quinta-feira, 20 de junho de 2013

Bicolor

Vitor Pereira, presidente do Conselho de Arbitragem da Federação fala em «ambiente hostil e tricolor» na análise aos jogos, que prejudica a imagem dos árbitros.

«Têm-se feito assassinatos sociais aos árbitros mais mediáticos das nossas Ligas principais. Arbitrar no terreno de jogo nada tem a ver com a análise sistemática, com recurso a imensas repetições, de forma insistente e quase desumana. Isto não é desculpabilizar. Os árbitros assumem o desafio de quererem ser melhores e de roçarem a perfeição. Esse ambiente muito hostil e tricolor nas análises que se fazem à posteriori dos jogos fazem com que um jovem árbitro diga: “Eu não quero isto para mim, para a minha vida e para a minha carreira.”»

Fiquei muito sensibilizado com a rigorosa análise feita por Vítor Pereira, relativamente ao circo que rodeia o futebol, com especial destaque para a arbitragem portuguesa.
Aliás, se não conhecesse outras realidades, pensaria que só em Portugal são esmiuçados os casos de arbitragem após os jogos de fim-de-semana.
Em Espanha, por exemplo, já no final dos anos 70, havia um programa chamado Estudio Estadio, onde no próprio dia do jogo usavam a famosa “Moviola”, com repetições exaustivas e meticulosas, de modo a julgar o trabalho dos árbitros.
Sim, sei que aqui no burgo os juízes estão, por norma, um degrau acima da populaça, e sendo o árbitro o juíz do jogo, também queira estar imune a julgamentos mas, ainda há quem teimosamente insista em analisar os seus erros.
Se em toda a parte existem estes programas televisivos, estou em crer que a profissão poderá estar em vias de extinção a nível global, e não só em Portugal, como proclama V.P..
No entanto, acredito que a vontade em servir a causa e, quiçá, o próprio país, leve os jovens árbitros a ignorar tamanhas afrontas.

Apesar de eu não ser um consumidor assíduo dos programas a que V.P. se refere, o facto é que é notório que o Sporting está (esteve), na generalidade, muito mal representado.
Se é verdade que, na génese, esses programas são pintados a três cores, na prática, o verde está muito esbatido, muito por culpa de quem nos representa.
Não tão esbatido quanto alguns senhores da arbitragem pretendem, reféns do seu daltonismo, numa luta nitidamente bicolor.
O verde ainda está representado porque continua a vender jornais e ainda mexe com os sentimentos de uns milhões de pessoas, em Portugal e no Mundo.

Têm-se feito verdadeiros atentados à verdade desportiva na nossa Liga. Mesmo que alguns agentes desportivos façam, à posteriori, o reconhecimento sistemático de alguns erros, o certo é que assistimos à repetição, de forma insistente e quase desumana desses erros. O Sporting assume há anos o desafio de estar entre os melhores, mas é impossível. Esse ambiente muito hostil e bicolor com o que o Sporting é tantas vezes tratado no terreno de jogo, faz com que jovens e velhos adeptos leoninos digam: Eu não quero isto para mim, para a minha vida.  

4 comentários:

  1. gostava de lembrar a V.P. um célebre jogo de 4-0 no estádio das antas onde o senhor inventava livres para o Doriva marcar perguntar se não sente também vergonha pelo que aí fez eu ainda hoje e já lá vão uns anos não esqueci.

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  2. Caro altaia

    Infelizmente não faltariam exemplos de ambientes hostis que essa gente nos criou.
    O problema maior é que Doriva já deve ser avô...e as coisas continuam iguais.
    SL

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  3. O lmentável é que esse senhor continua agora como responsável máximo da arbitragem depois querem que acreditem neles

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  4. Mas essa de inventar livres acontece sempre que o Porto tem algum especialista. Aconteceu com o Doriva, mas também com o Geraldão, Branco, etc.
    Dizia-se que eram penalties com barreira, e não dava tanto nas vistas como marcar dos outros, sem barreira. :)

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