domingo, 8 de setembro de 2013

Maré negra

Hoje é dia de pouca actividade desportiva e, à falta de grandes motivos de interesse, as capas dos jornais desportivos (e generalistas) já voltaram às suas cores predilectas.
Enquanto O Jogo opta, quase sempre, por um azul profundo, já A Bola e Record costumam estender um fofo tapete vermelho.
Por mero acaso, ou talvez não, os últimos meses têm permitido observar alguma recuperação do tom verde original que o Sporting ainda ocupa, por mera necessidade dos proprietários desses mesmos jornais.
Por vontade própria, talvez já a tivessem trocado pelo amarelo do Paços e Estoril ou pelo vermelho do Braga...possuíssem estes a quantidade de potenciais compradores de papel que o Sporting detém.
Infelizmente, a cor negra que foi associada ao nosso clube voltou a emergir durante o fim-se-semana, como uma espessa camada de petróleo num mar revolto.
A divulgação do relatório e contas trouxe de novo à tona a catástrofe que esteve prestes a acontecer em Alvalade.
Como provam os números que foram tornados públicos, a limpeza ainda está longe de estar resolvida e faz-nos por momentos acordar de um bonito sonho.
O naufrágio que esteve prestes a acontecer não se assemelhou ao do Titanic que, como o Sporting, passeou a sua classe e imponência.
O Sporting dos últimos anos assemelhava-se mais a um petroleiro.
Parecia ir carregado de dinheiro...dinheiro sujo...e que impregna as mãos de quem lhe toca.
Dinheiro de outros, mesmo que navegasse com grande espalhafato e opulência.
Quando acontece algum acidente, como o que nos aconteceu...devido aos comandantes incompetentes que pegaram no leme, os danos podem não ser permanentes mas deixam profundas marcas para as gerações vindouras.
Esperamos sempre que, quando acontece alguma incidente do género, se aprenda com os erros do passado.
A verdade é que já foram inúmeros os acidentes com petroleiros...e continuam a acontecer.
O Sporting encalhou, mas espero que tenhamos aprendido com o naufrágio que esteve para acontecer.

Por falar em maré negra...o Inzébio despertou da sua letargia.
Parece ter acordado de um profundo sono...entre o 1º e o 3º golo de Ronaldo contra a Irlanda do Norte.
Inzébio felicitou a "ultrapassagem" de Ronaldo na tabela dos melhores marcadores pela selecção mas, avisa, não quer comparações.
É que, questiona Inzébio, com 106 jogos quantos golos teria ele marcado?
Olha, eu não faço ideia, como não imagino o Pantera Negra jogar e brilhar com tanta intensidade no futebol moderno.
É que, à velocidade e intensidade que se joga agora, pensar e agir rápido é essencial...ou pode ser-se abalroado, como aconteceu a um sérvio ainda há poucas horas.
Por isso...por ter que pensar rápido e bem, é que eu tenho as minhas dúvidas que Inzébio pudesse adaptar-se a esta realidade.
Claro está que isto são tudo meras suposições, de parte a parte.
Como diria Paulo Bento..."se a minha avó tivesse rodas, seria um camião".

Por isso, apesar de não gostar de comparações, diria que as únicas semelhanças entre Ronaldo e Inzébio está no facto de ambos terem jogado com riscas verdes e brancas.


2 comentários:

  1. Não tenho qualquer dúvida que Cristiano Ronaldo é o melhor jogador português de todos os tempos. O futebol de hoje, não tem nada a ver com o futebol do tempo de Eusébio e do tempo de Peyroteu. A velocidade, a quantidade de jogos e velocidade de raciocínio de agora são incomparáveis com o tempo de Eusébio. Ainda por cima Eusébio jogava mal de cabeça e nunca foi posto verdadeiramente à prova em campeonatos e equipas top a nível mundial, pois nunca jogou no estrangeiro e Portugal raramente ia a Europeus e Mundiais. Por tudo isto, julgo até que é inferior a Luís Figo. Penso que o 3º lugar fica bem a Eusébio.

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  2. Caro anónimo

    É curioso verificar que as estrelas daquele tempo, que tiveram o seu tempo...e mérito, são quase todas elas pouco humildes. Já Pelé, entre outros, têm dificuldade em reconhecer as qualidades dos outros, mesmo que acabem por lhes dar algum crédito.
    Os tempos são completamente diferentes, e como tal (quase) incomparáveis. Eusébio comparar o rácio golos/jogos faria algum sentido, não fossem as enormes diferenças entre o futebol de então e de agora a desmenti-lo. Por haver diferenças é que, até para encontrar o bota de ouro, os diversos campeonatos têm índices diferentes. É que não é o mesmo marcar um golo no campeonato do Luxemburgo, e no de Espanha.
    Obg pelo comentário

    SL

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