domingo, 1 de setembro de 2013

Pobre ou rico?

Acabo de chegar de Coimbra, onde assisti a mais uma conquista do nosso futsal.
A vitória por 4-1 perante o Braga foi justa e tranquila, mesmo que seja notório que a equipa ainda está algo presa de movimentos.
Mais um troféu para o museu, mais uma Supertaça para a secção de futsal, um orgulho e um exemplo para todos.
Quando regressava decidi ligar o rádio e seguir as incidências da 2ª parte do Paços-Porto.
Desisti passado pouco tempo, pois o golo portista apareceu...como seria expectável.
No entanto, da rádio não chegaram só más notícias.
Se já tinha sabido da medalha de ouro de Emanuel Silva, nos mundiais de canoagem, também acabo por reconhecer que a notícia de última hora da venda de Bruma para a Turquia é um bom epílogo desta triste novela.
Já aqui tinha dito, por diversas vezes, não acreditar que os dois mercenários (Bruma e Ilori) voltassem a vestir a nossa camisola.
Parece confirmar-se a saída de ambos, e por valores que não envergonham
Muitos dirão que os jogadores valem muito mais, que podem valorizar-se...que são potencialmente craques mas, de um modo realista, parecem-me ter sido óptimos negócios.
Poderia referir alguns atletas de renome que foram vendidos por valores que parecem negócios "à Sporting".
David Villa, campeão do Mundo e arredores foi vendido neste defeso pelo Barcelona por 2,1 milhões de euros, mais uma tranche de 2 milhões, e uma final, daqui a 3 anos, de 1 milhão. 
5,1 milhões por um jogador de topo seria impensável, para alguns.
Mas, o próprio Barcelona, adquiriu há 3 anos o extremo do PSV, Affelay, jovem em ascenção mas já com créditos firmados, por 3 milhões de euros.
No entanto, vou valer-me da realidade leonina.
Se os valores que se tornaram públicos corresponderem à verdade, o top das transferências do Sporting é liderado por Nani, que rendeu 25,5 M€.
Depois surge o portento Ronaldo, por 15 M€.
O judas Moutinho acabou por render 14,5 M€, tal como o médio argentino Duscher.
Hugo Viana e o anão Simão renderam, cada um, 12,5 M€.
Já abaixo dos 10M€ surgem nomes como Miguel Veloso, Quaresma ou Wolfswinkel.
Ora bem, estamos a falar de jogadores que saíram jovens do Sporting mas, todos eles, com algum currículo e provas dadas.
Não vale a pena estar a comparar realidades bem diferentes, como as negociatas milionárias do Porto.
Rendidos à nossa realidade, a verdade é que vender Bruma por 12 M€ e Ilori por perto de 10 M€ (ficando por saber se ainda ficamos com alguma percentagem para transferências futuras) parecem ser negócios bem acima do esperado.
Se tivermos em consideração que o Sporting esteve a negociar refém da data do término dos seus contratos, ainda ganha mais relevo a venda deste pacote.
Não vale a pena pensar no que poderiam valorizar-se, tratando-se de dois jogadores que não queriam vestir de verde-e-branco.
Além disso, um e outro terão que provar o que valem...pois o seu futuro não passa de um grande ponto de interrogação.
O Sporting poderá ficar um pouco mais pobre, na vertente desportiva, mas este dinheiro será um balão de oxigénio para uma época sem receitas europeias.
O Sporting poderá ficar um pouco mais pobre, na vertente desportiva, mas fica com um balneário mais rico, a nível humano e de valores morais.

2 comentários:

  1. Concordo em tudo o que disse relativamente à venda de Bruma e Ilori, principalmente as últimas duas frases.

    Para a nossa realidade (e da maior parte dos clubes europeus) são excelentes vendas, de dois jogadores que fizeram 13 e 14 jogos na 1ª equipa, principalmente porque se sabia que: a) o Sporting precisa de dinheiro; b) os jogadores não querem ficar no Sporting.

    BdC fez braço de ferro com os jogadores e empresários, não cedeu às pressões iniciais e como resultado o Sporting ganhou com isso.

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  2. Caro PN

    Foram vários os analistas que consideraram que BdC tinha comprado demasiadas guerras em simultâneo.
    A verdade é que as batalhas têm sido ganhas ou, como mal menor, têm acabado a contento das duas partes.
    A comunicação social abrandou na sua curzada anti-Sporting (mas sempre alerta para lançar nova investida), os empresários podem ficar agora mais renitentes...e até o impossível acordo com os bancos foi, afinal, possível.
    Falta a guerra com os árbitros, esta mais difícil de ter um final feliz, pois têm um verdadeiro batalhão na sua rectaguarda.
    Veremos como terminam as próximas lutas, num qualquer "campo de batalha", com os árbitros como outsider...dado que o Sporting começou com resultados acima da expectativa.

    SL e obg pelo comentário

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