Tudo está bem quando acaba bem.
Pois
é, apetece-me começar a escrever esta crónica pelo final, pois o que se
aproveita de 90 sofridos minutos nesta eliminatória da Taça de Portugal
é, efectivamente, o resultado.
Quando
Domingos escolheu o melhor onze para defrontar o Belenenses, deu claros
indícios que não queria facilitar, depois dos outros grandes se terem
estendido ao comprido.
As
surpresas são pródigas, e nesta eliminatória, para lá do mergulho
do....Benfica (estavam a pensar que eu ia dizer Saviola, mas
enganaram-se), todos os outros favoritos na respectiva eliminatória
estiveram encostados às cordas. Num último fôlego acabaram por garantir
os 1/4 final, mas foi agónico, para todos os do escalão superior,
ultrapassar os seus opositores.
Torreense, Estoril, Mirandela, Tirsense, Ribeira Brava e Leixões estiveram quase a lançar foguetes, mas tiveram que os guardar para outra ocasião.
Só por isso não foi de estranhar o inesperado equilíbrio que aconteceu em Alvalade.
De
resto, quando, durante a 1ª parte, alguma equipa se sobrepôs à outra,
foi a do Belenenses que quase eclipsou o Sporting. O mesmo Sporting que
tem entusiasmado os seus adeptos decidiu fazê-los reviver fantasmas
recentes, e deu 45 minutos de avanço, e não deu 45 minutos e dois golos
porque Patrício, e alguma ineficácia, se aliaram a nós.
Estrelinha
de campeão, poderá ter sido...e se assim foi, também a merecemos, como
aqueles que ostentam nas suas vitrinas troféus que ninguém se recorda
como lá chegaram.
A segunda parte, depois de 5 minutos em que mal saímos do nosso meio-campo, indiciava um cenário tão mau ou pior que o da 1ª parte, mas um rápido contra-ataque, conduzido em primeira instância por Carriço, posteriormente Schaars, e do pé esquerdo de Insua para a finalização de Wolfswinkel, foi o virar de página na história do jogo, mesmo que o jogo se viesse a arrastar sem brilhantismo.
Conseguimos, a espaços, pressionar um pouco mais alto, e
desse trabalho defensivo sucederam-se algumas oportunidades, e a meio
da segunda parte sairia de uma combinação entre os dois holandeses o
golpe de misericórdia para os homens do Restelo.
Provavelmente não mereceriam um castigo tão pesado, mas a eficácia não se compadece de "ses" e "quases", tal como tantas vezes o constatámos.
Quanto
a destaques individuais, tenho sérias dificuldades em conseguir nomear
alguém, sem pestanejar. Mesmo que tenha visto e ouvido os jornalistas cá
do burgo realçarem Wolfswinkel, o meu destaque vai para Patrício,
porque nos manteve vivos na eliminatória, quando foi chamado a intervir.
Carriço continua a merecer a aposta de Domingos, justificadamente, e no
sentido inverso, mesmo que a equipa tenha estado em noite não, na
generalidade, penso que Polga teve um jogo particularmente infeliz, e
foram raras as acções acertadas que pudemos observar. Esperemos que este
seja um jogo para recordar, por nos ter guindado à próxima
eliminatória, e por termos aprendido a lição de respeitar (e defrontar)
um opositor nitidamente inferior.
foto lusa
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