podem ser afectados por novo período de seca prolongada. Dizem que em Abril águas mil, mas não podemos esperar até ao dealbar da época para reencontrar o caminho do golo. Temos que acreditar que Domingos está a par da meteorologia e irá precaver-se da melhor maneira.

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