terça-feira, 9 de julho de 2013

Nem tudo o que reluz é ouro

Muitos sportinguistas continuam inconsoláveis face à ida de Ghilas para o Porto.

É natural que assim pensem, e que cada golo que o argelino vá marcar possa vir a ser uma facada no próprio ego. 
Cada golo que ele marcar irá ser comentado nas redes sociais como se o Sporting sofresse esse mesmo golo, porque alguns sportinguistas gostam de se auto-mutilar.
Mesmo que Ghilas, eventualmente, nunca tenha estado perto de ser contratado.
Sabemos que o Sporting teve o direito de preferência do jogador, talvez nos mesmos moldes do que teve de Raul Meireles (clicar) que, como sabemos, foi parar...ao Porto.
Ter direito de preferência e não ter dinheiro ou vontade para o ir buscar é tramado.
Já me parecem aqueles negócios, tipo Quaresma (clicar) ou Simão (clicar), em que também tínhamos direito de preferência no caso do seu regresso a Portugal, mas em que esbarrámos nos valores a despender, na vontade do jogador...ou do próprio Sporting.

Em último caso, também podemos pensar que Ghilas poderia não ser o avançado que este treinador e esta direcção queriam.
Tal como Bojinov, Pranjic, Boulahrouz, Gelson Fernandes, Ventura ou Ribas foram apostas para a anterior, e talvez não fossem para esta.
No entanto, os mais sensíveis têm que se ir preparando para o sucesso no rival nortenho, porque lá, qualquer marreta se transforma na estrela da companhia.
O que não significa que em Alvalade se revelasse um jogador de classe, porque as realidades são bem diferentes.
Perguntem ao Rui Jorge, por exemplo, que vestiu as duas camisolas, a diferença e as dificuldades que sentiu de leão ao peito. Ou podem reler as suas palavras.

Numa das primeiras entrevistas que deu pelo Sporting, afirmou que no Sporting não podia fazer o que fazia no Porto. Eram mesmo significativas as diferenças de tratamento por parte das equipas de arbitragem?
Pelos vistos, pelos vistos. Já disse isto várias vezes. Eu não mudei muito a minha maneira de encarar os jogos, de encarar as partidas, de encarar o próprio adversário e se forem ver o meu registo em termos de Porto e o meu registo em termos de Sporting notas uma grande diferença. É evidente que não posso justificar todas as situações porque para nós, os jogadores, é muitas vezes praticamente impossível provar que eles estão errados e não o conseguimos fazer. Havia alguma coisa, que não eu, que não estava a agir da mesma forma. A partir de determinada altura há uma quebra significativa.

Certo, certo é que nem tudo o que reluz é ouro.
Pelo menos para aqueles lados.
O Porto marca a diferença pela força do seu conjunto, onde todos conseguem sobressair, para lá de marcar a diferença por outros argumentos difíceis de contrariar, e que transformaram um clube de âmbito regional numa referência internacional.
Continuo a considerar que a maior parte dos seus jogadores só lá é que produzem resultados, fruto do clima daquela zona.
Poderia recordar os contentores de jogadores que saíram com aura de estrelas, mas que assim que passaram a porta de saída nunca mais voltaram a ser os mesmos.
Tal como nunca o teriam sido noutro clube.
Se Baía, Secretário, Maniche, Anderson ou Quaresma não cumprem os requisitos de ponta-de-lança, mas confirmam a ideia original, já os matadores Domingos, Pena, Jankauskas ou McCarthy, entre outros, demonstraram que jogar no Porto e fora dele é algo completamente diferente.
Deste rol exclui-se, obviamente, Falcão...e também Jardel, como se exlcuem Deco, Pepe, Fernando Couto ou Ricardo Carvalho da muita sarna que conseguem vender todos os anos, a peso de ouro.

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