Perante
uma introvertida equipa suíça, o Sporting consolidou o primeiro lugar
do grupo e, apesar de não evitar na totalidade o cruzamento com equipas
da Champions League, por força da alteração dos regulamentos, pelo menos
vê reduzir significativamente essa possibilidade.
Quanto
ao jogo, foi um Sporting a querer carpir as mágoas da Luz aquele que
começou o jogo. Mesmo com um 11 remendado, foi uma equipa dominadora e
perigosa aquela que se pôde ver nos primeiros 20/25 minutos.
Com
o golo, por volta dos 15 minutos, e como corolário lógico do caudal
ofensivo, o Sporting reduziu a intensidade de jogo mas nem assim tivemos
qualquer assomo dos suíços junto à nossa baliza.
Não
me recordo, em todo o jogo, de uma única jogada do Zurique que me tenha
feito subir a pulsação, e tal deve-se à falta de qualidade, enquanto
equipa, mas também graças à nossa sóbria postura defensiva e acutilância
ofensiva.
O
resultado ao intervalo não traduzia a diferença entre as equipas, nem
as ocasiões de golo que desfrutámos, pelo que a segunda parte pedia nova
dose de entrega, para carimbar de vez a qualificação como melhor equipa
do grupo.
A
segunda parte começou como terminou a primeira, com ligeiro ascendente
nosso, mas pautado pelo equilíbrio, e veio a acabar...tal como começara o
jogo. O segundo golo acabou de vez com as aspirações do Zurique, e as
alterações que o seu treinador efectuara no sentido de conferir alguma
capacidade ofensiva, acabaram por desmembrar a equipa e facilitar ainda
mais a nossa tarefa.
Só por manifesta infelicidade, aliada a alguma ineficácia no último passe não permitiram o avolumar do resultado.
Apesar
de escasso, perante o que se passou em campo, o público deve ter dado
por bem empregue a ida a Alvalade e o apoio concedido.
Quanto
a destaques individuais, mesmo que a oposição não tenha sido muito
elevada, começo por referir-me a Bojinov. Foi com manifesta preocupação
que verifiquei os primeiros minutos em campo do búlgaro. Enquanto a
equipa parecia um carro a gasolina, ele parecia funcionar a gasóleo. O
espectro de Angola pairou na minha cabeça, mas...eis que começou a
carburar. Foi com um sorriso nos lábios que, inclusivamente, o vi a
pressionar defensivamente junto à nossa área, em notável trabalho
defensivo. Parece que despertou para esta oportunidade, mesmo que
tivesse passado uns minutos a pensar o que estaria por ali a fazer.
O
quarteto defensivo esteve quase de férias, não fosse uma ou outra
incursão suíça, e talvez por isso João Pereira se tenha destacado como
um dos elementos do jogo, pelas suas constantes subidas pelo corredor.
O
meio campo defensivo esteve de novo entregue a Carriço, que voltou a
desempenhar a função com à vontade, estando inclusivamente perto do golo
por duas vezes. Esta opção veio demonstrar que, como eu desconfiava,
Domingos o escolheu porque confia mais na sua capacidade de preencher os
espaços de meio campo do que André Santos, ao contrário da sua pública
declaração... que tal escolha no último jogo para o campeonato residia
no poderio ofensivo da equipa encarnada, e Carriço traria mais altura nas bolas paradas. Hoje, o perigo não residiria nessas premissas, e o jovem central voltou a ser titular no meio campo.
Como comparsas do miolo do terreno, André Martins e Schaars fizeram esquecer
por completo as inúmeras ausências, e conferiram uma dinâmica própria
de quem joga juntos há anos. A aposta no mais novo dos Martins foi
completamente ganha, tal como seria de prever, dada a qualidade com a
bola nos pés,mesmo que associada a um teste de média grandeza.
No
ataque, para lá do já referido Wolkswagen (a gasóleo) esteve
Wolkswinkel endiabrado, e o golo conseguido foi de uma execução digna de
ponta-de-lança.
Capel
também se quis juntar à festa e os habituais slalons deliciaram a
plateia, tendo Domingos concedido-lhe descanso antecipado e aplausos do
público, pouco tempo depois da assistência para o golo de Bojinov.
Para
finalizar, referência a Rubio, André Santos e Pereirinha, que entraram
no decorrer da segunda parte. Se Rubio esteve mais apagado, também fruto
do menor caudal nos últimos instantes da partida e menor entrosamento,
André Santos cumpriu com eficácia os minutos que se lhe pôde ver, mesmo
que o meio campo do Zurique por essa altura fosse uma autêntico
passador. Já Pereirinha arrancou (literalmente) uns minutos que
deliciaram os seus apoiantes e os seus detractores. Ninguém é crítico só
porque não gosta do seu nome, mas porque Bruno tem insistido em
fomentar a crítica. Hoje, felizmente e em boa hora, não deu azo ao
avolumar da contestação, e pareceu o melhor Pereirinha desde os tempos em que
era considerado uma grande promessa da nossa Academia.
Espero que, ao contrário das outras contadas boas exibições, esta sirva para lhe apontar o rumo a seguir, e retirar de vez os epítetos que o acompanham.
Ah...Marcelo Boeck também jogou e tinha um penteado muito giro.
foto Lusa
Boas...
ResponderEliminarPois é, estes Suiços são castiços e n
ao foram grande oposição para o Sporting, o qual até se dispôs a colocar em campo Marcelo, André Martins e Bojinov.
Sporting é claramente a melhor equipa deste grupo, sendo que a partir dos 1/16 avos de final tudo poderá acontecer.
Abraço
Mattos...paixaodabola.blogspot.com
Boa noite.
ResponderEliminarEm tempos o Sporting também foi melhor que o Shaktar na Liga dos Campeões, e depois acabou humilhado pelo Bayern, enquanto os ucranianos venceram a Liga Europa. Apesar disso, seria importante empenhar-se em Roma, por forma a tentar deixar de fora da competição a Lazio, pois poderá ser ainda um forte rival na competição. Apesar deste pormenor, mesmo tendo ouvido hoje uns comentadores de rádio dizer que o Sporting tinha obrigação de ir até à final, não nos podemos esquecer que para lá de Atl. Madrid, Bilbao, PSV, Schalke 04 ou Udinese, da Liga dos Campeões ainda podem vir Nápoles ou Man.City, Ajax ou Lyon, Valencia ou Chelsea, Zenit ou Porto, Marselha ou Olimpiakos, entre outros. É de uma ligeireza tremenda considerar o Sporting com obrigação de estar na final, mas....os entendidos são eles.
Abç